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Stroud devolve a esperança aos Texans

Franquia enfim achou seu quarterback e o vê em atuações excelentes neste início de temporada. Stroud chegou em ótimo nível e renovou os ânimos em Houston.

Como torcedor do Houston Texans, não posso mentir: a vitória sobre o Indianapolis Colts, na última semana da temporada regular de 2022, colocou em mim raiva o suficiente que poucas vezes senti pela franquia. Na época, a seleção de C. J. Stroud sequer passava pela minha cabeça. Tudo que me rodeava era: “perdemos a primeira escolha, perdemos Bryce Young”.

O tempo passou e nada como uma escolha certa de comando para revigorar a confiança perdida. A chegada de DeMeco Ryans e a energia que ele trouxe renovaram as escolhas da equipe. A seleção de Stroud somada à de Will Anderson deixava claro que o treinador possuía plena convicção do que estava fazendo.

Hoje, ele colhe os frutos de um processo bem feito. Stroud não é apenas o grande favorito ao prêmio de Calouro Ofensivo do Ano, mas um dos melhores quarterbacks de toda a liga e com um dos melhores inícios de carreira na posição de todos os tempos. Vemos uma estrela em ascensão.

Confirmando as predições 

Se você não acompanhava o futebol americano universitário com afinco, talvez fique surpreso pelo nível de atuação de Stroud. Não deveria ser assim. Nós, inclusive, colocamos C. J. como o melhor prospecto da posição no recrutamento, na frente de Bryce Young que se tornaria a primeira escolha geral pouco tempo depois.

Por que, então, o espanto? Para começar, Bryce viveu uma temporada explosiva em Alabama que chamou a atenção de todos, virando os holofotes para si – a mídia impacta muito em qualquer esporte. O outro fator diferencial passava pela mobilidade. A capacidade de improvisação com as pernas cresce em importância a cada ano na liga e Stroud não possui isso como característica, assemelhando-se mais àquele modelo de pocket passer que nos acostumamos a observar no passado.

Esse segundo aspecto somado à ascensão de Young fez de Stroud um prospecto subestimado. Também havia o “fantasma de quarterbacks de Ohio State”, faculdade que nunca formou um grande passador para a NFL e viu fracassos recentes (Dwayne Haskins, Justin Fields) reforçarem esse estigma. Isso, porém, nem deveria estar no ponto de avaliação de um olheiro sério.

Para quem se dedicou a analisar o calouro, vê hoje as predições serem confirmadas. Stroud encontra janelas apertadas dentro de campo, lê bem as defesas e não desiste em momento algum da partida. O que mais se destaca para mim, contudo, é sua competência em entender o que o jogo lhe fornece: mesmo enfrentando defesas fortes nesse início, por detrás de uma linha ofensiva recheada de desfalques, C. J. ainda não foi interceptado e nas últimas duas partidas sequer foi sackado. É um amadurecimento extremamente veloz.

O futuro é brilhante

Mais impressionante do que as partidas é entender como Stroud chega com tanta maturidade à liga. Não é fácil se adaptar tão rapidamente ao nível profissional e isso torna as expectativas para seu futuro ainda maiores. Sua evolução a cada partida é notável.

A começar pelo curto prazo, os principais lesionados da linha ofensiva (Laremy Tunsil, Tytus Howard) de Houston voltaram a treinar nesta semana e ele, enfim, poderá atuar com uma unidade mais competente. Ademais, a sequência de quatro jogos contra todos os times da NFC South resulta em um calendário mais ameno do que o de início, permitindo que ele brilhe ainda mais em uma situação mais confortável.

Essa progressão também permitirá que Bobby Slowik comece a trazer novos elementos para a unidade. Aprendiz de Kyle Shanahan, ele vem se aproveitando bastante dos conceitos de seu antigo mentor e poderá trazer novas variações para tornar o ataque mais dinâmico. Some isso à evolução do quarterback e temos um ataque bem mais interessante.

Para complementar tudo isso, Stroud tem um viés de liderança que faz com que seus companheiros se animem pelo seu desempenho, colocando o time na direção certa. Ok, talvez eu esteja sendo um pouco passional, mas talvez eu apenas represente o mesmo sentimento que quem está lá dentro viveu nos últimos anos.

Houston, enfim, achou uma luz. É possível ser feliz a cada semana, visando um futuro brilhante.

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