O Philadelphia Eagles inicia a temporada 2025/26 carregando o peso – e o privilégio – de quem vem de um título de Super Bowl. A franquia chega como favorita natural na NFC, não apenas pelo talento do elenco, mas pela solidez de um projeto que se mantém competitivo ano após ano.
Continuidade de um projeto dominante
E aqui está o ponto-chave: mesmo com perdas importantes, como as saídas do cornerback Darius Slay e do pass rusher Josh Sweat, o torcedor não vê um buraco aberto. Isso porque Howie Roseman, general manager da equipe, há tempos construiu uma reputação invejável no planejamento de elenco. Ele tem sido capaz de antecipar necessidades e encontrar soluções antes que elas se tornem urgência.
Em 2025, isso volta a se confirmar. Para a secundária, a presença de Cooper DeJean, jovem cornerback versátil, surge como reposição natural, mantendo o nível de competitividade. No front, Nolan Smith finalmente deve receber protagonismo maior, ocupando a lacuna deixada por Sweat e acrescentando juventude a um pass rush que já era explosivo.
Essa transição, que poderia ser traumática em outras franquias, ocorre de forma quase natural nos Eagles. O motivo é claro: existe continuidade no elenco, visão de longo prazo na gestão e um sistema que valoriza as virtudes individuais de seus atletas.
Esse padrão não é de agora. Basta lembrar como Roseman lidou em anos anteriores com a renovação da linha ofensiva ou a chegada de playmakers defensivos quando veteranos se despediram. O segredo é nunca se apegar ao passado, mas preparar o futuro enquanto o presente ainda é vitorioso. E é exatamente isso que sustenta a posição dos Eagles como força dominante da NFC.
Ajustes finos para repetir a dose
É claro que nem tudo são flores. Se existe um ponto de atenção para 2025, ele passa pelo ataque. A saída de Kellen Moore, coordenador ofensivo, abre questionamentos sobre como será a condução do sistema de Jalen Hurts. Moore não revolucionou o ataque, mas conseguiu dar ao quarterback estabilidade em leituras rápidas e versatilidade de playcalling.
Agora, a continuidade desse ritmo dependerá de como a nova comissão técnica ofensiva vai se adaptar sem perder agressividade ou criatividade. Em uma conferência onde rivais como Lions, Commanders e Rams estão cada vez mais perigosos, detalhes no ataque podem ser a diferença entre repetir o título ou cair prematuramente em janeiro.
Outro ponto de atenção é Saquon Barkley. O running back foi peça determinante na campanha de 2024/25, oferecendo explosão, capacidade de quebrar tackles e consistência em momentos decisivos. Mas sua utilização em excesso preocupa: foram mais de 400 carregadas na temporada, um número historicamente perigoso para qualquer jogador da posição.
O desafio dos Eagles será equilibrar a carga de Barkley para que ele chegue saudável aos playoffs, sem abrir mão de sua importância no sistema ofensivo. A gestão desse equilíbrio será quase tão decisiva quanto qualquer contratação ou ajuste tático.
Apesar dessas ressalvas, a mensagem geral é otimista. Os Eagles possuem um dos elencos mais completos da liga, uma defesa renovada sem perder qualidade e um ataque com potencial para manter alto nível. Há continuidade no projeto, talento em todas as áreas e uma cultura vencedora que se fortaleceu com a conquista do Super Bowl.
Em uma NFL marcada pela imprevisibilidade, os Eagles começam 2025/26 não apenas como candidatos, mas como o time a ser batido na NFC. Repetir o título nunca é tarefa simples, mas se há uma franquia preparada para isso, é a de Philadelphia.
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