Fim de uma das mais longas novelas da NFL: após passar a temporada de 2022 inteira se recuperando de uma lesão no joelho, sofrida no Super Bowl LVI, Odell Beckham Jr. assinou com o Baltimore Ravens. O contrato tem duração de um ano e pode chegar até US$ 18 milhões, sendo que 15 destes são garantidos. Ainda existe a chance de US$ 13 milhões serem espalhados em anos futuros, os famosos “void years”, o que aliviaria a folha dos Ravens.
Desta forma, o general manager Eric DeCosta deixa o torcedor mais esperançoso, ao mesmo tempo que manda um recado. A esperança vem de que a situação com Lamar Jackson esteja mais próxima de um desfecho, já que OBJ deixou claro que quer ir para um time que dispute o Super Bowl. O recado é claro: ninguém está com a bunda na cadeira, esperando a situação de Lamar se resolver para correr atrás do prejuízo. DeCosta sabe que na NFL o tempo é precioso e cada segundo custa muito.
Uma nova cara ofensiva
Vale lembrar que Greg Roman deu adeus a franquia nessa offseason, com Todd Monken vindo da universidade de Georgia para comandar o ataque. Com isso, é esperada uma mudança na dinâmica ofensiva: o time deve seguir correndo bastante com a bola e usando pacotes com dois tight ends, mas o equilíbrio deve ser maior, com o jogo aéreo sendo mais criativo que nas últimas temporadas. Para isso, uma peça como Odell é de vital importância.
Por mais que não seja o recebedor dominante da metade da década passada, OBJ provou no Los Angeles Rams que ainda pode contribuir numa unidade bem estruturada. Se a velocidade não é mais a mesma, as rotas estão mais afiadas, a inteligência lendo as defesas foi aprimorada e o controle do corpo segue sendo de elite. Clinicamente, a expectativa é que ele esteja saudável: o corpo médico não daria o “ok” para essa contratação sem ter feito o escaneamento completo.
Se Rashod Bateman ficar saudável, a coisa muda de figura: OBJ, Bateman e Mark Andrews formam um belo trio, que ainda pode ter jogadores contribuindo bem como Isaiah Likely e Devin Duvernay. Também não dá para descartar a chegada de mais uma peça em rounds inferiores no Draft. De qualquer forma, é um cenário bem melhor que o visto alguns meses atrás.
A pressão agora está do outro lado
O relógio é inimigo de Lamar Jackson e a chegada de Odell faz ele acelerar ainda mais. Se antes, alguns torcedores ainda estavam do lado de seu quarterback por conta dos problemas esquemáticos e da falta de recebedores, agora a coisa muda de figura. Primeiro, DeCosta contratou um novo coordenador ofensivo, que deve trazer uma variedade maior para o ataque. Agora, busca Odell, que midiaticamente impacta muito na opinião popular.
Lamar não teve movimentos ao seu favor recentemente. Ao receber a franchise tag não-exclusiva, o quarterback esperava que o mercado fizesse grandes movimentos em sua direção, obrigando os Ravens a reconsiderarem sua oferta. Como isso não aconteceu, Baltimore está muito mais confortável, sabendo que o camisa 8 precisa tomar uma decisão logo, seja ela ceder e diminuir sua pedida ou mesmo assinar a tag e jogar sob ela em 2023.
Odell foi uma cartada de mestre: além de ajudar em campo, pode apaziguar os ânimos e trazer Lamar de forma mais harmoniosa de volta para franquia. Melhor para os Ravens, impossível.
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