Saints irão parar os embalados Eagles?

Desde a derrota na Louisiana, Philadelphia venceu seis dos sete jogos disputados

Há pouco menos de dois meses atrás, os atuais campeões do Philadelphia Eagles viajaram até New Orleans para defrontar os embalados Saints, buscando espantar a má fase e a inconsistência que recaíam sobre o time até aquele momento do ano. No que foi o ponto mais baixo da temporada para os Eagles, o time teve um desempenho pavoroso e pouco pôde fazer frente a avalanche ofensiva dos Saints, que venceram aquela partida por 48 a 7.

Porém, aquele jogo foi o ponto de partida para a ascensão de Philadelphia na temporada, que venceu cinco das últimas seis partidas na temporada regular e abocanhou a última vaga de wild card da conferência nacional. Com um quarterback, uma secundária e espírito completamente diferentes, os Eagles esperam ser capazes de surpreender os Saints e devolver a derrota na Louisiana.

Philadelphia Eagles (9-7) @ New Orleans Saints (13-3)
Local: Mercedes-Benz Superdome, New Orleans, Louisiana
Horário: Domingo, 13 de janeiro, 19h40 do horário de Brasília. TV: ESPN
Linha da Odds Shark: Saints favorito por 8.0 pontos

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Brees terá o mesmo sucesso passando a bola do que na semana 11?

De todas as fraquezas que foram expostas no time dos Eagles quando este foi demolido pelos Saints na semana 11, nenhuma delas era mais preocupante do que a secundária, que naquela partida, já estava sem Ronald Darby e Jalen Mills; pior ainda, ao longo do confronto, o time perdeu Avonte Maddox, Sidney Jones e Rasul Douglas por lesão, e terminou com Chandon Sullivan, De’Vante Bausby e Cre’von LeBlanc em campo. Gosto de fazer referência aos nomes gerados automaticamente no modo ‘franchise’ do Madden, tamanha a aleatoriedade dos jogadores presentes em campo: Sullivan e Bausby, por exemplo, nem mesmo fazem parte do elenco mais.

Nas últimas semanas, Jim Schwartz conseguiu encontrar uma combinação de Douglas, Maddox – agora saudáveis – e Le’Blanc que se transformou num grupo que, se não bom, ao menos deixou de ser uma fraqueza extrema. A ascensão de Tre Sullivan como safety também impulsionou a unidade, e o pass rush também cresceu bastante de produção. Tudo isso junto e fica claro que, por melhor que seja o ataque aéreo dos Saints, a missão de Brees não será tão fácil quanto no jogo anterior entre as equipes.

O fator pouco comentado que pode ser um grande diferencial é a ativação de Ted Ginn Jr. da lista de contundidos, reforço que elevou bastante o grupo de recebedores dos Saints – que passou por momentos conturbados na segunda metade da temporada. A velocidade de Ginn pode causar grandes problemas na secundária dos Eagles, que não possui nenhum cornerback que tenha velocidade como o melhor de seus atributos, e criar oportunidades para Michael Thomas e Alvin Kamara nas zonas curtas e intermediárias.

Nick Foles e a mágica que continua em ação

A principal diferença quando os Eagles estiverem com a bola, naturalmente, será o quarterback. Carson Wentz teve a pior atuação de sua carreira naquela tarde em New Orleans, completando 19 de 33 passes e lançando três interceptações, além de um par de passes imprecisos. Porém, Wentz não atua desde a semana 15 por uma lesão nas costas, e Philadelphia não perdeu nenhum jogo desde então, quando Nick Foles assumiu o posto de titular e qualificou a equipe de forma improvável para os playoffs.

Uma coisa que Foles notoriamente faz melhor do que Wentz é distribuir a bola dentre seus recebedores. O agora titular dos Eagles tem utilizado Alshon Jeffery de forma muito mais efetiva, ao passo que Zach Ertz não é um alvo superutilizado. Falando sobre alvos, existe a possibilidade de Mike Wallace estar disponível para ação no próximo domingo, e se isso acontecer, o efeito da volta do recebedor será semelhante ao que dissemos acima sobre Ted Ginn Jr.: ele é um bom alvo vertical, mas de igual importância é seu efeito nas defesas, fator que abre oportunidades para recebedores em zonas mais curtas – nesse caso, Zach Ertz, Nelson Agholor e Alshon Jeffery se aproveitariam.

Philadelphia precisa de agressividade dos dois lados da bola

Um número considerável de críticas – justas – foi direcionado a Doug Pederson após o massacre sofrido pelos Eagles nas mãos dos Saints na semana 11. O treinador, que ganhou fama na última temporada por conta de sua imprevisibilidade e agressividade nas chamadas, parecia acovardado e sem respostas para os problemas ofensivos que Philadelphia enfrentava: o time começava todos seus jogos de forma lenta, não pontuava no primeiro quarto e a costumeira agressividade nas quartas descidas desapareceu.

Isso parece ter sido solucionado. Doug se tornou um playcaller criativo, o time novamente arrisca as quartas descidas e as chamadas não são tão previsíveis como outrora. Essa tônica precisa ser mantida no próximo domingo caso os Eagles queiram surpreender: devolver a bola para Drew Brees buscando conceitos ultrapassados como “dificultar a posição de campo” simplesmente não funcionará.

Na defesa, o time precisa de forçar turnovers (duh), e nada melhor para se aumentar a possibilidade de conseguir turnovers do que chegando ao quarterback. Jim Schwartz foi um dos coordenadores menos adeptos das blitzes, mas contra uma linha ofensiva dos Saints que vem sofrendo com problemas de saúde e com um pass rush que cresceu de produção, os Eagles precisam tentar a sorte. É claro que, tendo em Drew Brees um dos passadores que mais rápido soltam a bola em toda a liga, New Orleans pode ter o antídoto caso Schwartz parta para o ataque, no entanto, é um risco que Philadelphia tem de tomar.

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Tenha certeza de que, ao assistir a última semifinal de conferência, você verá um jogo com um nível de entretenimento muito maior do que quando esses dois times se enfrentaram na semana 11. Os Saints, descansados, devem apresentar a mesma forma dominante de grande parte da temporada regular; em contrapartida, os Eagles é que são um time que brigarão muito mais.

Porém, ainda vejo New Orleans com um nível mais alto. Existia uma razão para toda a hype em cima da campanha de Drew Brees para MVP, e a defesa é um grupo no qual não faltam playmakers. Por mais equilibrado que o confronto pareça, e por maior que seja a magia de Nick Foles, acredito que chega aqui ao fim o caminho dos atuais campeões.

Meu palpite é que o New Orleans Saints vai para a final da NFC.

“proclubl"

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