Garoppolo como maior contrato da história da NFL: vale?

[dropcap size=big]N[/dropcap]op, nada de franchise tag: o San Francisco 49ers decidiu evitar uma potencial novela ao assinar com Jimmy Garoppolo, quarterback recém-chegado via troca com o New England Patriots. Como sempre acontece, “o próximo quarterback com contrato expirado é o novo jogador mais bem pago da NFL”. Não foi diferente com Garoppolo.

A equipe renovou com ele por cinco anos e 137,5 milhões de dólares – 2,5 milhões a mais do que o então maior contrato da história, o de Matt Stafford com o Detroit Lions. Com a renovação, Garoppolo torna-se o maior contrato da NFL.

Claro: pode ser que ele não “cumpra” o contrato até o final, dado que na NFL – ao contrário de outras ligas americanas – o contrato não é todo garantido. A média contratual será de 27,5 milhões por ano e o dinheiro garantido – ou seja, que será pago a Garoppolo mesmo em caso de corte – é de 74 milhões de dólares. É praticamente metade do contrato garantido. O que achamos? Confira a opinião de três redatores de nosso site.



Pouca experiência é argumento negativo? Hm…

por Antony Curti

Um dos principais argumentos que ouvi para a vertente do “eles ficaram malucos, Garoppolo não vale tudo isso” foi a eventual falta de experiência de Jimmy Garoppolo. São sete jogos como titular – dois com o New England Patriots, cinco com o San Francisco 49ers. Isso não justificaria o fato dele ser o quarterback/jogador mais bem pago da NFL – até porque os dois anteriores que ocuparam esse posto, Derek Carr e Matt Stafford, já tinham algumas temporadas como titular.

Bom, é tudo uma questão de ponto de vista. Vou te mostrar dois contratos. 106 milhões com 68,5 milhões garantidos. 94 milhões com 49,6 garantidos. Parecem contratos, no mínimo, parecidos com o Garoppolo, certo? Pois saiba que foram dados para Sam Bradford e JaMarcus Russell, respectivamente, antes de sequer pisarem num campo de futebol americano profissional – são os contratos de calouro numa época pré-CBA quando os contratos de calouro não eram “tabelados” em função de onde o jogador foi escolhido no Draft.

Claro, dei o exemplo ruim mas também tem o bom. Tal como fiz acima, adaptando os valores para o teto salarial de 2017 (que deve ser de 169 milhões), farei o mesmo para o contrato de calouro de Peyton Manning: 159 milhões de dólares. Na época, o contrato foi de 48 milhões e o teto salarial era de “apenas” 52 millhões. Hoje certo no Hall da Fama, Peyton ganhou esse contrato com zero jogos de experiência na NFL.

Os 137,5 milhões para Garoppolo, portanto, são uma aposta até que razoável para um quarterback com sete jogos como titular – sendo que há calouros no passado que comeram uma porção maior do teto salarial sem entrar em campo nenhuma vez. Nos cinco jogos que fez pelos 49ers, Jimmy mostrou controle do playbook de Kyle Shanahan e deu alma a um time que vinha com campanha 1-10. Jogadores ao seu redor começaram a jogar melhor, o time venceu a melhor defesa da NFL (Jacksonville) e o futuro parece promissor.

Assinar com Garoppolo por esse valor foi o correto. Se o acordo coletivo-trabalhista não fosse do jeito que é, esse dinheiro seria dado para Sam Darnold, Josh Rosen e outros quarterbacks calouros de 2018. Garoppolo provou que é uma aposta que faz muito mais sentido que esses nomes de futuro mais incerto.



Leia também:
Novo contrato de Stafford mostra que a certeza na posição de QB não tem preço
Derek Carr vale cada centavo que os Raiders lhe pagarão

O teto salarial sempre sobe…

por João Henrique Macedo

À primeira vista, o contato de Jimmy Garoppolo com o San Francisco 49ers pode parecer exagerado. 5 anos, com um valor total que se aproxima dos 140 milhões de dólares, além de 90 milhões nos primeiros três. Claro que é muito. Mas, na configuração atual do teto salarial da NFL, não dá pra pensar em valores absolutos. O teto sobe consideravelmente todo ano e, consequentemente, os salários também.

O mais importante é entender que os 49ers ofereceram a Garoppolo um contrato de franchise quarterback. Com apenas sete jogos como titular em sua carreira profissional, é claro que a decisão dos Niners envolve risco. Mas o risco de perder um quarterback de alto nível é muito maior. Da mesma forma que os Raiders com Derek Carr e os Lions com Matthew Stafford, o pensamento (correto) dos 49ers é: se você tem um quarterback, você segura esse quarterback. Mesmo que ele não seja um fora de série.

Por isso vejo a decisão de San Francisco como inquestionável. E Jimmy Garoppolo promete bastante. Talvez, daqui a pouco, estejamos falando deste contrato como uma barganha para o time.

 

Foi melhor renovar agora antes da explosão de Kirk Cousins no mercado

por Henrique Bulio

Com o teto salarial subindo pelo menos dez milhões de dólares por ano desde o início da década, não é exatamente uma surpresa que o contrato de Jimmy Garoppolo seja o mais caro da história da NFL no momento em que foi assinado. O risco do jogador atingir o mercado era inexistente – caso não chegasse a um acordo com o 49ers, era certo que John Lynch aplicaria a franchise tag no quarterback.

O ponto mais importante com relação a esse contrato não é a média salarial anual, mas sim a distribuição salarial anual. San Francisco possui bastante espaço disponível no salary cap antes da free agency de 2018 se iniciar – estima-se que o 49ers tenha mais de 110 milhões de dólares disponíveis para gastar – e, por isso, faria muito sentido se esse contrato fosse ‘front loaded’ – ou seja, a maior parte do salário total seria paga nos primeiros anos do acordo.



Sabe-se que o mercado de quarterbacks se encontra incrivelmente inflado e, com Kirk Cousins se tornando um free agent no próximo mês, os números devem aumentar ainda mais. A média de 27,5 milhões por ano pode parecer alta à primeira vista, mas é certo que Garoppolo não assinaria por menos e que San Francisco fez muito bem ao renovar com seu principal jogador agora.

Quer uma oportunidade para assinar nosso site? Aproveita, R$ 9,90/mês no plano mensal, cancele quando quiser! Clique aqui para assinar!
“odds