Confesso que antes da temporada, esperava que chegando próximo à data limite de trocas, o New York Giants fosse uma equipe vendedora. Pelo elenco que tem, jamais apostaria numa campanha com aproveitamento superior a 80% como é o caso. A ideia aqui é que Saquon Barkley, Kenny Golladay, Oshane Ximines e Julian Love estivessem disponíveis para troca, para a equipe acumular capital de Draft e seguir sua reconstrução em 2023, sob o comando da nova comissão técnica e general manager.
Felizmente, o futebol americano (e a vida) são repletos de surpresas e isso que faz a real graça de tudo. Após anos padecendo com um dos piores times da liga, o torcedor dos Giants tem motivos para sorrir: a equipe tem 6 vitórias e segundo a projeção do New York Times tem 86% de chances de ir aos playoffs. O trabalho do treinador Brian Daboll é muito acima do esperado para um primeiro ano, com ele conseguindo tirar todo suco possível do elenco. É o momento de pensar na mudança de cultura da franquia.
Não se pode hipotecar o futuro
Apesar de todo sucesso, os Giants estão longe de ser um time que pode pensar em Super Bowl em 2022: é preciso pensar em reforços que tornem seu time competitivo, mas sem estragar o planejamento futuro. Torrar escolhas altas de Draft não me parece recomendável, ainda mais que – apesar do sólido ano de Daniel Jones – a franquia deve procurar quarterbacks para seu futuro, seja em 2023 ou 2024. Ter munição para trocas, seja no mercado ou no Draft, é importante e a empolgação não pode sobrepor a razão.
Contudo, pensar em gastar escolhas da metade do processo de seleção por jogadores que possam contribuir já e na próxima temporada não é uma ideia ruim: quantos jogador de terceira, quarta e quinta rodada acabam não dando em nada, muitas vezes sendo usado somente em times de especialistas ou sendo cortados ao fim de seu primeiro ano? Trocar por nomes que já se provaram valorosos na liga e que possam contribuir por pelo menos mais um ano, é uma boa forma de encorpar o elenco.





