A única forma de uma vitória ser injusta no esporte é se existir algo como erro de arbitragem ou influência externa, etc. Por isso, seria muito errado dizer que o Detroit Lions venceu por conta dos inúmeros drops do Kansas City Chiefs: se o time de Patrick Mahomes errou e os Lions tiraram proveito disso, que injustiça existe? Esporte é sobre isso: não errar e aproveitar a falha do oponente. Foi exatamente isso que Detroit fez, inclusive transformando um dos erros de Kadarius Toney num touchdown, numa interceptação levada para end zone pelo calouro Brian Branch.
Contudo, não foi só isso. Dan Campbell mostrou confiança e coragem para arriscar num ambiente dos mais hostis da liga. Logo no começo do jogo, ainda no campo de defesa, Detroit chamou um fake punt, que convertido, virou uma campanha de 8 minutos e o primeiro touchdown da temporada. Em outra, já nos 5 minutos finais, tentou uma quarta descida que mataria o jogo. Não deu, mas a essência está ali: jogar para vencer, com confiança, sabendo que do outro lado estava Patrick Mahomes, para quem você não quer dar chances.
Ajustes bem feitos empolgam
Fui cético quando a mudança defensiva dos Lions, mas como ela veio, é preciso elogiar. Aaron Glenn, coordenador da unidade, mixou melhor as coberturas e usou fronts mais conservadores, sem abusar de blitzes desnecessárias. Claro que o aumento de qualidade das peças que chegaram foi fundamental para melhor: Branch já apareceu, C.J. Gardner Johnson provou ser um ótimo valor e Jack Campbell teve um belo desempenho no meio da defesa. Não se faz limonada sem limões, mas vemos muitos treinadores na liga terem uma quitanda a disposição e não conseguirem fazer nada. Vale destaque também para Aidan Hutchinson, que criou o caos para cima da linha ofensiva dos Chiefs.
No lado ofensivo, não foi uma performance de encher os olhos, mas ainda assim sólida. Os 14 pontos anotados deixam isso evidente, mas lidando com muito barulho, ficou evidente que a linha ofensiva teve dificuldades para lidar com o barulho, sofrendo com a comunicação. Contudo, o jogo corrido encontrou ritmo no final e Jared Goff conseguiu algumas conversões importantes, mesmo estando pressionado. Nem todo jogo dá para dar espetáculo e melhor que jogar bonito, é vencer. Se sua defesa te deixa em condições de fechar a partida, é isso que é seu trabalho e ele foi executado.
Bruce teria inveja
Quem assistiu ao clássico Golpe Baixo, com Adam Sandler, certamente se lembra de Bruce, que queria por tudo ser wide receiver: quando ele tem a chance de pegar a bola, deixa cair e diz que comeu pipoca antes do treino. Pois bem, é preciso investigar que se o grupo de recebedores dos Chiefs não comeu o mesmo prato. Foram inúmeros erros em jogadas que Mahomes lançou perfeitamente. Kadarius Toney e Skyy Moore foram os “destaques”: tiveram 8 alvos e uma recepção, para uma mísera jarda. Por mais que o camisa 15 seja genial, tudo tem limites e essa dupla passou de todos eles. Travis Kelce no banco, lesionado, deve ter visto tudo com dor no coração.
Se o tight end fez falta, a ausência de Chris Jones não impactou tanto. Mike Danna fez um bom jogo fazendo a pressão pelo miolo da linha defensiva e Nick Bolton teve uma partida de alto nível, provando que não joga somente protegido por Jones. 14 pontos cedidos, mesmo com algumas big plays tomadas: nada mais defesa de Steve Spagnuolo que isso. Quando CJ voltar aos campos, essa unidade é promissora e vai seguir a toada dos outros anos: crescimento, aparecendo quando impacta.
A temporada começou com um grande jogo. Que siga assim: setembro sempre chega e em 2023, já veio com o pé na porta.
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