Dizer que o Dallas Cowboys se mexeu pouco na free agency não é exatamente verdade, afinal a franquia trouxe oito caras novas visando encorpar o plantel de 2021. A questão é: o quanto você conhece esses oito jogadores? Quer dizer, à parte Keanu Neal e talvez Damontae Kazee, são vários coadjuvantes de posições nada sexy (defensive line e até um long snapper) chegando para ser reserva ou no máximo participar da rotação com os titulares, não representando um salto de qualidade em relação a quem já estava no time em 2020.
Por isso a sensação geral é os Cowboys não terem feito nada além de renovar com Dak Prescott. Eles até fizeram, conforme mostraremos na sequência, entretanto as aquisições voaram tão abaixo do radar que muita gente nem deu importância.
Priorizar Prescott foi o correto
É fácil entender por que Dallas não procurou os principais agentes livres disponíveis: eles estão amarrados a vários contratos pesados. É o caso dos vínculos de DeMarcus Lawrence, Amari Cooper, Ezekiel Elliott, Zack Martin, Tyron Smith, Jaylon Smith e Dak Prescott. Assim, não havia espaço para fazer mais dívidas na free agency – a franquia, por exemplo, atualmente está 28 milhões acima do salary cap projetado de 2022, embora ainda seja muito cedo para se preocupar com isso.
Prescott foi o último a receber um desses contratos nababescos, firmando um acordo de quatro anos e 160 milhões totais, o qual lhe rendeu o maior bônus de assinatura da história da liga (66 milhões). Os termos não serão nada amigáveis a partir de 2022, porém são justos e merecidos, lembrando que os Cowboys poderiam ter pagado menos se tivessem estendido com o seu franchise quarterback já na temporada passada.
Em última instância, esse contrato impediu Dallas de ser protagonista no mercado. A manutenção em longo prazo de Dak, contudo, deveria mesmo ser a prioridade. Era melhor resolver essa novela de uma vez do que obrigá-lo a atuar outro ano via franchise tag e ir atrás de algum medalhão.
Além de Prescott, outras duas renovações importantes foram Jourdan Lewis, o slot cornerback titular, e C.J. Goodwin, um valioso membro dos times especiais. Eles não são superestrelas da NFL, mas fariam falta se fossem embora – Lewis é o melhor cornerback da equipe.
Acordos curtos e baratos foram a tônica das aquisições
Certo, vamos então falar das tais caras novas. Os recém-chegados assinaram por um ou no máximo dois anos, nunca recebendo mais do que alguns poucos milhões, sendo o mais caro Keanu Neal (5 milhões). Isso mostra como os Cowboys estavam preocupados em não se comprometer financeiramente em longo prazo.
Ademais, vale deixar claro a ênfase defensiva nos reforços, visto defesa ter sido o calcanhar de Aquiles em 2020. As exceções foram o long snapper Jake McQuaide e o offensive tackle Ty Nsekhe, um bloqueador de 35 anos contratado para ser reserva e jogar somente se Tyron Smith e La’el Collins continuarem no departamento médico.
Os maiores destaques, conforme dissemos antes, são Neal e Damontae Kazee, dois safeties conhecidos do novo coordenador defensivo Dan Quinn. Ambos têm talento e foram produtivos em seus tempos de Atlanta Falcons, porém possuem um longo histórico de lesões. Seja como for, os dois são upgrades em comparação ao que havia na secundária de Dallas, ainda que Neal acabe mesmo sendo transformado em weakside linebacker, uma decisão interessante e compatível com as suas características e carências defensivas do time.
De resto, os Cowboys apostaram na quantidade e não na qualidade: Jayron Kearse foi outro reforço na posição de safety; Tarell Basham, Carlos Watkins e Brent Urban chegam para as trincheiras. Watkins e Urban são run stuffers com pouco potencial apressando o passe, enquanto Basham é um EDGE capaz de participar da rotação com Randy Gregory e DeMarcus Lawrence, preenchendo o buraco no elenco deixado pela saída de Aldon Smith. Em todo o caso, não espere ver o ex-New York Jets atingindo a casa dos 10 sacks por temporada.
Enfim, não são nomes empolgantes, simbolizando o momento de controle de gastos vivido por Dallas após assinar grandes contratos com as suas estrelas. Deste modo, a franquia precisará acertar bastante no Draft se quiser ter uma equipe bem melhor do que a de 2020, pois as aquisições da free agency certamente não resolverão os problemas.
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