Chegou a hora da “Era do Amor”: não estou falando de nenhuma comédia romântica, daquelas bem clichês, mas sim de Jordan Love assumindo a posição de quarterback do Green Bay Packers. Após três temporadas no banco, com raras aparições no time titular, chegou a hora do camisa 10 ter sua oportunidade de provar que valeu a primeira rodada. Contudo, a missão não será fácil e as comparações sempre estarão por perto, já que substituir um Aaron Rodgers, 4 vezes MVP da liga, nunca é simples.
Todavia, da mesma forma que existe um histórico de sucesso anterior, Love também tem uma pressão por resultados imediatos mais baixa. Green Bay é uma franquia sólida, com um treinador que não aparenta estar pressionado e uma direção paciente. O elenco tem alguns buracos e entendesse que 2023 é um ano de recomeços. Isso fica ainda mais evidente quando se olham as odds para os Packers na temporada: R$ 4,80 para cada real apostado para vencer a divisão – último, empatado com Chicago Bears – e R$ 2,95 para chegar aos playoffs[foot]Data de referência 01/06/2023[/foot].
Soltar a rédea aos poucos
Traçar um caminho do que deve ser Jordan Love não é mais que um mero exercício de adivinhação neste ponto. Mesmo a comissão técnica, que o observa durante os últimos três anos treinando, deve ter suas dúvidas: já diz o ditado clássico, treino é treino e jogo é jogo. Velocidade e intensidade numa partida oficial são bastante diferentes e Love tem apenas 83 passes como profissional na carreira, um amostral pequeno e sem continuidade.
Por isso, o provável é que vejamos nas primeiras semanas Matt LaFleur chamando um ataque bem conservador, até para aumentar sua confiança e colocar um pouco de ritmo ofensivo. O jogo corrido deve ter uma importância grande e os pacotes pesados devem aparecer com frequência: o time selecionou logo dois tight ends e Josiah Deguara é uma peça flexível, alinhando com carga superior a 30% no backfield como H-back ou um fullback tradicional. Aaron Jones e A.J. Dillon que preparem as pernas para as primeiras semanas.
Sem grandes mudanças
Do ponto de vista esquemático, Matt LaFleur sempre teve um ataque “simples”: adepto da eficiência na execução, seu sistema sempre foi baseado em conceitos rápidos e tomada de decisão em reação a vantagem que a defesa lhe mostrasse. Com Aaron Rodgers, em alguns momentos, o treinador pode ousar mais e ter um dos melhores quarterbacks da história atrás do center, fazia com que a rigidez fosse menor. Contudo, agora a “fórmula de bolo” deve ser seguida a risca.
Um dos elementos que LaFleur ama usar é o screen pass: 17% dos passes de Rodgers foram usando esse tipo de jogada, maior marca da NFL em 2022. Para isso, Aaron Jones deve ter novamente uma participação importante: com mais de 8 jardas após receber passes atrás da scrimmage, sua paciência e explosão devem ser importantes, com Love soltando a bola em passes simples e rápidos para o running back.[foot]Números do ProFootball Focus[/foot]
Outros artifícios que devem aparecer com frequência são o play-action e o bootleg. Com os dois, a intenção é a mesma, que é facilitar a tomada de decisão do quarterback. A já citada fórmula de bolo fica bem mais fácil se tem menos ingredientes e com os dois, fica tudo ainda mais simples. Serão decisões baseados no “se jogador X for pro fundo, lance aqui; se ficar, lance lá”.
Tá todo mundo curioso para saber quem vai ser Jordan Love na NFL, mas para isso começar a acontecer de verdade, só quando LaFleur soltar as rédeas. Antes do meio da temporada, improvável.
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