Prévias 2019: Saquon Barkley, a estrela solitária dos Giants

Com talento relativamente escasso no elenco, os Giants não admitem, mas o maior foco em 2019 é de começar a construir os pilares da reconstrução após a era Eli Manning. A missão em 2019 será bastante espinhosa.

2019: O que você precisa saber
A temporada promete ser difícil para os Giants e seu elenco escasso de talento
Pergunta a ser respondida
Os Giants podem brigar por alguma coisa em 2019?
Com a batata assando
Eli Manning
Jogo mais importante
Cowboys @ Giants, semana 9
Principal reforço
Markus Golden, EDGE

Mais do que nunca, New York será o time de Saquon Barkley. Apostando quase todas suas fichas no talentoso running back, os Giants tentarão se superar em uma temporada na qual mesmo uma vaga nos playoffs parece algo fora de questão.

Como foi 2018: (5-11, última posição na NFC East). Os Giants foram para o tudo ou nada ao ignorarem um quarterback e draftarem Saquon Barkley com a 2ª escolha geral, mostrando que o plano da franquia era tentar aproveitar ao máximo os momentos derradeiros da era Eli Manning. No final, acabaram com nada. Embora o running back tenha se saído muito bem, quebrando recordes, carregando o ataque e vencendo o prêmio de calouro ofensivo do ano, New York não chegou nem perto de atingir seu objetivo

Draft 2019

No geral, é um Draft sólido. Os Giants foram bem encontrando talento e ótimos valores a partir do segundo dia, contudo a visão sobre o trabalho do time acabou contaminada por duas decisões questionáveis na primeira rodada: Daniel Jones, QB, Duke e Dexter Lawrence, iDL, Clemson. Ambos foram grandes reaches, sobretudo Jones, um prospecto que nunca deveria ter sido selecionado no top 10.

Por outro lado, o general manager Dave Gettleman pode ter conseguido um belo steal com o cornerback Julian Love na quarta rodada. Love traz profundidade à posição e talvez já seja titular logo de cara, atuando como o nickelback da equipe.

1ª rodada (6): Daniel Jones, QB, Duke
1ª rodada (17): Dexter Lawrence, iDL, Clemson
1ª rodada (30): Deandre Baker, CB, Georgia
3ª rodada (95): Oshane Ximines, EDGE, Old Dominion
4ª rodada (108): Julian Love, CB, Notre Dame
5ª rodada (143): Ryan Connely, LB, Wisconsin
5ª rodada (171): Daris Slayton, WR, Auburn
6ª rodada (180): Corey Ballentine, CB, Washburn
7ª rodada (232): George Asafo-Adjei, OT, Kentucky
7ª rodada (245): Chris Slayton, iDL, Syracuse

Free Agency 2019

Se o Draft foi animador, a free agency foi um tanto trágica. A perda de talento acabou sendo muito maior do que a reposição, vide, por exemplo, Golden Tate e Antoine Bethea sendo trazidos para substituir Odell Beckham Jr. e Landon Collins. Se existe uma coisa boa a ser destacada é que, pelo menos desta vez, a franquia não gastou rios e rios de dinheiro com reforços duvidosos, algo bastante comum nas últimas temporadas.

Principal reforço: Markus Golden, EDGE. O grupo de apressadores de passe dos Giants é tão frágil que Golden automaticamente já se tornou o principal pass rusher do plantel. Ele teve uma ótima temporada em 2016 com os Cardinals, porém lesões atrapalharam a sua sequência nos dois anos seguintes. Ninguém tem certeza se Golden será capaz de atuar no mesmo nível de antes, mas, em todo o caso, trata-se de uma aposta boa e barata que pode render frutos.

Principal perda: Odell Beckham Jr., WR. A troca de Odell para os Browns foi péssima do ponto de vista técnico e financeiro. Em primeiro lugar, os Giants perderam um dos melhores wide receivers de toda a NFL. Em segundo, eles já haviam garantido muito dinheiro para Beckham Jr. à época da renovação de contrato.

“Barkley-dependência” será a tônica do ataque em 2019 – e isso é muito perigoso

Mais do que apenas uma jogada para acumular escolhas no Draft, a troca de Beckham Jr. escancarou de vez o plano em curto prazo: New York, agora mais do que nunca, é o time de Saquon Barkley. Todo o ataque orbitará ao redor do running back e o seu talento geracional. Não que tenha sido muito diferente disso em 2018, afinal Barkley já era o ponto focal, mas ano passado havia pelo menos algumas alternativas – como o próprio Odell. Hoje não há. O corpo de recebedores é fraquíssimo e a decadência de Manning é, sem dúvidas, irreversível.

Por mais que os Giants tenham se preparado para a sua “Barkley-dependência”, existe um risco enorme ao apostar em um ataque unidimensional. No papel, a linha ofensiva tem tudo para ser a melhor dos últimos anos – o miolo da unidade com o center Jon Halapio e os guards Will Hernandez e o recém-chegado Kevin Zeitler pode ser especial. Contudo, pouco adianta ter um running back excepcional e bons bloqueadores se o adversário colocar sete ou oito defensores no box porque ele sabe que você só consegue avançar pelo campo correndo com a bola.

Esse é o risco. Se Barkley for a única alternativa ofensiva da equipe, as defesas subirão os safeties próximos à linha de scrimmage e quase sempre terão vantagem numérica sobre os bloqueadores. Deste modo, a maioria das corridas estarão condenadas ao fracasso, por mais talento e alegria que Barkley possua em suas pernas. Um dos mandamentos do futebol americano é sempre buscar e explorar os duelos favoráveis. Obviamente ficar em inferioridade numérica não é o caminho para cumprir tal mandamento.

Com Beckham Jr. existia a ameaça de um passe em profundidade ou uma big play. Hoje, com Sterling Shepard e Golden Tate encabeçando o corpo de wide receivers, não há ninguém para bater o home run, até porque ambos possuem como principal atributo receber passes curtos partindo do slot. Enfim, Pat Shurmur terá como principal missão evitar que o ataque se torne ridiculamente unidimensional e previsível.

Muitos defensive backs, poucos pass rushers: o cobertor curto na defesa

Os Giants terão quatro reforços importantes para a posição de cornerback em 2019: os três vindos no último Draft e mais Sam Beal, um talentoso jovem escolhido no Draft Suplementar do ano passado, o qual se machucou e ainda não estreou na NFL. Ademais, o safety Jabrill Peppers chegou como moeda de troca no negócio que mandou Beckham Jr. para Cleveland. Ou seja, a secundária parece estar bastante recheada de talento e opções, mesmo com a saída de Landon Collins.

O grupo de pass rushers, por sua vez, é infinitamente mais fraco, sobretudo após o time se desfazer de Olivier Vernon. A responsabilidade de pressionar o quarterback estará principalmente a cargo dos EDGEs Markus Golden, Lorenzo Carter e Kareem Martin e do defensive end B.J. Hill. O coordenador defensivo James Bettcher terá que dar um jeito de se virar com esses nomes, caso contrário, o investimento em defensive backs terá sido em vão – ou pelo menos não tão efetivo quanto poderia ser. Vale lembrar que pass rush e secundária são dois organismos que vivem em intenso mutualismo.

O que mudou na intertemporada? Não dá para afirmar categoricamente que os Giants estão tankando, porém, a troca de Beckham Jr. e a escolha de um quarterback para o futuro no Draft dão a entender que a franquia entrou em modo de rebuild, ainda que não tão pesado. É óbvio que ela adoraria ganhar vários jogos, ir aos playoffs e tudo o mais, mas parece claro que as ambições em 2019 são bem mais modestas em relação ao ano passado.

Aspecto tático: James Bettcher abandonou as blitzesExiste um senso comum muito forte sobre a filosofia defensiva de Bettcher: ele é ultra agressivo e adora mandar blitzes. Isso até era verdade durante sua passagem pelo Arizona Cardinals, entretanto, surpreendentemente, não foi o que aconteceu em sua primeira temporada com os Giants. A franquia mandou mais de quatro homens para pressionar o quarterback adversário em apenas 26% dos snaps, o que a coloca apenas na 22ª posição no ranking dos times que mais usam a blitz. Será uma mudança de filosofia ou apenas algo pontual? Descobriremos em setembro.

Jogo mais importante: Cowboys @ Giants, semana 9. Puro palpite aqui, mas um jogo exatamente no meio da temporada, em casa e contra o maior rival tem boas chances de ser decisivo, seja colocando o time na briga pelos playoffs, seja o eliminando de vez de qualquer disputa.

Pergunta a ser respondida: Os Giants podem brigar por alguma coisa em 2019? Sendo bastante sincero, é difícil imaginar os Giants sonhando com qualquer coisa, pois o time é fraco e tanto a divisão quanto a conferência prometem ser muito disputadas. Por mais bizarra e surpreendente que a NFC East possa ser – e ela costuma ser bem bizarra -, New York hoje está atrás de Dallas, Washington e Philadelphia.

2019: O que você precisa saber! Apostando todas as suas fichas em Saquon Barkley e começando um mini-processo de reconstrução, a temporada promete ser difícil para os Giants e seu elenco escasso de talento em várias posições. A própria franquia não parece ter ambições muito maiores do que começar a fincar os alicerces do seu futuro.

Com a batata assando: Eli Manning. Será que o veterano quarterback corre o risco de ser substituído por Daniel Jones ao longo do ano? Gettleman jura que não, jura que a franquia esperará antes de colocar o calouro em campo, mas, a depender de como estiver a temporada e o rendimento de Manning, tudo é possível, afinal, muita gente considera que Eli está fazendo hora extra como titular dos Giants há algum tempo.

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Previsão para 2019

Uma campanha de quatro ou cinco vitórias parece de novo estar no horizonte da franquia, uma sina que a acompanha desde 2011. Pelo menos dessa vez ela não alimentou expectativas irreais durante a intertemporada, como ocorreu em 2018, e existe a desculpa de estar pensando no futuro. A expectativa em Las Vegas é justamente essa, aliás. Nos sites de apostas, os Giants estão cotados como pior time da NFC East para 2019 e a maior probabilidade é, de novo, estar no top 10 de Draft.

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