Pittsburgh Steelers e seu looping eterno de drama

A intertemporada começou repleta de dramas: de Aaron Rodgers até a renovação de T.J. Watt, parece que sossego não existe em Pittsburgh. A questão é saber se esse rebuliço terá um final feliz durante a temporada regular - ou se será mais um capítulo morno como os outros.

Elevador da NFL

Se pudéssemos comparar NFL com cinema, o Pittsburgh Steelers com certeza seria o filme Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo Tempo. Só que ao invés de acessar várias versões suas no multiverso, os Steelers tentam fugir – em todas as suas versões – e adiar da sua maneira um rebuild mais pesado. A lógica faz sentido, pois ninguém se firmou na posição de quarterback pós-Big Ben.

Mason Rudolph, Kenny Pickett, Mitchell Trubisky, Justin Fields, Russell Wilson: a lista de projetos falidos é extensa. Para 2025, Pittsburgh foi atrás de Aaron Rodgers, outra opção barata e de curto prazo. Como se não bastasse todo o caos inerente à persona A-Rod, o time pode entrar em outro drama: T.J. Watt quer um novo contrato e não vai aparecer nos training camps enquanto não resolver isso. Junte isso com a chegada de novos jogadores badalados (alguns longe do auge) que o palco está montado.

Não é novidade a mesmice na franquia: são sete anos sem passar da segunda rodada dos playoffs. A grande pergunta para esta temporada é saber se todo esse rebuliço terá um final feliz ou se será mais um capítulo modorrento, assim como os anteriores.

A situação T.J. Watt é mais complicada do que parece

À princípio, pode parecer que a franquia está enrolando mais do que deveria para renovar com o seu melhor jogador. De fato, está. Afinal, ele recebe hoje uma média salarial de aproximadamente 28 milhões de dólares. Com o salary cap subindo a cada ano, o mercado se valoriza e os contratos, por consequência, aumentam de valor. Myles Garrett ganhou seu caminhão de dinheiro neste ano, o que inflacionou muito o mercado dos EDGEs. Além dele, há todo o imbróglio entre Micah Parsons e Dallas Cowboys – e todos nós sabemos como Jerry Jones adora se mostrar. A tendência é que Pittsburgh renove com T.J. Watt antes da novela mexicana se encerrar no Texas.

Mas para isso, precisa se mexer logo.

Contudo, dá para entender essa demora na renovação e, para isso, é preciso enxergar o médio-longo prazo. Watt completará 31 anos no decorrer da temporada, idade na qual costuma-se ver um declínio nos jogadores de sua posição. Em 2024, ele teve um ano abaixo, com “apenas” 6 fumbles forçados e 11,5 sacks. Para um jogador normal, 11,5 sacks é a temporada dos sonhos. Porém, não dá para você usar a mesma régua para uma Chikorita qualquer e um Pokémon lendário. T.J. Watt não foi Defensor do Ano em 2021 à toa: ele é o tipo de cara que muda o jogo com um movimento só.

Mesmo que entre em declínio mais para frente, ele é um jogador especial demais para você se livrar com facilidade. O melhor cenário para os Steelers é o seguinte: paga T.J. Watt, mas coloca o dinheiro garantido em 2025 e 26. Tempo e espaço na folha tem, basta agilizar.

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The Real Housewifes of Steelers

Algumas pessoas maldosas (eu) dizem que Mike Tomlin é o Thanos dos alucinados, pois ele coleciona jogadores controversos como se fossem Joias do Infinito. Para 2025, o elenco é digno dos tempos áureos do The Real Housewifes of Atlanta – e com grandes chances de barraco também. Se a badalação irá se refletir no campo, é outra história.

Que a troca recente envolvendo Jalen Ramsey e Jonnu Smith tem mais grife no papel do que na prática, é verdade. Nenhum dos dois está mais em seu auge, porém ambos podem ser úteis dentro do sistema. Ramsey ainda é um cornerback inteligente e que usa bem sua envergadura, especialmente jogando em profundidade. Por outro lado, ele não tem mais a fisicalidade de antes. Além de Ramsey, Darius Slay veio dos Eagles e ele também já não é mais garoto. É uma secundária mais envelhecida, o que pode sobrecarregar o front – que também tem os seus medalhões.

Já o tight end entrou no pacote por um simples motivo: Arthur Smith. Mesmo com o seu bom 2024 lá em Miami, os melhores anos de Jonnu Smith foram em Tennessee, ao lado do coordenador ofensivo. A intenção é elevar ao quadrado o que já vinha sido feito ano passado. Ou seja: uma chuva de screens e pacotes pesados com dois TEs (o time tem Pat Freiermuth também, vale lembrar). Quando o seu quarterback é um doido varrido veteraníssimo e a sua linha ofensiva não é lá grandes coisas, como é o caso de Pittsburgh, ter um tight end a mais para bloquear ou receber passes curtos é de grande ajuda.

Novamente, os Steelers optam por investir em medalhões para seguir no futuro à curto prazo. Se isso dará certo, a resposta só estará concreta a partir da semana 1. No entanto, são tantos projetos falidos consecutivos – e com o mesmo molde – que geram dúvida se este realmente pode dar certo. O roteiro do molde errado já está batido: campanha positiva, mas com um bate e volta no Wild Card.

Já está na hora de sair desse looping de drama, Pittsburgh.

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