Pergunte ao Doutor é nossa nova coluna, trazendo a opinião de um médico especializado na área sobre as lesões que afetam a NFL. Gustavo Ferrareto Pires é médico ortopedista, com especialidade em cirurgia esportiva. Fã de futebol americano, juntou suas duas paixões para escrever: o esporte e a medicina. Você pode o seguir no Instagram em @gustavoferrareto
Menos de um quarto. Isto foi o que durou a primeira temporada de Aaron Rodgers no New York Jets. Logo no início do jogo, em uma jogada na primeira campanha, o QB dos Jets sofre um sack do LB Leonard Floyd e, após se levantar, cai no chão novamente.
Logo após o jogo, o head coach Robert Salleh havia dado notícias desanimadoras em relação ao retorno do QB para a temporada. Nos dias seguintes foi confirmada a lesão do jogador, uma ruptura completa do tendão de Aquiles esquerdo. Rodgers já foi, inclusive, submetido a cirurgia de reparo tedíneo.
O tendão de Aquiles ou tendão calcâneo é uma estrutura fibrosa que liga a musculatura da panturrilha (tríceps sural) ao osso calcâneo. Em conjunto, eles são responsáveis pela flexão plantar (o movimento de ficar na ponta dos pés) do tornozelo. Os mecanismos de ruptura mais comuns são a hiperextensão do tendão, caso de Rodgers, ou a contração súbita da panturrilha, como no arranque da corrida. O pico de idade para a ruptura, tanto em homens quanto em mulheres, ocorre entre os 30 e 40 anos.
Foi observado um aumento da frequência das lesões do tendão de Aquiles em atletas. Em 1986 a média era de 2 lesões a cada 100 mil atletas, com aumento para 10 lesões a cada 100 mil atletas em 2010. Isto ocorre devido à permanência por mais tempo de carreira dos atletas e aumento da intensidade de jogo praticada atualmente. Estudos mostram que cerca de 24% dos atletas e 50% dos corredores competitivos já possuem algum tipo de tendinopatia do Aquiles, o que causa enfraquecimento do tendão e pode predispor rupturas.





