Nem Brady, nem Gronk: evolução da defesa é chave em Tampa Bay

Por mais que ataque seja badalado, leve evolução da defesa pode levar os Buccaneers mais longe

Fazia tempo que o Tampa Bay Buccaneers não era tão falado numa offseason da NFL. Nada mais justo, já que numa só tacada o time contratou nada menos que o maior quarterback da história e tirou da aposentadoria seu fiel escudeiro – e, pra mim, o maior de sua posição em todos os tempos também -, o tight end Rob Gronkowski. Com peças como Mike Evans, Chris Godwin e O.J. Howard já por lá, o burburinho em torno do ataque do time de Tampa foi imenso.

Claro que todo esse incremento traz excelentes perspectivas para os Buccaneers. O time foi o terceiro em jardas e pontos na temporada, mas mesmo assim só venceu sete partidas. As interceptações de Jameis Winston com certeza tiveram sua parcela de culpa nisso, mas um olhar mais minucioso traz a tona outro problema: a defesa. Excelente pelo chão, sendo a que menos cedeu jardas por tentativa, a unidade defensiva não conseguiu ter o mesmo sucesso pelo ar. Não que seja ruim, sendo a 12° em jardas por tentativa, mas foi apenas a 17° em interceptações e 30° em jardas totais. Ou seja, ajustes precisam ser feitos.

A experiência é a chave

Peguem os nomes da secundária dos Buccaneers em 2019: todos os titulares eram novatos ou estavam apenas no segundo ano na NFL. A maioria mostrou qualidade, mas experiência é algo fundamental na liga, em especial atuando na secundária e enfrentando nomes como Michael Thomas e Julio Jones duas vezes por ano. Um mísero erro é fatal. Basta ver a diferença entre as jardas em jogadas com e sem play-actione isso se comprova: duas jardas a mais de média, oitava maior diferença da liga.

Com nomes como Carlton Davis e Jordan Whitehead mais consolidados, a tendência é de evolução. Davis, por sinal, merece ainda maior destaque: clássico cornerback grande e com velocidade para cobrir homem-a-homem, o camisa 24 dos Buccaneers foi o segundo jogador com mais passes defendidos (19), ficando apenas atrás do estelar Stephon Gilmore do New England Patriots. Para aumentar a capacidade de conseguir turnovers, a franquia selecionou o safety Antoine Winfield Jr. na segunda rodada do Draft deste ano. Ótimo rastreando a bola, ele teve 7 interceptações em seu último ano universitário e pode ser a peça faltante no quebra cabeça dos defensive backs.

Achar a solução na cobertura aos tight ends é fundamental

Outro ponto que chama atenção é como a equipe foi inefetiva cobrindo tight ends na temporada passada: foram mais de 950 jardas, sexto maior número de toda NFL. Isso passa e muito pelo linebacker Devin White. Quinta escolha geral do Draft de 2019, o jogador vindo de LSU claramente sofreu contra o jogo aéreo. Nada incomum para um novato, ainda mais se considerando que o mesmo já demonstrava ser um tanto quanto afoito nos seus tempos de College Football. White acabou contribuindo ainda mais para os problemas contra o play-action, mas deve evoluir em seu segundo ano sob a tutoria do excelente Lavonte David e minimizar tais erros. 

Com Shaquil Barrett garantido por mais uma temporada após ter a franchise tag aplicada, o pass rush manteve seu principal nome. Nomes como Jason Pierre-Paul, Ndamukong Suh e Vita Vea também são importantes e formam uma base sólida na linha de scrimmage. O coordenador defensivo Todd Bowles é um dos mais renomados da liga e dificilmente deixará que os mesmos erros da temporada passada minem o trabalho de sua unidade. A expectativa é de uma defesa ainda mais agressiva pelo chão, mas muito mais sólida pelo ar. E se isso realmente acontecer, Tampa Bay dá um passo gigantesco na direção aos playoffs, coisa que não acontece desde 2007.

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