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Wilson precisa jogar bola em 2023: paciência em Denver será curta

Quarterback teve carreira repleta de glórias em seus tempos de Seattle Seahawks, mas isso de nada servirá se repetir o fracasso da temporada passada: ninguém comemora feitos de outros times

Uma das coisas que mais se ouve é que nos dias atuais, o tempo “passa mais rápido”: na era digital, a paciência é cada vez menor e tudo se torna descartável rapidamente, com substituição constante. De certo modo, dá para dizer que na NFL as coisas também caminham nesse sentido: apenas 9 treinadores estão no time que comandarão em 2023 a mais de 5 anos. Entre os quarterbacks titulares, o número é bem próximo usando o mesmo lastro temporal.

Dentro dessa ótica de uma liga que exige mais resultados rápidos, Russell Wilson precisa colocar suas barbas de molho. Dono de uma história de sucesso incontestável no Seattle Seahawks – onde venceu um Super Bowl e chegou a outro – ele terá uma chance de provar que o ano de 2022 no Denver Broncos foi realmente atípico. Contudo, o camisa 3 não pode se dar ao luxo de olhar para seu passado e achar que ele respaldará algo se sua melhor versão não aparecer em 2023.

Ninguém liga

Em Seattle, talvez uma temporada tenebrosa como Wilson teve em 2022 fosse relevada: ele é um ídolo na franquia e foi parte fundamental da última década dos Seahawks, ganhando o já citado título. Todavia, Wilson precisa lembrar o que ele até agora não representa absolutamente nada na história do Denver Broncos. Seus feitos são nulos e nenhuma torcida aplaude conquista em outro time. Pouco importa os milagres feitos sob o comando de Pete Carroll para o torcedor do Colorado, ele não torce para os Seahawks.

Talvez seja mais justo dizer que ele representa até agora apenas uma grande decepção. Ao ser contratado por um grande capital – foram duas escolhas de primeira e segunda rodadas do Draft, além de algumas de dia 3 e três jogadores -, o torcedor esperava encontrar um líder para sanar o problema que vinha desde a aposentadoria de Peyton Manning após o Super Bowl 50. De similar entre os dois no primeiro ano de Broncos, só as 11 interceptações. A diferença é que Manning lançou 37 touchdowns e Wilson, 16.

Também é importante lembrar que o quarterback recebeu uma extensão contratual polpuda sem sequer ter pisado no campo: Wilson recebe a média salarial de US$ 48,5 milhões de dólares, a quarta maior da liga toda. Não se paga um salário desse porte para seu quarterback lançar 16 touchdowns e ainda ser criticado por uma liderança de plástico como visto em 2022.

A tábua de salvação

Cabe agora ao camisa 3 baixar a crista e entender que quando teve poder de decisão, as coisas não funcionaram. O novo xerife se chama Sean Payton e é dele que virão as ordens. Para começo de conversa, duas regalias esdrúxulas foram cortadas, segundo fontes que cobrem a franquia: Wilson tinha uma sala privada no andar dos treinadores e além de um “personal coach” da posição, algo que já foi abolido pelo novo head coach.

Enquanto Nathaniel Hackett era um treinador permissivo em relação aos planos de jogos, Payton deve trazer uma estrutura mais rígida, já que tem moral para isso. Então é bem provável que o ataque mude, com um bom volume de jogo terrestre, chamadas de passe rápidos na primeira leitura e o screen game sendo inserido em quantidades razoáveis. Ao quarterback, caberá executar o plano de jogo e não fazer o que acha melhor, como muito reportado na temporada desastrosa.

Se ainda assim Wilson não funcionar, a porta da rua pode ser o caminho. Com novos donos, que querem retorno do investimento feito, uma troca não pode ser descartada: ela custaria um valor alto na folha, mas cortaria o mal pela raiz. É melhor Russell jogar bola em 2023 ou sua biografia terá sempre algo mais que a de um cara que venceu o Super Bowl: terá uma linha como uma das piores trocas da história da NFL.

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