Paciente da Semana #9 – New York Jets

A equipe trocou suas duas estrelas defensivas e abraça um novo capítulo dessa eterna reconstrução...

Paciente da Semana é uma coluna semanal de Alex Porto, sobre algum personagem marcante da rodada da NFL. Está no ar sempre nas quartas-feiras, com uma crônica para você refletir sobre futebol americano.

Essa semana teve Chiefs vs Bills! Estava em dúvida se escreveria sobre Kansas City ou Buffalo. Eis que o New York Jets nos proporciona entretenimento no fechamento da janela de trocas e rouba o posto de protagonista. A equipe decidiu se desfazer do CB Sauce Gardner e do DT Quinnen Williams, estrelas defensivas no auge de suas carreiras. Em retorno, três escolhas de 1ª rodada, uma de 2ª rodada, além do WR Adonai Mitchell e o DT Mazi Smith. O novo GM da equipe, Darren Mougeyterá um capital digno de modo franquia do Madden para tentar iniciar um universo vencedor.

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É preciso comer os vegetais

Primeiramente, eu gosto desses movimentos pela perspectiva dos Jets. Consigo compreender os Colts, mas duas escolhas de primeira rodada por um CB é um risco que eu evitaria. Será que já temos tanta certeza assim sobre Daniel Jones? Enfim, Gardner é um dos melhores da liga em sua posição aos 25 anos. Acredito que NY só tenha trocado por julgar o retorno espetacular, visto que um jogador nesses moldes raramente está disponível.

Agora Dallas está claramente tentando compensar o retorno insatisfatório que recebeu por Micah Parsons. Foi o mesmo preço do Sauce! NY novamente age de maneira racional e se aproveita. Quinnen também é um dos melhores da liga em sua posição, mas por esse preço é um bom negócio. Afinal, a defesa dos Jets nem está jogando bem! O problema desse elenco é maior do que essas duas peças e será necessário um esforço coletivo para vermos uma melhora significa. Veremos se com Aaron Glenn mesmo, pois o técnico ainda não conseguiu replicar o bom trabalho defensivo que o fez ser contratado de Detroit.

É difícil se despedir de jogadores que são o rosto da franquia em nome de um projeto. Nomes vem e vão, a instituição fica, mas é inevitável se apegar. Para a diretoria é trabalho, mas ao torcedor resta a esperança. Mas serei muito sincero aqui… Será que é algo que os fãs do New York Jets deveriam ter? Por que confiar nesse processo?

Déjà vu

Imagine que um time tenha cinco escolhas de 1ª rodada nos dois próximos drafts. Se o trabalho for bem feito, essas escolhas são capazes de mudar o patamar de uma franquia. É inegável que a única maneira de ter sucesso sustentável na NFL moderna é construindo as bases do elenco através do recrutamento. Vamos a um exemplo recente: New York Jets 2021/22.

Em 2021, tivemos o QB Zach Wilson na 2ª escolha geral e o OL Alijah Vera-Tucker na 14ª escolha. Em 2022, tivemos o CB Sauce Gardner na 4ª escolha geral, o WR Garrett Wilson na 10ª escolha e o EDGE Jermaine Johnson II na 26ª escolha. Ainda tivemos o RB Breece Hall de brinde na 36ª escolha. Excluindo o terrível quarterback, que obviamente é a mais importante de todas, pode se dizer que NY acertou TODAS as outras. Desde então os Jets estão 24-52, sem idas aos playoffs. E sabemos que vitória e derrota vão muito além da posição de QB. Eles trocaram pelo Aaron Rodgers! Para descrever esses últimos 5 anos seria necessário um documentário – que estaria mais para filme de terror nesse espírito de Halloween.

Por isso pergunto, como confiar nesse processo? A franquia esteve nessa exata situação, fez um trabalho relativamente bom, e absolutamente nada mudou. Trocaram o QB, o HC, o GM. A cultura de fracasso segue a mesma. Afinal, a peça mais importante é também a mais difícil de mudar: o dono. Franquias ruins continuam ruins por terem donos ruins. Duas semanas atrás, Woody Johnson estava criticando publicamente seu quarterback. Ele interfere em decisões de montagem de elenco por conta de seus filhos, e a nota de jogadores no Madden. Exemplos recentes, mas a lista de motivos é longa.

New Jersey Sharks

Enfim, gostaria de terminar o texto num astral melhor, mas me compadeço com o torcedor. “O único jeito de não ficar triste é ficar puto”, mas a raiva já deu lugar a desesperança. Brinco com um amigo que foi amaldiçoado com o amor por essa franquia que a única forma de mudar é realocando. A franquia precisa de um rebranding. Diante da nossa impotência, talvez o jeito seja mesmo apelar para o humor. Ou amor. Porque essa história absurdista não responde ao cérebro, mas ao coração…

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