O meme da Nazaré Tedesco expressa bem o momento do Atlanta Falcons: ninguém consegue entender direito o que a franquia está fazendo. É preciso voltar um pouco no tempo para contextualizar melhor tudo e mostrar quão bizarra é a condução do time. Com o fracasso na temporada de 2020, Thomas Dimitroff e Dan Quinn, respectivamente general manager e head coach, foram demitidos e para seus lugares chegaram Terry Fontenot e Arthur Smith, trazendo esperança de uma nova era.
De cara, Julio Jones foi trocado com o Tennessee Titans, o que indicava uma renovação no elenco. Os Falcons eram detentores da escolha 4 do Draft e numa classe recheada de quarterbacks talentosos, poderiam selecionar o futuro da franquia. Atlanta preferiu reestruturar o contrato de Matt Ryan – mesmo com ele já tendo 35 anos -, deixando um dead cap[foot]Dinheiro garantido, que fica preso na folha do time, mesmo que troque ou corte o jogador[/foot] de US$ 40 milhões na folha de 2022. No Draft, a equipe não capitalizou em escolhas e selecionou o tight end Kyle Pitts.
O barco está a deriva
Uma temporada: foi o que bastou para que tudo mudasse no suposto planejamento dos Falcons. Após não conseguir ser competitivo em 2021, a equipe anunciou que iria novamente reestruturar o contrato do quarterback. Até aí tudo bem, parecia uma manobra contábil para ter mais dinheiro e tornar o elenco competitivo. Todavia, logo depois surgiram os primeiros boatos que o time estavam tentando trocar por Deshaun Watson e era o favorito. No final, ele escolheu o Cleveland Browns e Atlanta ficou com cara de bobo.
Obviamente Ryan não queria mais Atlanta e a solução for correr para o mercado, trocando o jogador para o Indianapolis Colts por uma terceira rodada do Draft deste ano. Detalhe: os Falcons vão absorver os US$ 40 milhões em sua folha salarial. Esse é o maior dead cap da história da NFL e equivale a 19% de todo disponível para os times. Atlanta saiu da posição de selecionar um quarterback para seu futuro, para arcar com o maior dinheiro morto de todos os tempos e ter uma terceira rodada em troca disso tudo. Terry Fontenot, parabéns: trabalho digno dos cartolas do futebol brasileiro.
