Lá em 2021, quando a vida era muito diferente para todo mundo, o Pro Football tinha uma edição semanal do Power Ranking que saía toda terça-feira. Foi bastante divertido fazer durante toda a temporada e medir as mudanças que foram acontecendo, mas também era muito complicado ter de ver todos os jogos num tempo maior que o normal.
Pois bem, a Semana 9 representou oficialmente 50% da temporada regular da NFL, e assim decidimos fazer uma edição especial nesse momento. Mas a pegada é igual ao que o Pro Football fazia em 2021: os times foram divididos em quatro prateleiras que melhor refletiam seus status. Sempre é mais importante se apegar as prateleiras e não aos números, porque elas dão uma visão mais objetiva de qual o papel de cada time – especialmente porque essa temporada está completamente maluca e prever qualquer coisa está bem difícil.
Lembrando:
Favorito: é plausível imaginar que eles estejam nas finais de conferência e brigam pelo Super Bowl.
Competidor: brigam e devem estar na pós-temporada, mas é um tiro mais longo que você mande no WhatsApp no seu grupo de amigos que um desses estará no Super Bowl sem que ninguém conteste.
Classe Média: precisam dos astros se alinhando para que haja uma briga forte pela divisão e ainda mais coisa boa acontecendo para brigarem por título. Há contestações óbvias e/ou buracos no elenco que precisam ser arrumados ou mitigados para que o sonho do Vince Lombardi se materialize.
Partiu Draft: precisam de um milagre forte para que role uma classificação para a pós-temporada ou já estão matematicamente eliminados. Na prática, são as equipes que devem figurar no Top 10 do Draft 2026 por terem as piores campanhas de 2025 (as quais devem ser de mais derrotas do que vitórias)
Sem mais enrolação, um Power Ranking feito por toda a equipe do Pro Football na metade da temporada 2025.

Favoritos
Eis times que considero favoritos – ou seja, é plausível imaginar que eles estejam nas finais de conferência ou levantando o Vince Lombardi em Santa Clara no meio de fevereiro.
#1 – Philadelphia Eagles (6-2): O atual campeão até deu uma engasgada, mas as coisas parecem estar entrando nos eixos. Reforços importantes chegaram na bye week e o time vem de duas boas vitórias que parecem ter acalmado o clima do início turbulento. Com os dois lados da bola cheio de talento e o ataque engrenando, os Eagles estão com vida fácil na divisão e atualmente são o seed #1 da NFC.
#2 – Los Angeles Rams (6-2): Os Rams estão cumprindo o principal ponto de uma equipe considerada “favorita”: os adversários mais fracos não estão tendo chances. Fortes dos dois lados da bola e com um quarterback jogando em altíssimo nível, Los Angeles nesse momento cumpre com a expectativa inicial da temporada de ser uma das potências da conferência. Falta encontrar uma maneira de vencer Philadelphia, o principal adversário até o momento.
#3 – Buffalo Bills (6-2): Apesar de uma sequência ruim de derrotas nas semanas 5 e 6, os Bills mostram uma fisicalidade dos dois lados da bola que pode ser o diferencial quando a coisa apertar em janeiro, justamente um ponto em que o Kansas City Chiefs foi mais dominante nos playoffs das últimas temporadas. Mas vai ser interessante ver também a briga pela AFC East, já que os Patriots também estão com excelente campanha.
#4 – Seattle Seahawks (6-2): O time que não tem medo de jogar fora de casa—são quatro vitórias em quatro jogos longe do Lumen Field na temporada atual. Depois de um longo período de adaptação, a defesa de Mike Macdonald está voando e tornando muito difícil a vida dos quarterbacks adversários. O ataque também é muito eficiente e recebeu a adição de Rashid Shaheed como deep threat logo antes da trade deadline; se vencer Cardinals e Rams nas próximas duas semanas, os Seahawks disparam na NFC West.

Desafiantes
Eis os times que considero desafiantes – ou seja, brigam e devem estar na pós-temporada mas é um tiro mais longo que você mande no Whatsapp no seu grupo de amigos que um desses estará no Super Bowl sem que ninguém conteste.
#5 – Denver Broncos (7-2): Seis vitórias consecutivas deixam os Broncos na vantagem da AFC West até o momento. É natural pedir mais consistência do time: nas partidas recentes, o desempenho até o último quarto não está impressionando. A defesa é uma das melhores da liga enquanto o ataque com Bo Nix também não é de se jogar fora. A questão que fica está mesmo no poder de fogo: quando a coisa apertar nos playoffs, tem qualidade suficiente para brigar pela AFC?
#6 – Detroit Lions (5-3): O 5-3 ainda tem o time em boa posição para brigar pela divisão, mas é preciso ter cuidado: os Lions já perderam três jogos (Packers, Chiefs, Vikings) para equipes consideradas no patamar mais em cima e o ataque, por vezes, parece empacar de forma que não acontecia em anos anteriores. Correr com a bola de forma eficiente é primordial para que as coisas funcionem como o esperado e, nesse momento, Detroit não está na primeira prateleira.
#7 – Indianapolis Colts (7-2): “COMO UM TIME QUE ESTÁ 7-2 PODE ESTAR NA SÉTIMA POSIÇÃO???” é a pergunta, e as campanhas somadas de 21-31 dos times que Indianapolis venceu até agora são a resposta. Elogios foram feitos aos Colts em vários momentos da temporada, porém o jogo contra os Steelers criou uma grande pulga atrás da orelha: o que acontece com esse ataque quando o jogo terrestre não funciona e tem two-high safeties no fundo do campo? A segunda metade da tabela, mais difícil, nos trará respostas sobre o verdadeiro patamar do time; a chegada de Sauce Gardner também se representa numa bela adição apesar do preço. Na AFC South, dominam e com justiça.
#8 – Tampa Bay Buccaneers (6-2): Lidar com o número de problemas ofensivas que estão afetando os Buccaneers nesse momento nunca é bom. A bye week chegou em boa hora para deixar parte do elenco mais perto do retorno. Não há dúvida que, saudáveis, os Buccaneers são uma das melhores equipes da NFC. Com a divisão praticamente assegurada, chegar na melhor condição possível para os playoffs é parte do plano para a segunda metade.
#9 – New England Patriots (7-2): Drake Maye é um legítimo candidato ao prêmio de MVP, a defesa é melhor do que a soma de suas partes e Josh McDaniels, quando na função de coordenador ofensivo, é muito bom. Só que duas coisas precisam ser ditas: esse time ainda tem bastante inexperiência se comparado aos competidores da AFC East e a tabela foi bastante acessível até o momento. O jogo contra o Tampa Bay Buccaneers e o final de temporada contra Bills/Ravens serão cruciais para medir expectativas numa provável ida aos playoffs, a primeira desde 2021.
#10 – Kansas City Chiefs (5-4): Patrick Mahomes está chegando da partida com a menor % de passes completos de sua carreira; ainda assim, ninguém seria capaz de dizer que ele não está tendo um grande ano. A verdadeira incógnita é a defesa, que ainda é inconsistente em todos os níveis e muito inferior ao que vimos em anos recentes. A melhora ofensiva é nítida após os retornos de Xavier Worthy e Rashee Rice. Será que vai ser suficiente para o tetracampeonato consecutivo da AFC?
#11 – Green Bay Packers (5-2-1): Enquanto Matt LaFleur não retomar a agressividade do início da temporada, os jogos dos Packers serão mais difíceis do que precisavam. É um time talentoso e que se complica em partidas que não deveria fazer isso. Na sua melhor versão, não ficam devendo para ninguém—o problema está na teimosia e nas chamadas bastante questionáveis de LaFleur. O grupo de cornerbacks também é preocupante.
#12 – San Francisco 49ers (6-3): Pelo segundo ano consecutivo, lesões estão quebrando o que deveria ser um bom ano dos 49ers. Vale notar que San Francisco está tendo uma temporada bem digna apesar da centena de problemas dos dois lados da bola. A tabela mais tranquila ajuda na briga por playoffs; chegando lá, as perdas de Nick Bosa e Fred Warner podem ser demais para lidar, especialmente após uma trade deadline sem movimentos.
#13 – Pittsburgh Steelers (5-3): A defesa, tão criticada (de forma justa) antes do jogo contra o Indianapolis Colts, jogou de forma mais simplificada, parou o jogo terrestre e forçou seis turnovers. O ataque com Aaron Rodgers passa longe de ser o problema da temporada: a questão é que parar os ataques adversários vinha sendo um parto. A mudança de Jalen Ramsey para safety teve um bom resultado até o momento.

A Grande Classe Média
Eis os times que precisam dos astros se alinhando para que haja uma briga forte para chegar numa final de conferência ou vencer a divisão e ainda mais coisa boa acontecendo para brigarem por título. Há contestações óbvias e/ou buracos no elenco que precisam ser arrumados ou mitigados para que o sonho do Vince Lombardi se materialize. Alguns abaixo estão na pós-temporada, alguns estão eliminados – pense no nível geral e não só na classificação.
#14 – Los Angeles Chargers (6-3): Na teoria, os Chargers estão numa situação semelhante a dos 49ers: um time com boa campanha e que vem se sustentando apesar das várias lesões. A questão é que é muito mais fácil esperar algo da defesa dos 49ers mesmo na tragédia atual do que da linha ofensiva dos Chargers, que afeta todo o ataque e impede Justin Herbert de jogar como o fez nas primeiras partidas da temporada. A vaga nos playoffs pode ficar difícil com Herbert pressionado e o jogo terrestre sem funcionar de forma efetiva.
#15 – Jacksonville Jaguars (5-3): A defesa deu um salto gigantesco de qualidade em relação ao ano passado, forçando turnovers e parando muito melhor os ataques que enfrenta. As questões estão no ataque: Trevor Lawrence não vai mesmo ser mais consistente? Brian Thomas Jr. voltará ao bom nível de calouro? A chegada de Jakobi Meyers cai muito bem para o que a unidade precisava. Chegar aos playoffs, ainda assim, não vai ser nada fácil.
#16 – Chicago Bears (5-3): Totais méritos aos Bears pela campanha positiva até o momento e pela clara evolução de Caleb Williams até o momento. Ainda assim, é um time com claras dificuldades defensivas, especialmente em relação a parar big plays ou pressionar quarterbacks adversários. A chegada de Joe Tryon não vai resolver esses problemas. Não a toa, o time tem um diferencial de pontos de -12 mesmo com a campanha positiva.
#17 – Baltimore Ravens (3-5): Os Ravens aqui são vítimas do timing: com a volta de Lamar Jackson e a defesa entrando nos eixos depois do início tenebroso, fica claro que eles podem brigar pela AFC North até o fim da temporada. Apesar de projeções otimistas para a segunda metade, o time nesse momento continua com a campanha 3-5. Até esperamos uma combinação de resultados melhor para Baltimore, mas a realidade é a realidade.
#18 – Minnesota Vikings (4-4): O jogo contra o Detroit Lions foi um daqueles dias impressionantes de Brian Flores. O problema é que, em 2025, nem sempre suas chamadas defensivas estão sendo das mais brilhantes—um pequeno ponto negativo no que tem sido uma excelente passagem como coordenador defensivo dos Vikings. Mais um time onde as lesões machucaram bastante até o momento: a volta de J.J. McCarthy ofuscou o fato de que a linha ofensiva estava muito mais completa contra os Lions. O resultado? O ataque funcionou bem melhor. Kevin O’Connell é brilhante no que faz.
#19 – Houston Texans (3-5): Durante as primeiras nove semanas, o ataque acabou por pecar justamente num ponto que muito se bateu na última temporada: falta de ritmo e criatividade de Nick Caley—tudo isso, claro, somado a mais uma péssima montagem de linha ofensiva por parte da diretoria. O resultado é um C.J. Stroud (que também tem sua parcela de culpa) jogando muito abaixo do melhor nível que já vimos. Ponto positivo: a defesa é, sem qualquer sombra de dúvida, parte da elite da NFL. Consistente e de alta qualidade nos três níveis.
#20 – Carolina Panthers (5-4): A evolução de Bryce Young, por mais notável que seja, não inspira confiança o suficiente para cravá-lo como o franchise quarterback, e com dois anos e meio de NFL, o tempo não vai durar para sempre. A campanha é boa, a linha ofensiva tem boas peças e vitórias em jogos como Atlanta Falcons e Green Bay Packers chamam a atenção de forma positiva. Só não dá pra esperar os Panthers como verdadeiros competidores num nível mais alto porque, a bem da verdade, a falta de talento, especialmente defensivo, ainda é bem clara no elenco.
#21 – Dallas Cowboys (3-5-1): Falando na falta de talento defensivo, o que dizer de um time que troca Micah Parsons antes da temporada e adiciona dois jogadores por meio de troca logo antes da deadline? Seja lá qual for o plano dos Cowboys (que já deixamos claro que não gostamos), parece ser tarde demais para uma unidade bastante mal-treinada e para um time com a campanha que possuem. Os playoffs parecem extremamente distantes e o futuro não anima enquanto Jerry Jones dar as cartas.
#22 – Arizona Cardinals (3-5): Soft benching parece ser a expressão da moda na NFL em 2025. As dúvidas foram sanadas: Jacoby Brissett é o verdadeiro titular em Arizona no lugar de Kyler Murray. O time que sempre parece estar perto e nunca dá o salto até tem apresentado coisas legais no lado defensivo, e verdade seja dita, Brissett tem feito um trabalho decente passando a bola. O problema é que a tabela é brutal e a NFC West já tem três times com o dobro de vitórias. Vai ser mais um ano longe de jogar em janeiro.
#23 – Atlanta Falcons (3-5): As três derrotas consecutivas já causaram a mesma sensação horrível que paira sobre os Falcons a todo ano: um time com expectativa no início da temporada e que nunca as coisas dão certo como o esperado. A média de 17.8 pontos por jogo é a segunda pior da NFC e a quinta pior da NFL. É isso que esperamos de um ataque com as peças que Atlanta possui? Certamente que não—mas o baile tático que Raheem Morris levou de Mike McDaniel há algumas semanas também é um fator de grande preocupação.

Partiu Draft
Eis times que já estão praticamente eliminados. Na prática, são as equipes que devem figurar no Top 10 do Draft 2026 por terem as piores campanhas de 2025.
#24 – Washington Commanders (3-6): Não se engane: a temporada não é uma grande decepção só pelas lesões de Jayden Daniels. O time é velho, a defesa caiu bastante de produção e a comissão técnica não vinha fazendo um grande trabalho. Era esperado que os Commanders tivessem alguma regressão, embora a confiança em Daniels pudesse causar expectativas diferentes. Desde a offseason ruim até o mau desempenho, nada vinha dando certo para Washington. Com lesão grave do quarterback, é hora de pensar em 2026.
#25 – Cincinnati Bengals (3-6): A defesa dos Bengals era terrível em 2024 e trocou de Lou Anarumo para Al Golden. Houve evolução: passou de “terrível” para “historicamente terrível”. A média de 33.3 pontos cedidos por jogo é uma das mais altas que a NFL já viu e falta tudo, absolutamente tudo desse lado da bola. A chegada de Joe Flacco estabilizou o ataque, que vem performando bem, diga-se. O problema é produzir a mesma coisa que 11 cones defendendo o ataque adversário.
#26 – New York Giants (2-7): Malik Nabers? Foi parar na faca. Cam Skattebo? Foi parar na faca. Pedimos para que Jaxson Dart, um dos quarterbacks mais divertidos (para o bem e para o mal) de se assistir em 202, continue saudável e se desenvolvendo. Esse ataque tem potencial para produzir bem quando estiver totalmente saudável. O passo 1 para dias melhores em 2026 é não ter Brian Daboll na sideline. E claro: Abdul Carter está sendo o craque que se esperava durante seu ano de calouro.
#27 – Cleveland Browns (2-6): O time classificado em #27 aqui tem um jogador que está entre os melhores da NFL e, verdade seja dita, outros bons jogadores em várias posições. A tragédia, como sempre, está na posição de quarterback: o Cleveland Browns não tem nenhuma opção plausível na posição, incluindo, sim, Shedeur Sanders. A frustração de Myles Garrett com os Browns é a mesma que temos em uma franquia que não consegue se livrar de si mesma.
#28 – Las Vegas Raiders (2-6): Até foi um retorno decente por Jakobi Meyers. O plano dos Raiders não era dos mais ruins em relação ao que se esperava em 2025; a péssima linha ofensiva, no entanto, em nada está facilitando a situação. Ainda é preciso adicionar mais talento na defesa e resolver a posição de quarterback, com Geno Smith tendo de longe sua pior temporada desde que voltou a ser titular na NFL. Ao menos para 2025, as ideias de Las Vegas não funcionam nada como o planejado.
#29 – Miami Dolphins (2-7): Eu não acho que precise falar muito aqui. O general manager já foi, o vestiário é uma completa bagunça e parece uma questão de tempo até o head coach deixar o cargo, embora o dono tenha algum apreço por Mike McDaniel. Em outras questões, quanto mais longe Tua Tagovailoa estiver de um microfone, menos pior vai ficar o clima nos Dolphins.
#30 – New Orleans Saints (1-8): Spencer Rattler não fez um mau trabalho enquanto titular. Tyler Shough, escolha de segunda rodada, também entra num cenário válido: a temporada não vale de nada e a franquia quer descobrir o que tem no elenco. Tudo dentro do jogo e do esperado: um elenco horrível está performando como um elenco horrível. A saída de Rashid Shaheed enfraquece o grupo de recebedores, só que não vai machucar ganhar duas escolhas extras por um recebedor em ano de contrato.
#31 – New York Jets (1-7): Vender Quinnen Williams e Sauce Gardner pode não soar legal, mas pelo preço que foi? Ótimos negócios de New York, que acertou algumas boas picks (Vera-Tucker, Gardner, Wilson, Tippmann, Fashanu, Membou) nos últimos anos. Estão com munição suficiente para ir atrás de quarterback. Falamos do futuro aqui, claro, porque o presente é tenebroso.
#32 – Tennessee Titans (1-8): O elenco como um todo é bem ruim e Cam Ward ainda é bem inconsistente. Surpreendeu os Titans não terem feito algumas vendas até a trade deadline em um ano com pouca expectativa e já com treinador interino. 2026 não pode chegar cedo o suficiente.
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