Sem lenço, sem documento: 2023 foi mais um ano de turbulência nos Raiders

Insistir em Josh McDaniels e Jimmy Garoppolo deu o resultado esperado: confusão, demissão de técnico e mais um ano de campanha negativa. A diferença é que 2023 terminará de maneira mais pacífica do que o anterior.

Raiders

Até os engenheiros de obra pronta já sabiam o que esperar do Las Vegas Raiders apostando em Josh McDaniels em 2023: caos, confusão e demissão do treinador antes da temporada regular terminar. Jimmy Garoppolo, a aposta para ser o quarterback titular após a saída de Derek Carr, foi para o banco antes disso. Mais um ano turbulento e mais uma campanha negativa: a segunda desde que a franquia se mudou para Nevada.

Quais eram as expectativas para 2023: tentar sobreviver a mais um ano de Josh McDaniels sem confusão e não repetir o remake do Denver Broncos de 2009.

O que aconteceu: Quando foi contratado junto com Dave Ziegler, então general manager, lá em 2022, o treinador tinha a segunda chance na carreira em assumir o comando de um time. Tudo o que ele precisava era não repetir os mesmos erros da sua primeira passagem como head coach e, em especial, a regra n°1 do Clube da Luta – quer dizer, de ex-pupilos de Bill Belichick: não tentar ser Bill Belichick. Uma regra em que eu, o Deivis, o Bulio, o Betinho, todos os analistas de futebol americano e até o Papa comentamos que, caso quebrada, poderia custar uma temporada de fracassos.

O que McDaniels fez? Quebrou não somente a regra, como também repetiu a fórmula da sua passagem nos Broncos. Adicione ex-jogadores dos Patriots mais recentes (Jacoby Meyers, Brian Hoyer, etc) e troque Kyle Orton por Jimmy Garoppolo que você terá McDaniels 2: Ataque à Raider Nation. A diferença do primeiro filme para o segundo é pequena: ele foi demitido na metade da temporada, na semana 9. Para a surpresa de zero pessoas.

Apostar em Garoppolo teve o seu preço: nos seis jogos em que esteve em campo, o quarterback teve 65,5% de passes completos para 1205 jardas (um dos mais baixos da liga), sete TDs e nove interceptações. Com Garoppolo jogando mal e, em especial, não conseguindo esticar o campo verticalmente, o ataque sucumbiu: a linha ofensiva piorou, o jogo terrestre sumiu, Davante Adams foi subutilizado e o time perdeu jogos. As derrotas para Bears e Lions fecharam a tampa do caixão. O resultado não poderia ser diferente: Garoppolo foi para o banco e todo mundo – McDaniels, Ziegler e o coordenador ofensivo Mick Lombardi – foi para a rua.

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Antonio Pierce foi promovido como head coach interino em meio ao puro estado de caos: ele é o 12° a assumir o cargo em 20 anos, a maior marca da NFL. Além dele, Aidan O’Connell virou o titular, mesmo com Garoppolo saudável. Não que a situação tenha mudado da água para o vinho: com McDaniels no comando, os Raiders tinham média de 14.6 pontos por jogo (29° na liga). Nos oito primeiros jogos com Pierce, a média aumentou para 18.9 pontos (22° na liga). Não mudou muita coisa, ainda porque O’Connell está longe de ser um jogador a confiar seu futuro: ele não é um quarterback móvel e tem seus problemas segurando a bola por mais tempo que o necessário, sendo hoje um backup ok e nada além disso.

Porém, a maior mudança que Pierce trouxe foi esperança. Ele está mais para a escola Dan Campbell/Mike Vrabel do “treinador motivação” que para os esquemas táticos, contudo foi a sua liderança que fez os jogadores confiarem nele e jogarem por ele. O Las Vegas Raiders vai terminar 2023 com mais uma campanha negativa, é fato. No entanto – e talvez, pela primeira vez em bons anos -, o sentimento de esperança volta a surgir na torcida.

O que esperar para 2024: Pelo segundo ano consecutivo, os Raiders irão começar uma nova temporada com mais incertezas do que certezas. Mas diferente do ano anterior, 2024 não terá Josh McDaniels – e isso já é um ponto positivo enorme. Se Pierce será promovido do cargo interino ou não, ainda é uma incógnita. Isso não diminui, porém, a necessidade da franquia de remodelar seu ataque e encontrar um novo quarterback. E não, Mark Davis, refugo não é solução: é para selecionar um jogador no draft.

Os Raiders estarão longe de uma escolha top-5: ou seja, longe de selecionar Caleb Williams ou Drake Maye. Ao mesmo tempo em que devem se situar no final do top-10, provavelmente. Existem outros prospectos na posição começando a ganhar força, como Michael Penix Jr. e Jayden Daniels, mas todos eles são jogadores que precisam de uma maior lapidação – e os Raiders não são o melhor cenário para isso. Quarterback é a necessidade maior, porém há inúmeras outras: wide receiver, running back, cornerback e um alguém (bom) para jogar ao lado de Maxx Crosby são algumas delas.

2024 será um ano para os Raiders responderem muitas perguntas: qual será o futuro de Josh Jacobs, que será free agent na próxima temporada? Davante Adams e Hunter Renfrow seguem na franquia? Quem será o técnico? E o quarterback? Neste momento, nada é certo. A única afirmação 100% concreta seja a de que está na hora da franquia começar sua reconstrução. Sem refugos e sem treinadores caóticos: é parar de enrolar na faxina e arrumar a casa. De vez.

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