Prévias 2019: Ano dos Panthers depende do quão saudável Cam Newton estará

Com nova mecânica de passe e uma linha ofensiva remodelada, a saúde de Cam Newton é o principal fator para os Panthers produzirem em 2019. O elenco certamente melhorou, mas será o suficiente para brigar com os Saints na NFC South?

2019: O que você precisa saber
Caso Rivera não consiga levar o time aos playoffs, ele será candidato a procurar uma nova casa.
Pergunta a ser respondida
A linha ofensiva conseguirá finalmente ser eficiente?
Com a batata assando
Ron Rivera
Jogo mais importante
Saints @ Panthers, semana 17
Principal reforço
Gerald McCoy, iDL

Com a chegada de David Tepper, o novo dono, os Panthers esperam que a imagem de inconsistência comece a ser eliminada nessa temporada. Desde 2011, Carolina intercala uma boa temporada com uma ruim – ao menos, esse ano a história diz que será boa.

Como foi 2018: (7-9, não foi para os playoffs). Nas 8 primeiras partidas, os Panthers venceram 6 e estavam empatados na NFC South com os Saints, mas depois de uma lesão no ombro do quarterback Cam Newton num jogo de quinta-feira contra os Steelers, o time teve uma sequência de 7 derrotas e passou longe de ir para os playoffs.

Draft 2019

Na décima sexta escolha geral, os Panthers selecionaram o Brian Burns, EDGE, Florida State, que era um dos principais pass rushers da classe graças à habilidade de contornar o arco com excelente flexibilidade no quadril e explosão saindo do snap. A escolha na 16ª foi uma das maiores barganhas da primeira rodada. Na segunda rodada, subiram para escolher Greg Little, OT, Ole Miss para ser o left tackle da franquia, mas como bem disse no meu texto de “possíveis farsas do Draft de 2019“, Little possui problemas técnicos e sua habilidade atlética não compensa o suficiente para ter sido uma escolha alta no Draft.

1ª rodada (16): Brian Burns, EDGE, Florida State
2ª rodada (37): Greg Little, OT, Ole Miss
3ª rodada (100): Will Grier, QB, West Virginia
4ª rodada (115): Christian Miller, EDGE, Alabama
5ª rodada (154): Jordan Scarlett, RB, Florida
6ª rodada (212): Dennis Daley, OT, South Carolina
7ª rodada (237): Terry Godwin, WR, Georgia

Free Agency 2019

Mesmo não tendo muito espaço no teto salarial, os Panthers fizeram uma ótima free agency mantendo jogadores importantes e adicionando outros em posições que tinham uma grande necessidade, principalmente center. A contratação de Matt Paradis, ex-Broncos, é uma das mais subestimadas da free agency.

Principal reforço: Gerald McCoy, iDL. Antes mesmo de estrear, alguns analistas e setoristas dos Panthers já discutem se essa é a maior contratação da franquia na free agency. Depois de passar 8 anos no rival, McCoy mudou para Carolina para formar um excelente trio de linha defensiva com Kawann Short e Dontari Poe – principalmente se Poe retornar ao nível de 2017. McCoy teve 38 pressões contabilizadas contra o quarterback e 6 sacks, além de ter sido eficiente também no jogo terrestre.

Principal perda: Thomas Davis, LB. Davis é um dos principais jogadores da história da franquia e certamente entrará no Hall de honra do time quando se aposentar. Dito tudo isso, a perda não será tão significativa assim por ter Shaq Thompson como substituto – e na maioria das vezes o time joga em nickel. O principal problema será a profundidade, caso aconteça algo com Luke Kuechly ou o próprio Shaq Thompson.

A temporada dos Panthers está nos ombros de Cam Newton

Como ficou evidenciado na temporada passada, os Panthers sem Cam Newton não chegarão em lugar nenhum. Por isso, a recuperação da cirurgia no seu ombro direito é fundamental para uma temporada bem-sucedida. Percebendo o problema da linha ofensiva, explicitamente criticada pelo novo dono, o time foi atrás de reforços na free agency e no Draft. Conseguiu renovar com Daryl Williams – que deve ser o novo left guard -, contratar o center Matt Paradis e escolher no Draft o left tackle Greg Little. Com isso, o time terá três novos jogadores ou em posições diferentes em relação a 2018, e contando o fracasso que foi durante boa parte da temporada, era bastante necessário. Foram movimentos bastante claros priorizando a proteção do jogador mais valioso do time, e pela primeira vez em muito tempo, a diretoria entendeu a importância de fazer isso.

Falando em ombro de Cam Newton, o quarterback também alterou a sua mecânica de lançamento nessa intertemporada após chegar em uma conclusão com os seus treinadores. As mecânicas de Newton estão entre as piores da NFL, mas graças ao atleticismo absurdo, ele conseguia se safar de muitos problemas, porém, quando o seu ombro ficou limitado por causa da lesão, os problemas apareceram.

O tópico de mudança das mecânicas não é novo: quando assumiu como novo coordenador ofensivo, Norv Turner disse que trabalharia isso em seu novo quarterback. No primeiro ano, as mudanças apareceram no trabalho de pés e em 2019 a mudança será mais drástica.  Nos treinos de OTAs e minicamp, podemos ver que os movimentos estão mais compactos e limpos, mas para termos certeza se a mudança acontecerá mesmo, só quando estiver em uma partida de verdade com a pressão chegando. De qualquer forma, a tentativa é válida para esticar a carreira de Cam, que ao contrário do que muitos pensam, as lesões que mais o incomodaram foram quando recebeu pancadas dentro do pocket, e não quando estava correndo.

Depois de anos jogando na 4-3, os Panthers voltam para a 3-4

Desde a chegada de Ron Rivera em 2011, os Panthers sempre jogaram no sistema 4-3, mas depois de um ano extremamente problemático gerando sacks, isso mudará. Com apenas 35 sacks – 27º time nesse quesito -, os Panthers notaram a necessidade de uma mudança. A alteração vem no momento certo, com Brian Burns e Christian Miller sendo selecionados no Draft, além de Gerald McCoy sendo contratado para jogar como defensive end. Além de ter outros jogadores no elenco que vieram de defesas 3-4, como Mario Addison e Marquis Haynes, a mudança parece o mais óbvio a se fazer.

Entre os linebackers, Luke Kuechly continua sendo um dos melhores jogadores defensivos da liga e depois de uma temporada preocupante com as concussões, Luke conseguiu ficar saudável pelas 16 partidas no ano. A dupla de cornerbacks titulares deu segurança depois de Donte Jackson mostrar o seu valor, enquanto James Bradberry não é excepcional mas é um sólido jogador. O ponto mais fraco da defesa continua sendo a secundária, principalmente na posição de safety: Eric Reid deu estabilidade a posição como há tempos não acontecia, mas sua dupla será o segundanista Rashaan Gaulden, jogador escolhido na terceira rodada. Gaulden foi considerado um reach no Draft passado e não fez nada em sua primeira temporada para mudar essa visão.

O que mudou na intertemporada? A saída do wide receiver Devin Funchess para os Colts abriu espaço para DJ Moore e Curtis Samuel finalmente assumirem a titularidade da posição, algo que já estava claro há bastante tempo que deveria ser feito. Sem nenhum wide receiver grande e de posse, o time focará em jogadores que correm boas rotas e criam separação.

Aspecto tático: Desde a saída do general manager Dave Gettleman, os Panthers mudaram a estratégia ofensiva para uma que se encaixasse melhor com as forças de seu quarterback. Antes, wide receivers altos e fortes eram o principal alvo do time para focar em bolas contestadas e altas, mas nenhum dos dois principais wide receivers (Kelvin Benjamin e Devin Funchess) jogavam físico o suficiente para isso. Agora, contam com um running back elusivo e uma dupla de wide receivers menor, mas mais eficiente ganhando jardas depois da recepção (Moore) e correndo rotas afiadas (Samuel). Na primeira metade da temporada, Newton teve ótimas estatísticas com 1,893 jardas, 15 touchdowns, 67,9% de passes completos e apenas 4 interceptações – destaque para a quantidade de passes completos que era a maior porcentagem de sua carreira. Conclui-se que a mudança de características dos seus alvos foi benéfica para o quarterback.

Jogo mais importante: Saints @ Panthers, Semana 17. O calendário foi generoso com os Panthers ao deixar encerrar a temporada contra o seu principal adversário em casa. Esse jogo pode valer uma vaga nos playoffs ou, para os mais otimistas, até mesmo o título da divisão da NFC South. Uma vitória em cima do seu maior rival é um ótimo combustível indo para a pós-temporada.

Pergunta a ser respondida: A linha ofensiva conseguirá finalmente ser eficiente? A última vez que os Panthers conseguiram uma linha saudável e eficiente foi em 2015, ano em que chegaram ao Super Bowl. A resposta para isso se passa pelo lado esquerdo da linha, já que o novato Greg Little deve assumir a titularidade como left tackle enquanto Daryl Williams jogará como left guard. É importante ressaltar que Daryl Williams não jogou como guard na NFL ainda, a não ser em pré-temporada, numa dúvida bastante importante para ser respondida.

2019: O que você precisa saber! O pass rush e os jogadores serão beneficiados pela mudança do sistema defensivo. A linha ofensiva parece boa no papel, mas será que finalmente os Panthers terão uma boa linha ofensiva na prática? Ron Rivera depende disso para manter o seu emprego.

Com a batata assando: Ron Rivera. Depois da queda brusca na temporada passada, o novo dono David Tepper esteve próximo de demiti-lo, mas acabou dando mais um ano de chance para o treinador. Caso Rivera não consiga levar o time aos playoffs, ele será um dos maiores candidatos a procurar uma nova casa.

TEXTOS SOBRE O TIME QUE FORAM ESCRITOS APÓS O SUPER BOWL

Panthers empolgados com a volta de Cam Newton aos treinos

Previsão para 2019

Sem grandes mudanças de comissão técnica e com adições bastante relevantes durante a intertemporada, os Panthers chegam mais forte em 2019 do que ano passado. Com um calendário mais complicado do meio para o final da temporada, se Carolina quiser ter uma chance de se classificar para a pós-temporada terá de começar com tudo – não por acaso, nas odds da NFL, o time é apenas o 20º entre os favoritos para o Super Bowl. Esse início tem de ser forte.

O time a ser batido nessa divisão é sem dúvidas nenhuma New Orleans, mas a diferença entre os Panthers e os atuais campeões diminuiu para 2019. Na teoria, esse time brigará junto com os Falcons dentro da divisão por uma vaga de wild card, mas acompanhará bem de perto o que os Saints farão.

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