É válido se surpreender com a ascensão repentina do Cincinnati Bengals ao patamar de elite de uma AFC cheia de bons times. Vindo de duas aparições consecutivas no AFC Championship Game e com um quarterback de altíssimo nível, o time agora não pode ser excluído de nenhuma lista de postulantes ao Super Bowl, mesmo que a competição direta seja contra Patrick Mahomes e os Chiefs.
Burrow é o grande catalisador, é claro, e sem ele não existiria favoritismo nesse time. Só que chegar no topo é uma coisa, se manter é outra – e você não briga por playoff ou títulos só porque seu quarterback é um dos melhores da liga (oi, Houston Texans de 2020). Tem muito talento no elenco e tem muita coisa que explica o porquê de Cincinnati ter ido jogar a final da AFC no Arrowhead Stadium dois anos seguidos.
Acredite se quiser: linha ofensiva dos Bengals funciona
A gente pensa bastante na falta de Joseph Ossai quando lembramos o que definiu a última final de conferência, porém a bola era dos Bengals quando restavam 40 segundos no cronômetro com o jogo empatado e Chris Jones foi quem forçou a devolução da bola.
Hakeem Adeniji foi quem cedeu aquele sack, e num mundo ideal, ele nem estaria em campo porque La’el Collins, o right tackle titular, não teria se machucado no final da temporada regular. A linha ofensiva de Cincinnati foi um problema considerável nos primeiros anos da carreira de Burrow, porém ela se mostrou bem mais confiável em 2022 antes das lesões de titulares importantes, como Collins (que não foi nenhuma estrela ao longo do ano, é bem verdade), Jonah Williams (playoffs) e o bom guard Alex Cappa. No papel, era um grupo bem mais decente do que as lesões fizeram parecer.
Ano novo, vida nova. Williams mudou de lado e tem vantagem na briga pela titularidade como right tackle, enquanto Cappa, Ted Karras e o segundanista Cordell Volson formam uma boa base pelo interior. O grande reforço da linha é Orlando Brown Jr., que inclusive estava nos Chiefs na última temporada e foi contratado a peso de ouro. É um grupo bastante sólido e que dá boa proteção a Burrow, impedindo a tragédia dos milhares de sacks de 2021.
É fácil falar do restante do ataque – e honestamente não é o ponto desse texto porque é chover no molhado. Todo mundo sabe que de Burrow, Chase, Higgins e Mixon virá algo de bom. A melhora da linha ofensiva é que merece ser notada, porque o grupo ouviu coisas ruins demais nos últimos anos e finalmente se acertou. Com Brown e, espera-se, uma temporada com mais sorte nas lesões, quem sabe ele receba a atenção que merece.
Wilson e Pratt merecem toda a atenção do mundo
Mesma lógica do ataque: falar de Trey Hendrickson é fácil, mas ele não é a única peça que domina na defesa dos Bengals. O torcedor de Cincinnati sabe que Logan Wilson e Germaine Pratt formam uma dupla de linebackers de altíssimo nível, só que quem não acompanha o time de perto ainda não sabe o quanto eles adicionam na defesa de Lou Anarumo.
Wilson se estabeleceu como um dos líderes da unidade por ter uma ótima capacidade de defender o passe ao mesmo tempo que é inteligente o suficiente para atacar gaps e defender o jogo terrestre. A grande surpresa é Pratt, que mudou da água para o vinho e teve em 2022 o grande ano de sua carreira por sua evolução também na defesa contra o passe. A recompensa? Uma extensão contratual com a equipe – aliás, há algumas semanas, ele foi inclusive votado como o linebacker mais subestimado da NFL por nós no podcast de assinantes.
Se quiser formar uma trilogia contra Kansas City, o caminho para Cincinnati será espinhoso com a força do restante da conferência. Mesmo assim, a força do time e vários pontos positivos além das peças mais conhecidas fazem com que a expectativa sobre os Bengals para 2023 seja justa. Esse é um time pronto para ser campeão.
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