Eis que a realidade chegou em Chicago. Se até três semanas atrás o Chicago Bears era tido como uma grata surpresa na temporada, com suas cinco vitórias em seis jogos, hoje a realidade é bem diferente. O número de vitórias segue o mesmo, porém agora são quatro derrotas na tabela de classificação. De postulante ao título da divisão, brigando com o Green Bay Packers, o time passou a mero competidor pelo Wild Card. Inclusive se os playoffs começassem hoje, a equipe estaria de fora.
A falta de equilíbrio está escancarada: enquanto a defesa é bem produtiva, o ataque enterra qualquer pretensão de o time se tornar um sério candidato a algo maior. Dentro da organização fica bem claro que o coordenador defensivo Chuck Pagano tem total liberdade em sua unidade, porém o ataque está concentrado nas mãos do head coach Matt Nagy. Por mais que formalmente Bill Lazor comande o grupo, esse ataque tem a estrutura de Nagy, que inclusive é quem chama as jogadas.
Os problemas são muito maiores que as peças
O grande X da questão no ataque dos Bears até essa temporada era a posição de quarterback, com Mitchell Trubisky. Afinal de contas, ele era dado como limitador, fazendo com que planos de jogos e chamadas fossem mais conservadoras, evitando assim os turnovers. Nick Foles chegou e Matt Nagy tomou sua primeira decisão errada no ano: manteve Trubisky como titular e só foi colocar Foles em campo na metade da semana 3. Já naquela partida ele se mostrou um quarterback melhor, tirando um déficit de 16 pontos e virando o jogo contra o Atlanta Falcons.
Quando olho e vejo os Bears como o 28° ataque em jardas totais e pontos, sendo também o penúltimo em jardas por jogada, a primeira coisa que me vem a cabeça é que falta talento. Porém, passando o olho pelo elenco, isso some facilmente. Allen Robinson é um ótimo wide receiver e todas demais posições tem jogadores sólidos. Foles é um bom game manager e times com elencos ofensivos similares fazem campanhas melhores, como, por exemplo, o Indianapolis Colts. O grande entrave está no comando: o treinador faz um péssimo trabalho maximizando o que tem em mãos.





