O New York Giants ainda é o favorito contra o Dallas Cowboys?

Apesar da linha em Vegas estar em -4 para Dallas (ou seja, se você escolher o handicap dos Cowboys, a franquia precisa ganhar por pelo menos cinco pontos de vantagem para você levar a grana), a impressão no início da semana era que New York era favorito fora de casa no Sunday Night Football desta semana. A semana evoluiu, Ezekiel Elliott vai poder jogar (e, possivelmente, estará em campo durante toda a temporada) e Odell Beckham Jr. virou dúvida. Por causa disso fica o questionamento: os Giants ainda são favoritos?



“canecas"

Para os apressados de plantão: sim, mas não tanto quanto no início da semana. A volta de Elliott influencia, mas Beckham não estar 100% é o que mais faz a diferença. Ele é o principal jogador desse ataque, o cara que pode criar alguma coisa do nada e não poder ter um desempenho consistente deve afetar diretamente este ataque.

New York ainda continua favorito por causa do tanto de mudança (e drama) que seu adversário de divisão sofreu durante a intertemporada. Suspensão, mudança na linha ofensiva, volta de Elliott e uma secundária mais fraca e com novos nomes. A situação de Dallas ainda está muito volátil para apontar que este time continuará na mesma pegada que terminou o ano passado.

As mudanças que afetaram Dallas

Para quem não acompanhou de fato todo o trabalho da intertemporada, vamos fazer um resumo rápido do que aconteceu em Dallas – e o porquê de dizermos que o favoritismo não é deles, apesar de jogarem em casa.

A maior força da franquia nos últimos três anos foi a sua linha ofensiva. Com continuidade, os Cowboys a construíram desde 2013: primeiro escolhendo Travis Frederick na primeira rodada de 2013, depois com Zack Martin em 2014 e finalizando com La’el Collins como undrafted free agent em 2015. Com Doug Free e Tyron Smith já titulares, este foi o principal fator para os dois títulos da NFC East no período.

Não era só a qualidade individual dos atletas que fazia a diferença: a continuidade também. Sem grandes alterações – apenas ano passado Collins sofreu com lesões, mas mesmo assim foi substituído a altura – durante todo o período, o entrosamento entre as cinco peças foi fundamental para deslanchar a carreira de Elliott e Dak Prescott. Mas a intertemporada de 2017 veio para mudar completamente este cenário de estabilidade, com a aposentadoria de Doug Free – o right tackle.

Sem Free, os planos ainda não se alteravam muito: bastava deslocar Collins para right tackle (que precisa se provar e tentar continuar saudável) e manter a estabilidade com Ronald Leary assumindo o lugar de Collins – já que ele jogou 2016 inteiro com a lesão de seu companheiro. Só que a situação caótica do salary cap fez com que a franquia não pudesse o bancar e, no fim do dia, Chaz Green (que teve um Training Camp esquecível) e Jonathan Cooper (um bust para Arizona) acabaram disputando a posição – com Cooper virando titular.

Como se não bastasse as mudanças em duas posições da linha ofensiva (e um banco longe do ideal), a secundária também sofreu alterações profundas. Barry Church, J.J. Wilcox, Brandon Carr e Morris Claiborne foram embora em uma leva só. São três titulares de uma secundária que foi a segunda que mais cedeu passes completos no ano passado.

O pior é que para compensar a franquia trouxe Nolan Carroll (que nunca foi espetacular na carreira e já está com 30 anos) e três calouros – que devem entrar em campo apenas em situações de nickeldime. Some isso ao fato que o pass rush foi um dos piores da liga no ano passado (terceiro pior pressionando os adversários) e é possível entender que as primeiras semanas devem ser sofridas para esta defesa – Rod Marinelli é um gênio, mas não é milagreiro.



O principal matchup: como a linha defensiva dos Giants vai explorar esta deficiência do adversário

A maior fraqueza de New York, de longe, é a sua linha ofensiva. Ela não jogou bem ano passado, basta ver os números do jogo terrestre, e constantemente colocou Eli Manning em situações de pressão. E para este ano não houve nenhuma mudança, visto que D.J. Fluker não conseguiu nem bater John Jerry, que foi um dos piores right guards da liga no ano passado.

O maior alívio para os visitantes é que o adversário possui um pass rush que ainda não foi provado. Taco Charlton fará a sua estreia nos profissionais, Demarcus Lawrence precisa começar a produzir após um ano esquecível e Tyrone Crawford é um jogador de rotação. Os donos da casa vão ter problemas explorando o ponto mais fraco da franquia, o que torna os Giants favoritos no confronto.

Além disso, a linha defensiva de New York é uma das únicas da liga que podem bater de frente com a linha ofensiva de Dallas. Ano passado, os Cowboys correram para uma média de 104,5 jardas nos dois confrontos – duas vitórias de New York. Só para o leitor se situar, os Cowboys tiveram uma média de 149,8 jardas corridas no ano passado – uma queda bruta de produção enfrentando esta linha defensiva.

No fim do dia, os Giants ainda são favoritos

Mesmo com Odell Beckham Jr. jogando longe dos 100%, a quantidade de alvos para Eli Manning, somado ao fato da secundária e do pass rush adversário ainda não serem confiáveis, deve permitir que este ataque se desenvolva constantemente durante a partida. A grande diferença estará do outro lado da bola, quando a defesa dos Giants precisar segurar Elliott e Prescott.

Mesmo assim, o tanto de drama e mudanças devem ajudar a linha defensiva dos visitantes a conter os danos do jogo terrestre. Se os Giants saírem na frente e conseguirem controlar a defesa dos Cowboys, será muito difícil Dallas manter a mesma filosofia, o que pode ser decisivo para o resultado final.

A expectativa é de um jogo extremamente equilibrado e que pode ir para qualquer lado. Os Cowboys possuem potencial para evitar que estes problemas afetem o desempenho em campo e finalmente vençam New York. Mesmo assim, as duas derrotas no ano passado indicam que o adversário possui as peças certas para impedir a produção dos pontos mais fortes de Dallas.

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