Os busts que você deve evitar para não se decepcionar no Fantasy

O risco é algo intrinsicamente relacionado ao Fantasy Football. No final das contas, é impossível prever o que de fato acontecerá semana após semana. O que tentamos fazer é encontrar as melhores situações para os jogadores, onde as oportunidades estão surgindo, e onde o talento encontra a oportunidade. Da mesma maneira, identificamos também os pontos nos quais o potencial talvez não corresponda às expectativas.

Posto isso, vamos à lista de possíveis busts para o Fantasy Football em 2016. Antes de mais nada, é fundamental apontar duas coisas: o jogador que não produz no Fantasy não necessariamente não o faz na vida real, e; bust é relativo apenas à expectativa que se tem da produção do jogador NO FANTASY. Isto é, se você seleciona determinado running back na primeira rodada e ele tem números razoáveis, mas não dignos das primeiras escolhas, podemos considerar um bust. É uma avaliação muito relacionada ao average draft position (ADP) dos jogadores; se você seleciona alguém em uma rodada mais cedo e ele não rende, ele é um bust; já se você escolhe um jogador que geralmente sai na 3ª rodada na 7ª, a mesmíssima produção pode ser considerada boa.

Outro elemento que entra na linha de raciocínio é considerar a produção de 2015 e as expectativas para a temporada que se aproxima. Se alguém teve um ano brilhante e bem acima da curva no ano anterior, uma luz amarela se acende – talvez ele seja draftado em uma posição mais alta e não renda o esperado. Sem mais delongas, vamos à lista!

Blake Bortles, quarterback – Jacksonville Jaguars

Honestamente, listar Blake Bortles me deixa bem triste; tenho muita esperança no jogador como signal caller do Jacksonville Jaguars para os anos vindouros. Todavia, o camisa 5 pode não corresponder às expectativas no Fantasy em 2016.

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Em 2015, Bortles foi o quarto melhor quarterback no formato standard, com 4.428 jardas, 35 touchdowns e 18 interceptações. Sempre tendo que passar a bola para tirar os Jaguars de um buraco, 29 desses touchdowns vieram quando a equipe estavam perdendo e três quando estavam empatados. Com as adições defensivas na intertemporada – que incluem Myles Jack, Jalen Ramsey, Malik Jackson e a recuperação física de Dante Fowler Jr. – é bem improvável que a defesa não tenha uma melhora; e, consequentemente, Bortles não deve passar a bola na mesma frequência para correr atrás do resultado. Isso sem sequer mencionar a chegada de Chris Ivory, que deve tirar parte da carga do jogo aéreo e entregá-la para o duo do backfield. Ou seja: para o time na vida real é bom. Para os números de fantasy de Bortles, não.

No final das contas, o problema é a posição na qual Blake Bortles está sendo selecionado. Ele tem sido escolhido antes de nomes como Carson Palmer e Eli Manning, na expectativa de ser um quarterback número um. Há uma expectativa de regressão no volume do Fantasy Football para Bortles, pelas situações que o cercam; quem o selecionar esperando o mesmíssimo volume de 2015 pode se decepcionar.

Matt Forte, running back – New York Jets


Se formos olhar o ranking de consenso dos experts em Fantasy do site da NFL (um ranking que eu, particularmente, não recomendaria utilizar), você verá Matt Forte dentro dos 20 melhores nomes na sua posição para 2016. Ele está listado como 15º running back, a frente de nomes como Jonathan Stewart, Latavius Murray, Jeremy Hill, Ryan Mathews e Thomas Rawls.

Matt Forte está numa situação na qual ele pode não parecer o mesmo running back que era no Chicago Bears. Além de lidar com um lesão no tendão, uma situação sempre complicada para um running back de 30 anos, Forte tem ao seu lado no backfield Bilal Powell e Khiry Robinson. Powell renovou seu contrato com o New York Jets, ganhando quase a mesma coisa que Forte, além de ter um significativo papel em terceiras descidas recebendo passes. Khiry Robinson, por sua vez, mostrou ano passado seu potencial de “roubar” touchdowns do running back número um em New Orleans, pegando parte do volume de Mark Ingram perto da goal line.

Com 30 anos, potencialmente perdendo volume no jogo aéreo para Powell e dentro da red zone para Robinson, não há justificativa para o selecionar o jogador na terceira, quarta, quinta e até mesmo sexta rodada. Vale mais a pena investir em outros nomes e, se quiser buscar alguém do New York Jets, tentar Bilal Powell na 11ª, 12ª é uma boa tentativa – talvez até antes em formatos que premiam pontos por recepção (PPR). A inteligência do jogador pode amenizar o baque da situação, embora eu ainda acredite que não compensará uma escolha tão alta.

Devonta Freeman, running back – Atlanta Falcons

running back número um para o Fantasy Football ano passado tem uma sombra no backfield em 2016. Tevin Coleman, que começou 2015 como titular, é um corredor talentoso selecionado na 3ª rodada do Draft do ano passado para assumir a carga do jogo terrestre da equipe. Todavia, lesões minaram sua temporada de calouro, e Freeman tomou o backfield de assalto, deslanchando uma produção brilhante. O receio é que o agora saudável Coleman tire volume de Devonta Freeman, fazendo com que seu volume como running back número um sofra uma queda. A própria comissão técnica do Atlanta Falcons já comentou que querem envolver mais Tevin Coleman no plano de jogo.


Um segundo receio é a queda brusca de rendimento de Freeman na segunda metade da temporada do ano passado. Durante as sete primeiras semanas da temporada, Devonta Freeman liderou a NFL em jardas corridas, com 621, e touchdowns terrestres, com nove. Isso mesmo: nove touchdowns terrestres em apenas sete partidas, uma média que, se mantida, bateria a marca de 20. Todavia, estes números caíram drasticamente nos nove jogos finais. Freeman caiu para uma média de 3.3 jardas por partida, 1.4 jardas a menos que sua média entre as semanas um e sete. Ademais, o jogador entrou na end zone apenas mais duas vezes.

Há dois elementos para serem levados em consideração quando selecionarmos Devonta Freeman como running back número um para o seu Fantasy. Acredito que o jogador será produtivo, mas talvez a expectativa de um running back top 10 para 2016 seja um pouco otimista, o que pode decepcionar muitos managers que contarem com ele na equipe.

Arian Foster, running back – Miami Dolphins

Os jogadores de Fantasy Football veteranos estão acostumados há anos a ver Arian Foster sair na primeira e segunda rodada, no máximo. O running back era uma força dominante no futebol americano virtual, contribuindo no jogo terrestre e aéreo por anos pelo Houston Texans. Agora um jogador do Miami Dolphins, o running back salta aos olhos dos mesmos veteranos – mas há que existir cautela quando selecionar o corredor de 30 anos.

Primeiramente, Arian Foster se recupera de uma lesão complicada. Aos 30 anos, uma idade já bem avançada para um running back, Foster pode não ter um grande volume – seu papel deve ser mais situacional, se considerarmos que Jay Ajayi está no elenco e que a equipe selecionou um running back com a terceira escolha do Draft 2016, Kenyan Drake.

Preparando-se para o fantasy? Confira aqui nossa série completa de textos.

Posto isso, não há como justificar a escolha do jogador na sexta rodada – o que vem acontecido com frequência. Você pode tomar o risco a partir da oitava, nona, décima, mas se selecioná-lo esperando o volume e a produção que vem associada ao nome Arian Foster dos anos no Texas, você pode se decepcionar.

Dorial Green-Beckham, wide receiver – Philadelphia Eagles

Eu estava empolgado com Dorial Green-Beckham em Tennessee. Um jogador fisicamente privilegiado estava numa ótima situação para se tornar uma ameaça na endzone para a franquia da AFC South, depois de um ano construindo sua química com Marcus Mariota. Todavia, todos os rumores que apontavam problemas de ética profissional e capacidade de adaptação à liga que rondavam o jogador quando este deixou a faculdade acabaram sendo verdadeiras: o Tennessee Titans ficou tão decepcionado com isso que trocou o jogador por um preço baixíssimo.

Agora no Philadelphia Eagles, Dorial Green-Beckham terá a oportunidade de mostrar que pode ser bem sucedido na NFL. Todavia, eu não confiaria uma escolha de draft no jogador, até porque se considerarmos as tendências do ataque comandado por Doug Pederson, Green-Beckham pode não receber volume para ser relevante para seu time no Fantasy Football. Eu honestamente espero estar errado, mas, neste momento, não apostaria minhas fichas no wide receiver.

DeAndre Hopkinswide receiver – Houston Texans

Primeiramente, o único motivo pelo qual DeAndre Hopkins está nessa lista é pela extrema dificuldade em replicar os números que teve no ano passado – e ele está sendo selecionado em drafts com essa expectativa. O jogador é indubitavelmente um dos mais talentosos na sua posição, e o ano que teve em 2015 mostrou o potencial do jogador mesmo sem jogadores estelares na posição de quarterback.

Entretanto, há alguns elementos para 2016 que devem ser levados em consideração: o próprio argumento de ter sido bem sucedido com quarterbacks abaixo da média pode ser interpretado para o outro lado. De que maneira você supera T.J. Yates, Brandon Weeden e Ryan Mallett lançando a bola para você? Você recebe muito volume. Foram 192 targets em 2015, um volume muito alto que dificilmente se repetirá. Digo que dificilmente se repetirá pois o ataque ao redor de Hopkins está diferente; há mais opções com o running back Lamar Miller e o wide receiver Will Fuller. O seu novo quarterback, Brock Osweiler, está sendo tratado como uma grande evolução em relação aos seus antecessores, embora eu, particularmente, acredite que ele tem muito para mostrar antes de ser alçado como o futuro do Houston Texans.

Postas essas considerações, uma questão deve ser colocada aqui: eu devo evitar DeAndre Hopkins este ano? Claro que não. Ele é extremamente talentoso, e ainda é um dos 10 melhores prospectos na sua posição para 2016. Mas NO FANTASY, não acredito que ele deva ser selecionado antes de A.J. Green, Dez Bryant e até mesmo Brandon Marshall; não com todas as variáveis ao seu redor. A única coisa que deve ser colocada em mente quando for selecionar Hopkins é que ele pode não replicar os mesmos números do ano passado, e se ele não o fizer, não ficar frustrado. Ainda assim, o camisa 10 do Houston Texans é uma ótima escolha para as últimas escolhas de primeira rodada e começo da segunda.


Steve Smith Sr., wide receiver – Baltimore Ravens

Se Arian Foster pode ter dificuldades em voltar de uma lesão, Steve Smith também pode. Aos 37 anos, o veteraníssimo já mostrou que tinha muito o que contribuir depois de não fazer parte dos planos do Carolina Panthers.

Saudável, Smith pode contribuir para o ataque aéreo do Baltimore Ravens. A preocupação recai sobre a capacidade física após a lesão, além da competição no jogo aéreo da equipe. Para 2016, a equipe tem Breshad Perriman para (finalmente estrear), Kamar Aiken em ascensão, além de Mike Wallace como opção em rotas mais longas. Considerando que Smith Sr. está sendo selecionado antes de nomes como John Brown, Tyler Lockett, DeSean Jackson, fica o aviso de que o jogador pode não ser o mesmo de outras temporadas, em termos de rendimento físico e volume. Recomendaria, sem dúvidas, investir em um wide receiver mais novo com teto mais alto – conforme vimos no texto sobre sleepers.

Tyler Eifert, tight end – Cincinnati Bengals

A justificativa para Tyler Eifert ser um potencial bust é basicamente a mesma que a do DeAndre Hopkins: dificuldade em replicar os números de 2015. O tight end teve 13 touchdowns, além de 52 recepções para 615 jardas; se observarmos, um quarto das recepções de Eifert foram para touchdownsSem sombra de dúvidas o tight end é o alvo favorito de Andy Dalton na red zone; nesta faixa do campo, o camisa 14 completou 30 passes, e Eifert teve 11 touchdowns dos 13 dentro das vinte jardas do campo do adversário.
Na hipótese dos touchdowns caírem – o que é provável, afinal, foi a segunda marca da NFL, empatada com Odell Beckham Jr. – a produção de Eifert em outras faixas do campo não se sustenta. Sem contar os touchdowns (e mantendo as jardas e números e recepções, só a título de comparação), são 615 jardas e 52 recepções. Os próximos tight ends em números de touchdowns – Rob Gronkowski e Jordan Reed, ambos com 11 – tiveram 72 recepções e 1.176 jardas e 87 recepções e 952 jardas, respectivamente. Em número de recepções, Eifert foi o 16º tight end da liga; em jardas, o 12º.
Além disso, Tyler Eifert está se recuperando de uma cirurgia no tornozelo após se lesionar no Pro Bowl. O jogador pode demorar algumas semanas na temporada regular para entrar em campo pelo Cincinnati Bengals. Posto isso, o average draft position de 6º tight end a ser escolhido pela maioria das ligas é injustificado. A esperança é que sem Marvin Jones e Mohamed Sanu, Eifert seja mais acionado em outras faixas do campo. Todavia, neste momento, a produção do jogador é muito dependente de touchdowns, e, caso esse número caia, a pontuação de Tyler Eifert pode frustrar alguns managers de Fantasy Football.

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