A sexta semana serviu para definir alguns parâmetros na Conferência Nacional (NFC) tanto na parte de cima da classificação quanto na parte de baixo.
Começando pela parte de cima, Philadelphia começou a sua parte da temporada insana sem o seu right tackle e viu seu calouro Carson Wentz ser totalmente amassado pelo pass rush de Washington. Doug Pederson teve dois meses para se preparar para a suspensão de Lane Johnson e o resultado foi desastroso: dos 27 dropbacks, em apenas cinco Wentz teve um pocket limpo para trabalhar. Já do outro lado da bola, a linha ofensiva de Washington confirmou a sua fama e dominou completamente o pass rush do adversário, colocando a franquia como a principal adversária de um Dallas Cowboys que domina seus adversários – seja pelo chão ou pelo trabalho de seu quarterback.
Na parte de baixo, a maior surpresa vem sendo o Carolina Panthers – para quem achava que ter três calouros na posição de cornerback fosse dar certo. A decisão de liberar Josh Norman e apostar em uma secundária inexperiente foi absurda e o resultado são cinco derrotas em seis jogos – e perspectivas não muito boas. Para você ter uma ideia, o calouro Zack Sanchez cedeu 183 jardas aéreas e cansou de ser queimado por Drew Brees. Pressão em jogadores inexperientes, safeties expostos que não são de grande qualidade e um pass rusher que não está no mesmo nível do ano passado – seria muito difícil manter aquele alto nível. O forte dos Panthers ano passado era a defesa – sem ela fica difícil que a tática de smash mouth football dê certo.
Para quem não acompanhou a razão desta divisão entre conferências, a explicação está no primeiro texto da série. Faz muito mais sentido separarmos por Conferências, dado que a “chave” para os playoffs é separada e os times tem só 25% do calendário contra franquias da outra conferência. Sem mais delongas, acompanhe o ranking para as equipes da NFC. Mais tarde teremos a Conferência Americana. No final do texto também está a classificação por divisão. Agora também colocamos as chances de Playoffs entre parênteses também com os dados do Football Outsiders.
16. San Francisco 49ers (1-5) (0,7%) –
A atuação de Michael Wilhoite no meio do corpo de linebackers neste final de semana foi desastrosa. Faltou posicionamento, leitura de jogo e o resultado foram as 140 jardas terrestres de LeSean McCoy – e mais 70 de Tyrod Taylor. É incrível a incapacidade da comissão técnica em fazer ajustes nos intervalos para impedir placares elásticos e humilhantes. Do lado ofensivo, Colin Kaepernick fez um pouco mais do que Blaine Gabbert, mas é muito pouco. Um ano lamentável de San Francisco.
15. Chicago Bears (1-5) (2,7%) –
Jacksonville estava 6-37 fora de casa e os Bears perderam. Claramente é hora de reformular tudo, achar um novo quarterback e corrigir um elenco cheio de necessidades – que tem jovens talentos e precisam ser melhores trabalhados. Como já dito, a franquia ainda é uma bagunça e é preciso corrigir o comportamento fora de campo antes de pensar em voltar aos gloriosos tempos.
14. Carolina Panthers (1-5) (2,2%) -1
Que momento horrível para Carolina. O efeito Josh Norman atingiu em cheio esta secundária e o resultado é ser o terceiro pior da NFC. Norman conseguia cuidar de um lado só do campo, liberando os safeties (que não são tão confiáveis) para marcar o resto – aumentando o nível defensivo. Combine isso com um front seven que pressiona o adversário e vira a fórmula para ganhar a NFC. Agora que os safeties têm que cobrir as falhas de três calouros, incluindo Zack Sanchez (que cedeu 183 jardas aéreas contra New Orleans), toda a secundária fica exposta e o resultado é desastroso: cinco derrotas em seis jogos.
A tática de jogo terrestre dominante funciona quando a defesa consegue fazer algo em campo. Sem proteção contra o passe, adivinhe, ninguém vai fazer uma brilhante campanha na NFL de hoje em dia. Por causa disso, fica fácil ver que a expectativa para os Panthers é a pior possível: da trigésima primeira escolha geral para o top 10 no Draft. Ou o corpo de cornerbacks começa a atuar de uma maneira brilhante (quase impossível) ou a equipe cairá na realidade e verá o tanto de falhas que possui em seu elenco.
13. Tampa Bay Buccaneers (2-3) (9,0%) -1
Bye week.
12. New Orleans Saints (2-3) (17,4%) +2
Poucos times podem ter o privilégio de tomar 72 pontos nos últimos dois jogos e ter um record 2-0 – são 117 pontos tomados nos últimos três jogos! Com uma defesa inexistente em campo, tudo tem que cair sob os ombros de Drew Brees e ele vem fazendo um trabalho fantástico – considerando o que tem à disposição para trabalhar. Com esta defesa em campo, os Saints não vão muito longe na temporada, mas pelo menos vão proporcionar partidas cheias de pontos para os seus torcedores.
11. Los Angeles Rams (3-3) (20,3%) -2
Mais uma temporada com cheiro de 8-8 ou 7-9. Mesmo em uma tarde que Case Keenum achou que era Kurt Warner (e no final voltou a lembrar que seu nome era Case Keenum), Los Angeles enfrentou um quarterback em ótimo momento em um shootout – era uma derrota que só se evitaria com turnovers forçados pela secundária, que está mais fraca do que no ano passado. Pelo histórico de Los Angeles, esta temporada mediana deve garantir mais um tempo de Jeff Fisher no comando e mais tempo ainda sem dar um passo a frente em questão de qualidade.
10. Detroit Lions (3-3) (10,9%) –
O momento de Matthew Stafford é o melhor da NFC: nos últimos dois jogos são sete passes para touchdown, oito jardas por tentativa de passe e um rating de 137,6. A saída de Calvin Johnson parece que fez bem a Stafford, que está aprendendo a distribuir melhor o jogo e evitar forçar bolas que resultam em turnovers excessivos. O momento é bom e o próximo confronto, contra Washington, é essencial na luta pelo Wild Card. Ainda falta consistência defensiva para os Lions darem um passo maior e saírem da condição de zebra da conferência.
9. New York Giants (3-3) (23,5%) +2
Uma virada necessária para se manter na briga dentro da NFC East. Visivelmente a divisão está atuando em alto nível e uma derrota em casa seria trágica para o objetivo de tentar ir aos Playoffs. Mesmo assim o time precisa mostrar mais, principalmente pelo investimento realizado até aqui. Não dá para depender apenas de momentos únicos de Odell Beckham Jr. para conseguir viradas e vitórias. Falta consistência e confiança em campo, o que pode ser recuperado com uma sequência de vitórias – ainda mais que a equipe vai a Londres jogar contra os Rams.
8. Philadelphia Eagles (3-2) (41,1%) -2
Não foi só Halapoulivaati Vaitai, o right tackle calouro, que foi mal contra Washington. A linha ofensiva inteira teve um trabalho pífio. Brandon Brooks ainda não justificou o seu contrato ganho, Jason Peters está se tornando um humano, Jason Kelce está no pior momento da carreira e Allen Barbre não passa de um guard mediano. Não dá para um ataque funcionar, muito menos um quarterback calouro se desenvolver, com tantos erros na linha ofensiva.
Defensivamente, a franquia sofreu contra o jogo terrestre pela segunda semana, expondo o esquema de Jim Schwartz. Nada melhor que tentar uma recuperação na temporada jogando, agora, contra o… Minnesota Vikings. A vida de Philadelphia não será nada fácil na sequência – ainda mais se continuar a ser tão indisciplinado em campo, visto que lideram a liga em faltas por jogo.
7. Green Bay Packers (3-2) (45,0%) -2
Tudo bem que o playcall anda ganhando muitas críticas, só que Aaron Rodgers também não está em seu melhor momento. Desde a semana oito do ano passado, o quarterback é o pior da NFL em jardas por tentativa de passe. Ele está no pior momento da carreira e este ataque não funciona – foi a principal razão da derrota dentro de casa.
Apesar da defesa tomar 191 jardas terrestres, foram apenas 67 em um primeiro tempo equilibrado e que se esperava muito mais da unidade ofensiva. Green Bay está em baixa, porém o talento de seu quarterback ainda permite com que eles sonhem em fazer barulho mais para frente.
6. Washington Redskins (4-2) (45,8%) +2
Apesar do bom jogo de Kirk Cousins (que domina os Eagles, vale frisar), foi o jogo terrestre que acabou com a partida. Aliás, este confronto serviu para mostrar o quanto esta linha ofensiva é subvalorizada na NFL: sem sombra de dúvidas ela é uma das melhores da liga, principalmente na proteção ao passe. Washington dominou a linha de scrimmage, tanto ofensiva quanto defensivamente, o que tornou a vitória muito mais fácil.
Do lado defensivo, foi fácil parar Carson Wentz após a tática suicida de colocar um calouro de right tackle para enfrentar Ryan Kerrigan – foram dois sacks e mais um monte de hurries, acabando com o ataque do adversário. O placar com a diferença de apenas sete pontos não traduz o total domínio que a franquia teve durante toda a partida, principalmente correndo com a bola e transformando a defesa adversária em uma peneira. As últimas atuações serviram para apagar a primeira impressão da temporada e confirmar que Washington deve brigar pela divisão – como era esperado no início do ano.
5. Arizona Cardinals (3-3) (31,6%) +2
Após o fim do processo de “Andy Reidização” tentado por Bruce Arians, era óbvio que este ataque iria voltar a produzir em alto nível. David Johnson é um monstro no backfield e transformou as últimas duas partidas em vitórias fáceis. Tudo bem que foi contra adversários mais fracos tecnicamente, mas o domínio apresentado por Arizona (e o equilíbrio da NFC) justificam a quinta posição conquistada até o momento. Agora é enfrentar o seu algoz – das últimas quatro, Seattle venceu três.
4. Atlanta Falcons (4-2) (83,1%) -2
Atlanta quase conseguiu uma virada impressionante que os consolidariam na segunda posição do ranking. Como ela ficou pelo caminho, o quarto lugar está de bom tamanho. Foi impressionante a postura de Matt Ryan durante toda a partida. Mesmo atrás do placar, jogando no ambiente mais hostil da NFL e sem jogo terrestre, Ryan comandou três campanhas para touchdown no terceiro quarto e mostrou o porquê de merecer ser o MVP da liga até aqui. Faltou capricho ofensivo nos últimos dois drives (seja pelo drop ou pela falta não marcada), mas este jogo serviu para mostrar que o ataque dos Falcons consegue bater de frente com qualquer defesa.
3. Dallas Cowboys (5-1) (84,7%) +1
“Já os Packers não vão ceder apenas duas jardas por corrida, porém não vejo a unidade tomando 150 jardas terrestres deste ataque dos Cowboys.” Ops, momento peço perdão pelo vacilo. Foram 191 jardas terrestres e um domínio sobre um front seven que ficou cansado pela incapacidade do ataque em mover a bola – tanto é que no primeiro tempo foram apenas 67 jardas terrestres cedidas por Green Bay. Enquanto a defesa de Dallas segura os seus adversários, não há necessidade de sobrecarregar o jogo aéreo – principalmente contando com uma das melhores linhas ofensivas da liga. Neste ritmo de cansaço defensivo do adversário e capacidade de sair do campo em terceiras descidas, os Cowboys estão se firmando como uma das grandes ameaças na NFC. Agora só falta tomar a decisão de Romo ou Prescott.
2. Seattle Seahawks (4-1) (87,2%) +1
Um início avassalador que quase terminou em tragédia. Enquanto a falta de Richard Sherman (não marcada) repercutiu durante o pós-jogo, foi a interceptação de Earl Thomas que realmente fez toda a diferença. Se o Julio Jones agarra o passe, os Falcons iriam acabar com mais tempo do relógio e a derrota seria inevitável. Independente das polêmicas, é preciso apreciar o quão bem esta unidade defensiva jogou. Limitar Atlanta em 52 jardas terrestres é uma tarefa para poucos. A tática deu certo: o equilíbrio sumiu e foi possível buscar a virada no último quarto.
1. Minnesota Vikings (5-0) (94,8%) –
Bye week. Mesmo com Dallas e Seattle tendo grandes desempenhos, Minnesota ainda é o time a ser batido na NFC.
POR DIVISÃO:
NFC East:
- Dallas Cowboys
- Washington Redskins
- Philadelphia Eagles
- New York Giants
NFC West:
- Seattle Seahawks
- Arizona Cardinals
- Los Angeles Rams
- San Francisco 49ers
NFC South:
- Atlanta Falcons
- New Orleans Saints
- Tampa Bay Buccaneers
- Carolina Panthers
NFC North:
- Minnesota Vikings
- Green Bay Packers
- Detroit Lions
- Chicago Bears
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