Mortes, impostos e o Los Angeles Chargers, “Chargerzando”. Eu sei, você já viu isso aqui antes e deve estar se perguntando “de novo?” Sim. De novo. Mesmo com a derrota em uma partida eletrizante contra o Kansas City Chiefs que findou as aspirações da equipe a lutar pela divisão, bastava uma simples vitória contra o fraquíssimo Houston Texans para praticamente confirmar a vaga na pós-temporada.
Impossível, não é? Mas deixar as piores coisas acontecerem é a especialidade da casa. Os Chargers não só perderam: eles foram humilhados pelo pior ataque da liga e fizeram Davis Mills parecer um veterano consolidado. Rex Burkhead – sim, aquele que você tem na sua memória tendo algumas corridas com o New England Patriots – teve uma média de quase 7 jardas/carregada.
Para chegar aos playoffs, os Chargers não dependem mais de si e, para ser honesto, com essa defesa terrestre, a viagem não tem chances de ser longa de qualquer maneira.
Um buraco muito exposto – a receita do fracasso
Há um mês, o Deivis lançou um texto aqui no site com o título perfeito: “Chargers não merecem a atenção que recebem“. É a pura verdade. Los Angeles vence a maior parte dos seus jogos, mas não encanta. Herbert pode até jogar bem em 90% do tempo, contudo os defeitos da franquia, especialmente os defensivos, são muito claros.
Em evidência, fica a tenebrosa defesa terrestre. Los Angeles tem a unidade menos eficiente da liga no quesito [foot]Football Outsiders[/foot] e Brandon Staley não vem conseguindo encontrar uma solução. Neste ano, os Chargers só cederam menos de 80 jardas terrestres em duas oportunidades, contra os pedestres ataques terrestres de Las Vegas Raiders e Pittsburgh Steelers. No restante, os oponentes deitaram e rolaram conforme sua vontade.
Como esperar que uma equipe possa ir longe na temporada com uma falha tão escancarada? Se por um lado a NFL é amigável a ataques aéreos, por outro isso não implica que o jogo terrestre deixará de existir. Da mesma forma que afirmamos que o Buffalo Bills não irá longe se não possuir um ataque eficiente pelo chão, o mesmo é válido na perspectiva defensiva: não ser capaz de parar os running backs adversários é a receita do fracasso.
Se você não consegue parar o pior grupo da liga, como pode sonhar em duelar contra ataques mais fortes na pós-temporada? Mais ainda, isso começa a comprometer os outros aspectos defensivos. Com exceção de Joey Bosa, nenhum defensor tem mais do que quatro sacks e nenhum dos defensores tem mais do que duas interceptações. É simples: correr se tornou atrativo e isso faz os atletas de Los Angeles terem de pensar muito antes de cada jogada, tornando a unidade mais reativa e suscetível a sofrer mais ganhos.
