Por que os Steelers pagaram (caro por) T.J. Watt — e por que estão certos

Muita gente criticou a renovação milionária de T.J. Watt, mas entender os bastidores, os números e o impacto do jogador mostra por que os Steelers fizeram o que tinham que fazer.

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Nada mais fácil do que dizer que tomaria determinada decisão sem se colocar no lugar de quem a toma. A NFL na vida real não é um videogame, onde, se algo dá errado, você aperta o reset e começa de novo. Na prática, carreiras na NFL são construídas com anos de sacrifício, famílias são sustentadas por esses salários, e um passo em falso pode colocar tudo a perder.

Um bom exemplo é a recente renovação de contrato de T.J. Watt com o Pittsburgh Steelers. O pass rusher se tornou o não-quarterback mais bem pago da NFL, com um contrato de US$ 123 milhões (média de US$ 41 milhões por ano) por três temporadas. Desses, impressionantes US$ 108 milhões são garantidos, o que inviabiliza qualquer corte antes da temporada de 2028.

O general manager dos Steelers, Omar Khan, foi criticado por alguns torcedores e analistas devido ao tamanho do acordo com o camisa 90. As principais objeções giram em torno da idade de Watt — que completará 31 anos em outubro — e do valor garantido, que impossibilita uma saída rápida em caso de declínio de performance.

Mas… você teria coragem?

Poucos GMs na NFL têm uma segunda chance após demissões. Embora Khan não esteja sob pressão, ele só pode operar com tanta confiança porque conhece como a franquia funciona por dentro. Está nos Steelers desde 2001, mesmo tendo se tornado GM apenas em 2022. Essa estabilidade é rara e explica decisões que vão além do campo.

Um dos aprendizados de qualquer executivo da NFL é que lucro importa — e muito. Toda franquia quer fechar o ano com um balanço positivo, e ídolos vendem. Quem compra ingressos e camisetas nem sempre toma decisões racionais — e tudo bem. O futebol americano também é paixão.

E T.J. Watt é um dos maiores ídolos da NFL hoje. Na última temporada, foi um dos 10 jogadores que mais venderam camisas em toda a liga. Desde a aposentadoria de Ben Roethlisberger em 2022, os Steelers buscavam uma nova referência para a torcida. Watt ocupou esse espaço com autoridade.

Em oito anos defendendo os Steelers, ele conquistou o prêmio de Defensor do Ano, foi eleito 4 vezes All-Pro, liderou a NFL em sacks por 3 temporadas e em fumbles forçados por duas. Em 2021, igualou o recorde da liga com 22,5 sacks em uma única temporada.

Com exceção de 2022, quando se lesionou e perdeu 7 jogos, T.J. Watt sempre teve produção de elite. Considerando apenas os anos saudáveis, suas médias são assustadoras: 14 sacks, 16 tackles para perda de jardas e 4,5 fumbles forçados por temporada.

Imagine agora que você troca um jogador com esses números — e a defesa colapsa. Como explicar isso para a torcida? Para a imprensa? Ou até mesmo para os donos?

Outro ponto fundamental é o efeito dominó que grandes jogadores geram. Você acredita mesmo que nomes como Jalen Ramsey, Darius Slay, Aaron Rodgers e D.K. Metcalf não consideraram a presença de T.J. Watt antes de assinar com os Steelers?

Aaron Rodgers chegou a declarar no programa de Pat McAfee que estava de olho na renovação de Watt antes de decidir. Jogadores querem jogar ao lado de estrelas, e Watt é uma das maiores da NFL atual. Não o valorizar seria enviar uma mensagem perigosa ao vestiário: de que sucesso pode ser descartado.

A régua para T.J. Watt é diferente

Não existe cenário em que um jogador com o impacto e o currículo de Watt aceite receber menos do que merece. E nem deve. Se o time tem condições de pagar um alto contrato a D.K. Metcalf, por que T.J. Watt abriria mão do seu valor?

Ao negociar com jogadores desse nível, só há duas opções: pagar caro ou trocar. E como já vimos, trocar é arriscado. Não adianta comparar com contratos de Danielle Hunter ou Maxx Crosby — são atletas em estágios diferentes da carreira.

Além disso, T.J. é agenciado pela poderosa CAA Football, que também representa nomes como Dak Prescott, Matthew Stafford, Josh Allen, A.J. Brown, Garrett Wilson e Patrick Surtain II. Todos com contratos robustos. Era evidente que a renovação de Watt exigiria investimento alto.

Idade não é o fim

Sim, é comum que jogadores de defesa sofram com o passar do tempo. Mas T.J. Watt não é comum. Ele tem ética de trabalho acima da média, inteligência de campo e só não produziu mais em 2024 por conta de uma lesão.

Grandes nomes como Reggie White, Julius Peppers, Jason Taylor e James Harrison passaram dos 60 sacks após os 30 anos. Com bom controle de carga, Watt pode facilmente manter a elite por mais tempo.

É fácil, do sofá, dizer que trocaria um jogador como T.J. Watt. Mas no mundo real, você sabe: não se encontra um talento desse calibre em qualquer esquina. Quem tem, valoriza.

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