Tal como fazemos todas as temporadas, falaremos aqui nossos votos de PROFOOTBALL para os prêmios de temporada. Lembrando sempre, só vale a temporada regular como espaço amostral.
Neste ano, tivemos uma corrida interessante para MVP – povoada por quarterbacks, como tradicionalmente acontece. Infelizmente em termos de competitividade, ao final da temporada Jalen Hurts perdeu dois jogos por lesão e Patrick Mahomes manteve o alto nível. Então resta pouca polêmica na joia da coroa em termos de prêmios de temporada. Nos demais, porém, devemos ter mais divergência entre nossos votos e sua opinião.
Sem mais delongas, vamos aos votos; Para as premiações, votaram Antony Curti, Deivis Chiodini e Henrique Bulio. Todos os votos, obviamente, foram justificados.
MVP: Jogador mais Valioso
Deivis Chiodini: Patrick Mahomes, QB, Kansas City Chiefs
Mágico. Nenhum outro adjetivo define melhor Patrick Mahomes que esse. Quando você acha que já viu tudo que é possível, ele tira mais um coelho da cartola, fazendo um lançamento que parece impossível ou colocando a bola numa janela minúscula. Mas não é só pirotecnia: Mahomes é também um quarterback cerebral, que disseca defesas e vira jogos como ninguém.
Henrique Bulio: Patrick Mahomes, QB, Kansas City Chiefs
Com uma mudança de filosofia ofensiva, Mahomes se manteve no mesmo padrão: consistente, efetivo e com um toque de mágica que liderou os Chiefs mais uma vez em altíssimo nível. Liderou a liga em jardas de passe e em touchdowns. Foi o melhor jogador de 2022.
Antony Curti: Patrick Mahomes, QB, Kansas City Chiefs
Líder em jardas passadas e touchdowns mesmo sem Tyreek Hill. 11 jogadores diferentes de Kansas City receberam passes para touchdown de Mahomes. Não foi apenas highlights. Pelo contrário: segundo o NFL Next Gen Stats, apenas 8% dos passes do quarterback dos Chiefs foram considerados “em profundidade” neste ano. Entre Buffalo, Cincinnati e Kansas City, discutivelmente o elenco menos forte é o dos Chiefs. O quarterback compensou e é por conta dele que o time teve a folga e está pela terceira vez em cinco anos no Super Bowl.
HCOY: Técnico do Ano
Deivis Chiodini: Nick Sirianni, Philadelphia Eagles
Ao começo da temporada, Philadelphia era um time bem cotado, mas que deixava dúvidas, em especial na posição de quarterback. Hoje Jalen Hurts é unanimidade, a equipe voa dos dois lados da bola, garantiu a folga da NFC e se classificou com 4 rodadas de antecedência. O arquiteto? Nick Sirianni, o treinador do ano de 2022.
Henrique Bulio: Nick Sirianni, Philadelphia Eagles
A evolução dos Eagles de um ano para o outro foi impressionante. Mais maduro, Sirianni merece nota alta em todos os quesitos de gerenciamento de jogo. A transformação de Jalen Hurts numa estrela também é seu mérito. A melhora da equipe em relação a 2021 tem todas suas marcas.
Antony Curti: Brian Daboll, New York Giants
Daboll ressuscitou a carreira de Daniel Jones e isso por si já daria merecimento para ser considerado a este prêmio. Ademais, fez isso com lesões na linha ofensiva ao longo da temporada e com um dos piores corpos de wide receivers da NFL. Para o prêmio de técnico do ano, costumo considerar qual técnico fez mais com menos. Nenhum demérito de Nick Sirianni, que deveria inclusive ser considerado finalista ao prêmio e não foi. É que os Eagles ao menos eram candidatos aos playoffs. Os Giants eram candidatos a campanha negativa em 2022.
OPOY: Jogador Ofensivo do Ano
Deivis Chiodini: Justin Jefferson, WR, Minnesota Vikings
Tire Justin Jefferson dos Vikings e imagine quantas vitórias eles teriam: isso fala muito sobre a importância do recebedor. Líder da liga em recepções e jardas recebidas, Jefferson conseguiu fazer tudo bem: não importa o tipo de cobertura ou o marcador, ele vencia. Incríveis 10 jogos para mais de 100 jardas falam por si. Ano espetacular, de um jogador que ainda pode crescer.
Henrique Bulio: Justin Jefferson, WR, Minnesota Vikings
10 jogos com pelo menos 100 jardas recebidas. Jefferson foi dominante durante todo o ano, aparecendo principalmente nos momentos chaves para o Minnesota Vikings, que ganhou uma porção de jogos apertados. Nenhum outro wide receiver combinou tão bem essa dominância com consistência.
Antony Curti: Justin Jefferson, WR, Minnesota Vikings
Existe uma chance – e seria até válido – pensar que o prêmio de jogador ofensivo do ano seja dado como o “vice” do MVP. Até concordaria, mas isso significaria ter uma temporada de 1809 jardas sendo menos laureada do que deveria. Basicamente, quando Justin Jefferson não jogou bem o Minnesota Vikings perdeu. Não é necessariamente causa e efeito diretos, mas é justo dizer ele merece bastante consideração para o prêmio, por mais que de certa maneira também seja triste que Jalen Hurts chegue ao final da temporada sem uma premiação individual.

DPOY: Defensor do Ano
Deivis Chiodini: Nick Bosa, EDGE, San Francisco 49ers
A sensação que tenho é que Nick Bosa é um adulto jogando contra crianças. O problema é que ele enfrenta toda semana a elite dos bloqueadores, que por muitas vezes fazem dobras para tentar o parar. Líder da liga em sacks – mesmo tendo jogado uma partida a menos que seus concorrentes – Bosa foi dominante durante todo e o diferencial na melhor defesa da NFL.
Henrique Bulio: Nick Bosa, EDGE, San Francisco 49ers
48 quarterback hits e 18.5 sacks em 16 jogos. Toda vez que os 49ers precisaram de Bosa, lá ele estava. Com sua técnica refinadíssima e seu ótimo atleticismo, sua dominância no pass rusher foi inigualável. Seu primeiro DPOY vem com todos os méritos.
Antony Curti: Nick Bosa, EDGE, San Francisco 49ers
O melhor jogador da melhor defesa da NFL. Micah Parsons por suas 74 pressões (líder da NFL) merece menção, tal como Chris Jones, o outro finalista – líder entre os iDLs em sacks, com 15, e em vitórias em bloqueio de passe contra bloqueios duplos. Bosa, porém, é completo em todos os níveis. Não só pressionando o quarterback, mas também sendo (muito) acima da média contra a corrida, sendo fator fundamental para que a defesa de San Francisco fosse uma das melhores dos últimos anos contra o jogo terrestre.
DROY: Calouro Defensivo do Ano
Deivis Chiodini: Ahmad “Sauce” Gardner, CB, New York Jets
Uma das posições mais de mais difícil transição é a de cornerback: não raro, calouros são queimados impiedosamente. Gardner foi ao contrário: ele lidou com veteranos wide receivers de forma natural. Foram pouco mais de 300 jardas em sua direção, com apenas 43% dos passes em sua direção virando recepção. Nasceu uma estrela no lado verde New York.
Henrique Bulio: Ahmad “Sauce” Gardner, CB, New York Jets
Gardner não foi ‘só’ o melhor calouro defensivo do ano – ele foi um dos melhores jogadores defensivos e ainda possui espaço para evolução. Confiante e com excelente técnica, ele dominou duelos individuais contra grande parte dos recebedores que enfrentou em 2022. Superestrela.
Antony Curti: Ahmad “Sauce” Gardner, CB, New York Jets
Quando um calouro não torna-se apenas um potencial melhor calouro defensivo mas também um jogador top 5 (no mínimo, viu) numa posição tão difícil de jogar bem no início da carreira profissional… Fica difícil não dar esse prêmio para ele. Acho justo lembrar das 6 interceptações de Tariq Woolen, mas Gardner fez o principal em todos os jogos: fazer quem está sendo marcado por ele sumir. É no oculto que se dá o valor a um cornerback na NFL.





