Quem tem Patrick Mahomes, tem tudo? Neste ponto da vida, já é fato incontestável que, com o quarterback saudável, o Kansas City Chiefs sempre será favorito. Honestamente, já creio que se Andy Reid convocasse eu e você, caro leitor, para sermos os wide receivers titulares da equipe nesta temporada, ainda assim o passador seria capaz de levar o time longe.
A temporada passada foi um claro exemplo do que Mahomes pode fazer mesmo sem nenhum wide receiver confiável. Se retirarmos Travis Kelce da equação, nenhum recebedor passou das 1000 jardas recebidas. Mesmo assim, ele foi MVP, liderando a liga em jardas aéreas (5250) e touchdowns passados (41).
Sendo assim, falar de Patrick se torna fácil e, honestamente, preguiçoso. Colocar ele como argumento para o favoritismo dos Chiefs torna-se algo óbvio. Assim, excedendo-se sua presença, o que faz de Kansas City um dos favoritos não só da AFC, mas ao título?
Grandes peças para grandes momentos
Há alguns dias, fiz um texto no site sobre times que estão com a folha salarial apertada neste momento da temporada, sendo que Kansas City lidera o ranking. Essa política financeira da equipe, contudo, é um dos principais pontos que a colocam sempre no ponto máximo de competição, sendo crucial na montagem do elenco.
Para entender como funciona, é necessário colocar Mahomes na roda mais uma vez. O quarterback tem um impacto grande na folha, mas, hoje, nem de longe perto do “estrago” que poderia ser feito. A média salarial atual de Patrick é apenas a sétima maior da posição, sendo superada pelos novos contratos de passadores. Isso, inclusive, não deve ser alterado, já que o mesmo se posicionou em uma entrevista recente dizendo que não pretende colocar seu vínculo em níveis astronômicos, justamente para que seu entorno possa se manter fortalecido – política semelhante a de Tom Brady durante seus anos com o New England Patriots.
Se Mahomes fechasse a cara constantemente por conta de renovações salariais, seria impossível acomodar Chris Jones, Joe Thuney e Travis Kelce na mesma equipe. Cogitar um novo contrato com o defensor, inclusive, seria inviável em um mundo no qual Patrick demandasse sempre ser o mais bem pago da posição. E aí está o segredo.
Dessa forma, os Chiefs sempre possuirão grandes peças para os principais palcos. O grupo de recebedores pode ter uma qualidade menor, pois Kelce compensa por todos. A defesa pode se dar o luxo de testar jovens peças, pois sabe que Jones só não é melhor na sua função do que Aaron Donald. Mahomes sempre possuirá homens de confiança na sua proteção. Assim, mesmo que Kansas City seja obrigado a viver constantes renovações na profundidade do elenco, poderá sempre contar com seus principais jogadores; sendo que, no fim, eles que fazem a maior diferença, tornando-os sempre favoritos ao título.
A diferença do extracampo
Quando o corpo do seu elenco precisa viver entre renovações e jovens jogadores, qual ponto pode fazer a maior diferença? Exatamente: os treinadores.
A presença de Reid na beira do gramado é um fator tão importante que chega a ser difícil de mensurar. Um técnico que aprendeu com os erros passados e sabe adaptar seu playcalling à demanda da partida. Hoje, é um treinador completo na tática – sabe a hora de correr, de passar, de queimar o cronômetro, etc. – e no comando de seu elenco. Jogadores vieram e se foram, mas, enquanto ele possuir Mahomes, saberá como gerir o restante.
Essa mesma analogia vale, também, para Steve Spagnuolo. O coordenador defensivo nem sempre ganha os louros por seu trabalho, mas é preciso reconhecer o leite de pedra que ele tira de sua unidade mesmo precisando trabalhar, muitas vezes, com jovens jogadores que carecem de desenvolvimento. Em diversas oportunidades, grandes ataques são minados por defesas frágeis que permitem muitos pontos ao adversário – e isso foi algo que Spagnuolo nunca deixou acontecer.
Com Matt Nagy reassumindo o cargo de coordenador ofensivo, papel no qual ele foi super efetivo em 2017 nessa mesma equipe, a comissão se fecha de uma forma extremamente animadora.
Esse combo de Mahomes + jogadores de elite em posições estratégias + comissão técnica excelente fecha uma equação perfeita. Dessa forma, é impossível não considerar os Chiefs como favoritos. A equipe, naturalmente, possuirá buracos, mas possui forma de combatê-los sem precisas gastar milhões de dólares em contratações que não necessariamente possuirão o resultado esperado. Ao mesmo tempo, podem se dar ao luxo de deixar um bom jogador sair – vide Tyreek Hill – sem sofrer grande impacto.
A franquia sabe que possuir Mahomes já é uma vantagem natural extrema, porém, souberam capitalizar em cima disso para não deixá-lo em situação desfavorável. É por isso que, enquanto esse combo existir, Kansas City sempre estará no topo.
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