O Green Bay Packers tem time para vencer de todo mundo?

A trajetória do Green Bay Packers na temporada tem sido uma das histórias mais interessantes de 2016. Depois de um começo promissor – em especial com a atuação convincente do ataque na Semana 3 -, o time degringolou, perdendo as quatro partidas entre as semanas 8 e 11. Naquela altura, os tetracampeões do Super Bowl tinham uma campanha 4-6, e teriam que bater praticamente todos os adversários para se classificar para a pós-temporada.

Não deu outra. Com Aaron Rodgers jogando em altíssimo nível, o Green Bay Packers bateu todo mundo, e a última derrota sofrida foi no dia 20 de novembro, há sete partidas atrás. Na rodada de wild card, o time deu o troco por 2007 e 2011 no New York Giants e estraçalhou uma das unidades defensivas mais imponentes da liga.

Com o Dallas Cowboys no horizonte, a pergunta que não quer calar: o Green Bay Packers tem time para bater todo mundo que vê pela frente?

Quem tem quarterback, tem tudo

E quem tem Aaron Rodgers, tem sempre chance de vitória. Só que antes de falarmos do camisa 12, precisamos olhar para os jogadores que o cercam.

A defesa do Green Bay Packers, em primeiro lugar, não é um primor. Basta pegarmos o primeiro tempo da partida contra o New York Giants no último domingo. Eli Manning não teve dificuldades em encontrar espaços na marcação em zona entre a secundária e o front seven. Os recebedores Odell Beckham Jr. e Sterling Shepard conseguiram criar separação dos seus marcadores – e apesar de terem trocado as mãos por tijolos por uma tarde, o que importa para esta análise é que eles conseguiram se desvencilhar dos defensive backs.

Do outro lado da bola, temos um grupo de recebedores que deram conta do recado, e se deram. Jordy Nelson, nosso comeback player de 2016, liderou a NFL em touchdowns aéreos e foi uma arma crucial para essa campanha marcante. Davante Adams surgiu naquele papel à la James Jones e teve 12 touchdowns (empatada a segunda melhor marca), sendo uma constante ameaça na red zone. Infelizmente, Nelson dificilmente jogará o Divisional Round por causa de uma lesão nas costelas.

A linha ofensiva, por sua vez, é pra lá de competente protegendo Aaron Rodgers. Cansei de ver jogadas onde o camisa 12 mantém seu trabalho de pés impressionante por muito tempo até encontrar uma janela para fazer o passe. Para ilustrar, Rodgers é o quarterback que segura a bola por mais tempo tirando Tyrod Taylor. David Bakthiari tem se mostrado um tackle para lá de confiável, cedendo apenas vinte pressões em 2016, o único left tackle que foi responsável por menos sacks que o próprio quarterback (23 na conta de Rodgers). Bryan Bulaga, na outra ponta da linha, segue a boa proteção ao signal caller, embora pudesse fazer um papel melhor no jogo terrestre. O que nos leva ao próximo ponto…

backfield dos Packers tem sido uma zona. Eddie Lacy entrou com a promessa de um ano de recuperação, mas se lesionou, e, enquanto esteve em campo, parecia um pequeno planeta em movimento, denso, pesado. James Starks até teve oportunidades como titular, só que as lesões e uma média baixa de jardas por tentativa acabou minando a chance do veterano. No final das contas, o que Mike McCarthy vem implementando é um rodízio de Ty Montgomery, Christine Michael e o fullback Aaron Ripkowski. Apesar da eficiência de Montgomery em algumas partidas, desnecessário dizer que o time passa a bola muito mais do que corre.

E então, os Packers podem levar o Super Bowl LI?

O time do Green Bay Packers tem problemas notáveis. A falta de jogo terrestre e de uma defesa imponente podem ser cruciais no resultado dos playoffs. Todavia, o time conta com o melhor quarterback em atividade na NFL, que, por si só, pode colocar um déficit contraído pela defesa nas costas e reverter o fluxo de uma partida.

Quando você tem um jogador como Aaron Rodgers, você sempre tem como bater todos os adversários. Se observarmos os adversários da NFC, os Falcons e Cowboys tem unidades defensivas médias e o Seattle Seahawks já foi destrinchado pelo camisa 12 nesta temporada. São adversários que podem sofrer enfrentando a 24ª do Draft de 2005.

A possível ausência de Jordy Nelson preocupa, de fato. Sem o camisa 87, o time teve dificuldades em estabelecer um ritmo forte no jogo aéreo em 2015. Acredito que, mesmo assim, há formas de contornar esse desfalque. Randall Cobb pode ser a solução, e o tight end Jared Cook, muito acionado no Wild Card Round, apareceu como um escape e pode justificar sua contratação na última free agency.

No final das contas, no futebol americano, ganha quem faz mais pontos. E quem tem Aaron Rodgers no comando está sempre no páreo. O alto nível de jogo do camisa 12 pode compensar as fragilidades da equipe, e isso faz do Green Bay Packers um candidato real ao troféu Vince Lombardi.

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