53 corridas, 14 passes: essa foi a divisão de carga do Green Bay Packers diante do Indianapolis Colts. Você deve estar pensando que virá uma crítica né? Errado. Matt LaFleur fez o que tinha que fazer com Malik Willis como quarterback. Sem Jordan Love, lesionado na abertura da temporada, não há milagre: o time vai precisar correr com a bola e confiar que sua defesa possa manter o jogo sob controle, gerenciável. Se assim o fizer, vai manter as chances de vencer. Não é a fórmula mais bonita nem tranquila, mas como diria o poeta, é preciso saber sofrer.
O meu é maior que o seu (caaaaaalma)
Não tem mistério e tá muito evidente no vídeo do jogo: a dominância física dos Packers sobre a defesa dos Colts foi evidente. Não foram raras às vezes que vimos OL’s chegando no segundo nível e sobrepujando linebackers, garantindo espaço para Josh Jacobs correr suas 150 jardas. Mas, ao contrário do que alguns treinadores fazem, Matt LaFleur não ficou fazendo mais do mesmo, inserindo elementos no jogo terrestre e mostrando que pode ser criativo mesmo quando as limitações estão claras. Exemplos são as corridas com os wide receivers em jet sweeps ou reverses, além de algumas desenhadas para que Willis corresse. Isso tudo ajudou a deixar defesa mais hesitante em avançar pelo miolo, o foco principal. O resultado foi espetacular: 9 corridas para +10 jardas (15% do total) e mais de 3,5 jardas após o contato.
No jogo aéreo, nada de invenções: Willis lançou 5 dos seus 14 passes atrás da linha de scrimmage e apenas 3 para mais de 10 jardas aéreas. É isso que você precisa fazer quando tem um quarterback inconsistente e que tem a segurar a bola demais: vá na fórmula de bolo, dê decisões fáceis e confie nos seus recebedores. Foco na execução e tudo dá certo, como deu neste domingo.
