Por mais que pareça estranho, Jimmy Garoppolo e Matt Cassel tem muitas semelhanças. Ambos foram draftados pelo New England Patriots, lapidados pelo coordenador Josh McDaniels e foram ter sua primeira temporada completa após um bom tempo na liga. Também, tiveram boa produção quando se tornaram titulares, cercados por um bom sistema e mentes ofensivas a frente de seus tempos. Não bastante, contaram do outro lado da bola, com defesas que estiveram entre as 10 que menos sofreram pontos naquele ano. Os números de ambos inclusive, são bem-parecidos.

Cassel não teve mais sucesso depois de sua estreia como quarterback principal. Claro que houve uma mudança de time, com ele indo para o Kansas City Chiefs (numa troca que também enviou Mike Vrabel) em 2009, mas sua carreira nunca decolou. Um ou outro bom momento em 2010, mas fora isso, o máximo que ele conseguiu foi se tornar um reserva confiável. Pensando nisso, o que Garoppolo e os 49ers precisam fazer para evitar ter o mesmo destino? Jimmy tem as ferramentas para ter um futuro diferente? Separei alguns pontos interessantes e que ajudarão nas respostas.
EQUILÍBRIO
O primeiro ponto é o equilíbrio. Não adianta os 49ers tentarem colocar o jogo nos ombros de Garoppolo, pois isso aumentará o potencial de dar errado. Cassel saiu de um Patriots que tinha simetria quase perfeita entre de jogo de passe e corrido (51/49% conforme o site Pro Football Reference), para um Chiefs que preferiu colocar a maior parte da responsabilidade nas costas do então seu novo quarterback e deu errado. Claro que em 2020 o passe é uma parte mais importante na equação ofensiva que em 2009, mas os 49ers foram pródigos em equilibrar isso em 2019 e devem manter a fórmula para minimizar o insucesso.
BOAS DEFESAS
O ataque dos 49ers não é explosivo e vertical. É um ataque de ritmo, que avança pelo campo, sendo o sexto com maior posse de bola ofensiva em 2019. Os Patriots de 2008 seguiam a mesma toada, sendo o terceiro time com mais tempo no ataque. Em ambos os casos, as defesas eram da elite da NFL. Com isso, mesmo quando estavam perdendo, a margem de pontos era pequena e não fazia com que o lado ofensivo da bola mudasse suas características.
Não foi isso que aconteceu em 2009 em Kansas City. A defesa foi a segunda que mais sofreu pontos e a terceira com mais jardas por jogada do adversário. Todd Haley, treinador dos Chiefs, mandou embora o coordenador ofensivo Chan Gailey na pré-temporada por considerar suas chamadas conservadoras. Ou seja, a equação perfeita para o desastre: sistema vertical + quarterback de passes curtos + pouca proteção + defesa frágil = fracasso.
Não diminuir a qualidade defensiva será vital para os 49ers em 2020.
DAR ALVOS DE QUALIDADE
Uma das grandes bobagens dos Chiefs foi pensar que Cassel faria qualquer recebedor brilhar. Por isso, trocaram ninguém menos que o tight end Tony Gonzalez e deixaram por lá basicamente o wide receiver Dwayne Bowe. Por sua vez, Bowe teve um ano bem fraco, com menos de 600 jardas recebidas e foi suspenso por uso de diuréticos.
Os 49ers começaram bem, repondo a perda de Emmanuel Sanders com Brandon Aiyuk no Draft. Porém, o grupo ainda é raso e uma lesão pode por tudo a perder. Um veterano deve ser considerado é Taylor Gabriel, que já trabalhou com o head coach Kyle Shanahan em Atlanta.





