[dropcap size=small]A[/dropcap]pós chegar ao ponto de sequer ter espaço no estádio para colocar todos os banners de campeão, ainda há motivação para o New England Patriots? Após ver o único quarterback da divisão – Ryan Tannehill/Dolphins – com potencial pleno de vencer os Patriots em casa, ainda há motivação para os Patriots? Com New York Jets e Buffalo Bills em plena reestruturação, ainda… Acho que você me entendeu.

Em termos motivacionais, seja na vida ou no esporte, é mais fácil chegar ao topo do que manter-se lá. Bill Belichick sabe disso e, em vez de se acomodar após ser mais uma vez campeão, o técnico e czar patriota fez inúmeras motivações na intertemporada. Manteve alguns jogadores, trocou por outros, contratou outros. Teve de tudo em Foxboro.
Chegada de Gilmore, permanência de Butler
Malcolm Butler foi uma das grandes estrelas no Super Bowl XLIX. Ele não era titular, ele não foi draftado, ele era calouro. Três anos depois, tornou-se agente livre restrito. Os Patriots conseguiram manter um dos mais importantes jogadores de sua defesa e, adicionalmente, trouxeram um importante reforço.
Por melhor que tenha sido a história, Butler não era lá aquelas coisas quando enfrentou os melhores recebedores da liga. Eric Rowe também não foi bem – a altura de ambos não ajuda. Com 1,83m, a chegada de Stephon Gilmore supre essa carência numa defesa na qual o único potencial problema é no pass rush.
Rob Ninkovich aposentou, Derek Rivers (escolha de terceira rodada) machucou e Kony Ealy nem de perto foi como o torcedor dos Patriots esperava. No caso do último, lembremos que Ealy teria sido o MVP do Super Bowl 50 caso os Panthers tivessem ganho aquele jogo. A questão é que, desde então – seja em Carolina ou após ser trocado para New England – ele em nada rendeu. O corte acabou sendo a melhor saída. Para complicar, dois dos quatro líderes em sacks do time não estão mais no Gillette Stadium em 2017 – Jabaal Sheard e Chris Long.
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Pass rush é uma preocupação em New England e isso pode ser sentido num cenário claro: partidas nas quais os Patriots estejam brigando até o final no último quarto. Na temporada regular, elas serão raras. Nos playoffs, isso pode complicar. Explica-se: você não quer um quarterback adversário com tempo quando o resto de sua secundária está cansada ao final das partidas, quer?
Aos 40 anos, sem sinal de queda de rendimento para Brady
Como dito acima, o que preocupa na defesa é a potencial queda de desempenho do pass rush. No ataque, nada preocupa demais fora a ausência de Julian Edelman, fora da temporada após lesão no joelho. Ele tinha acabado de renovar contrato com os Patriots e o time acabou trocando a escolha de primeira rodada pelo wide receiver Brandin Cooks – antes do Draft.
A troca veio a calhar. Não digo nem que Belichick pensa que a janela de título está se fechando – a questão é que faltava um recebedor de qualidade em profundidade, por melhor que Chris Hogan tenha sido no ano passado.
Aos 40 anos em 2017, Tom Brady vem de uma temporada com 28 touchdowns e apenas duas interceptações. Mas quatro jogos a menos. Qual será o impacto de uma temporada completa nos ombros do camisa 12? É a pergunta que fica no coração dos torcedores.
O que ajuda – e muito – é que o calendário do New England Patriots é um dos mais tranquilos da NFL neste ano. Claro, há partidas duras contra a AFC West. Mas, na divisão, qualquer coisa inferior a cinco vitórias seria um estranhamento enorme.
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