Os 5 perdedores da 1ª rodada do Draft 2019

Giants, Case Keenum e cornerbacks tiveram uma noite ruim

A véspera do primeiro dia de Draft é provavelmente o momento de maior otimismo na vida dos fãs da NFL. Todo mundo sonha com o seu time conseguindo aquele calouro espetacular, que mudará a franquia de patamar e a ajudará a levantar o Troféu Vince Lombardi. Já a manhã seguinte, por sua vez, costuma ser de ressaca e desesperança para muitos torcedores que não gostaram tanto assim do que viram.

O Draft é cruel. Assim como tem o potencial para construir uma dinastia, ele também pode ser a bomba que destrói os alicerces de uma organização, resultando em anos de miséria. O recrutamento também é cruel com os jovens que foram preteridos e com os veteranos que, inevitavelmente, perderão os seus empregos.

Por mais que seja inviável ter certeza sobre quem são os perdedores pouco mais de 24 horas depois da 1ª rodada terminar, é possível fazer algumas projeções baseadas no que a gente já sabia antes do Draft começar. Assim, preparamos uma lista com cinco franquias e jogadores que saíram no prejuízo após a noite de quinta-feira.

O Arizona Cardinals

A escolha de Kyler Murray significava pura e simplesmente que Rosen perdeu seu emprego e não estava mais nos planos da equipe. Os Cardinals podem jurar de pés juntos que não se importariam de ficar com os dois jovens quarterbacks no elenco, mas é fácil perceber que isso era uma estratégia desesperada para não desvalorizar ainda mais o já desvalorizado Josh Rosen. Em algum momento, um dos dois precisaria ser trocado e não seria Murray, não é mesmo?

Por falar em troca e desvalorização, já era uma certeza absoluta que Arizona não chegaria nem perto de recuperar o investimento feito por Rosen um ano atrás. O signal caller custou a 10ª pick geral, além de escolhas extras de 3ª e 5ª rodada, enviadas aos Raiders no trade up que possibilitou a seleção – e nem vamos entrar na discussão se Murray valia ou não o topo do Draft. De toda forma, aconteceu: Josh Rosen foi trocado para o Miami Dolphins ao custo de uma escolha de segunda rodada.

Sair de Arizona pode acabar sendo fantástico para Rosen em médio e longo prazo, já que ele está adentrando uma franquia que está num processo de reconstrução que começou com ótimos passos. Melhor ainda, ele agora não terá de conviver com a incerteza em relação à sua estabilidade no cargo.

Nos sites de apostas, a chegada do Arizona Cardinals aos playoffs paga 10 para 1. Para se ter ideia, é mais do que o Kansas City Chiefs vencendo o Super Bowl – 6 para 1. Título dos Cardinals? Zebraça. Paga 200 para 1.

(Os torcedores do) New York Giants

Quando o primeiro boato sobre os Giants escolhendo Daniel Jones na 6ª posição geral veio à tona, muita gente não acreditou que pudesse ser realidade. Além de não ser considerado um talento de 1ª rodada por praticamente ninguém, era muito provável que o quarterback estivesse disponível na hora que New York voltasse ao relógio na 17ª posição. Mesmo assim, Dave Gettleman fez o impossível: selecionou Jones no top 10, naquele que já é um dos maiores reaches da história do Draft.

Gettleman ignorou qualquer tipo de avaliação técnica, qualquer noção de custo de oportunidade e valor da 6ª pick geral para selecionar o seu jogador preferido. Não é preciso nem dizer que a decisão foi recebida com muitas críticas por torcedores e analistas. Para piorar, o general manager ainda afirmou em seguida que gostaria de emular o modelo de transição Brett Favre/Aaron Rodgers nos Packers, ou seja, deixar Eli Manning mais três anos como titular e só então passar o bastão para Jones.

Como desgraça pouca é bobagem, os Giants ainda usaram a 17ª escolha, aquela recebida na troca de Odell Beckham Jr. com os Browns, no iDL Dexter Lawrence. Por mais que linha defensiva fosse uma necessidade e Lawrence seja um bom jogador, defensive linemen especialistas em parar o ataque terrestre e pedestres no pass rush não têm um valor tão alto na NFL dos dias de hoje. Ademais, no futuro, todo mundo só vai lembrar que New York trocou um dos melhores wide receivers da sua geração por um defensive tackle.

A franquia ainda selecionou uma terceira vez na 1ª rodada, após trocar a 30ª pick com o Seattle Seahawks. Para isso, abriu mão de uma escolha de 2ª rodada (37ª), uma de 4ª (132ª) e uma de 5ª (142ª). O preço parece alto a princípio, mas os Giants tinham muitas escolhas no terceiro dia de Draft, então podiam arriscar. Pelo menos dessa o jogador draftado não rendeu polêmicas: DeAndre Baker é um ótimo cornerback, não foi um reach e chega para uma posição carente.

Case Keenum

Não que Keenum fosse o futuro dos Redskins na posição de quarterback, mas a chegada de Dwayne Haskins certamente serviu para encurtar ainda mais seu tempo como titular do time. Já sabemos o que deve acontecer, porque já vimos esse mesmo filme dezenas vezes: um veterano tapa-buraco e um calouro empolgante brigam pela posição no training camp, o veterano vence a disputa nos treinos, joga mal na temporada regular e a pressão para o técnico colocar o calouro cresce semana a semana, até ele finalmente ceder. Enfim, Keenum é o signal caller com prazo de validade da vez.

A escolha de Haskins também significa que provavelmente não veremos mais Alex Smith vestindo o uniforme dos Redskins. Ninguém sabe quanto tempo demorará para o quarterback se recuperar da grave fratura na perna sofrida em novembro, embora a expectativa seja que ele não jogue em 2019. Como a franquia já tem um plano para médio e longo prazo na posição, Smith torna-se dispensável.

D.K. Metcalf

Metcalf gerou um hype absurdo para si mesmo graças ao desempenho monstruoso que teve no Combine, quando doutrinou em praticamente todos os testes físicos aos quais foi submetido. Naquele momento, especulava-se que ele poderia ser uma escolha top 10 ou até top 5.

Contudo, chegou o dia do Draft e Metcalf despencou, não sendo o primeiro wide receiver selecionado (a honra coube a Marquise Brown) e até mesmo ficando fora da primeira rodada. Embora seja fisicamente excepcional, ele é um recebedor ainda bastante cru e também não teve uma produção acima da média em três anos de College, o que pode ajudar a entender a sua queda nos boards. Metcalf esperou bastante tempo para ouvir o seu nome sendo chamado no segundo dia de recrutamento, sendo escolhido pelo Seattle Seahawks na 64ª escolha, mas ficar fora da primeira rodada com certeza machucou o seu ego e sua conta bancária.

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Cornerbacks

A gente já sabia que a classe de cornerbacks não era tão rica quanto nos últimos anos, mas ainda assim foi surpreende ver um só jogador da posição selecionado na 1ª rodada – DeAndre Baker foi o único, e talentos dignos de primeiro dia como Byron Murphy e Greedy Williams foram ignorados, saindo apenas na segunda rodada. Aliás, após uma enxurrada de EDGES e iDL saindo na 1ª rodada, não surpreendeu ver uma corrida por cornerbacks no segundo e terceiro rounds, pois muitos prospectos top de linha da posição estavam disponíveis.

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