Nick Sirianni: o turbilhão de emoções

O head coach dos Eagles vai para o seu segundo Super Bowl em quatro anos no comando da equipe. Ame ou odeie, Nick Sirianni tem um feito que poucos possuem na história da liga.

sirianni

Dentre todos os técnicos atuais da NFL, são poucos que geram tantas declarações sinceras de ódio quanto Nick Sirianni. Seja pela personalidade caótica com a imprensa e até com a própria torcida, o técnico dos Eagles causa tanto rebuliço quanto Madureira em época de Carnaval. Ainda assim, ele vai para o seu segundo Super Bowl em quatro anos no comando da equipe.

É inegável que o treinador tem um papel importante no sucesso da franquia nestes últimos anos. Quer você o ame ou o odeie, Nick Sirianni é parte do motivo dos Eagles serem tão estáveis. Mesmo que essa estabilidade tenha um jeito meio caótico.

“É muito difícil ser eu”!

Caso o roterista da NFL se inspirasse nos programas de TV, Nick Sirianni seria uma mistura de Menino Charlinho com Mia Colucci chorando por seus perrengues de patricinha. Ora amado, ora odiado por muitos, uma coisa é certa: não dá para passar por ele sem ter um mínimo de emoção.

Este ano é um bom exemplo da montanha-russa chamada Nick Sirianni. O final bagunçado de 2023 deixou uma pulga atrás da orelha sobre a continuidade do trabalho dele. Tanto que a solução do time foi recorrer a dois coordenadores com experiência na liga: Kellen Moore e Vic Fangio. No entanto, o começo de 2024 também teve turbulência. Na semana 2 contra Atlanta, por exemplo, uma chamada de passe numa 3° descida na reta final do jogo causou controvérsia – e quando os Falcons ficaram com a vitória, piorou ainda mais.

A fase ruim durou pouco, mas nem as vitórias amenizaram as tortas de climão. O próprio Sirianni bateu boca com a torcida em pleno Lincoln Financial Field, na vitória contra os Browns na semana 6. Além disso, tiveram as alfinetadas públicas de A.J. Brown sobre não estar mais envolvido no playbook e Brandon Graham jogando lenha nessa fogueira, de quebra. Era tanto rebuliço desnecessário que não era exagero se preocupar em como isso prejudicaria a equipe. Para o alívio do torcedor, as confusões foram apenas fogo de palha. Philadelphia continuou vencendo e mostrou, semana após semana, o seu poder de fogo. Não à toa que se consagrou mais uma vez campeão da NFC e vai tentar, novamente, buscar o Vince Lombardi.

Fala-se bastante dos coordenadores e do elenco, cujo talvez seja o mais completo da NFL. Contudo, é injusto não dar os méritos ao head coach também. Afinal de contas, todas as decisões passam por ele têm o seu aval. O sucesso dos Eagles passa por ele e isso já é histórico. Nick Sirianni é o primeiro técnico na história da franquia a ir para dois Super Bowls. Nem Doug Pederson e Andy Reid, os dois treinadores mais importantes da história recente dos Eagles, conseguiram esse feito. Ame ou odeie, Nick Sirianni está fazendo história. Mesmo que ele tenha a personalidade retirada do Hermes e Renato.

Desapegar faz bem, amadurecer também

Embora tenha muitas figurinhas repetidas nesse elenco e comissão técnica, este Super Bowl entre Chiefs e Eagles terá nuances diferentes para o segundo. Philadelphia não tem a mesma defesa caça-níquel de sacks como em 2022. Porém, é uma das melhores defesas pressionando o quarterback e faz isso de maneira excepcional: seja pelas pontas com Zack Baun, por exemplo, ou seja pelo miolo com Jalen Carter. E com todo o respeito à Jonathan Gannon, a defesa de Vic Fangio é melhor no conjunto da obra do que a de 2022.

O próprio ataque também passou por mudanças. Saquon Barkley é um capítulo à parte, mas o jogo aéreo mudou. Jalen Hurts está mais para um game manager em 2024 do que há três anos atrás. A.J. Brown e DeVonta Smith tiveram um ano mais apagado. Isso não significa que é algo ruim, pelo contrário: vide a própria final de conferência contra Washington. O ataque dos Eagles é muito mais completo hoje do que em 2022 e chegará com a moral lá em cima no dia 9.

Seja qual for o final deste ano, a grande lição que fica em Philadelphia é: o time soube desapegar das distrações e amadurecer na hora certa. Os frutos são apenas consequência disso – e se tiver um troféu Vince Lombardi como cereja do bolo, melhor ainda.

Para saber mais:
Ep 116: Recap das finais de conferência da NFL
Dor da eliminação não pode sepultar o Buffalo Bills
Commanders voltarão mais fortes – e 2024 é motivo de muito orgulho
Como Texans podem dar verdadeiro salto em 2025?

Quer ter todo conteúdo do ProFootball rapidinho em seu celular ou computador sem perder tempo? Acesse nosso grupo no WhatsApp e receba tudo assim que for para o ar. Só clicar aqui!

“odds