Prévias 2019: O novo Pittsburgh Steelers sem Bell e Brown

Com saídas de ambas as estrelas ofensivas, Mike Tomlin possui um vestiário muito mais calmo, ao passo que também muito menos talentoso. Em 2019, os Steelers tentam provar que conseguiram reposições a altura e que, apesar de tudo, ainda possuem força suficiente para competir na disputadíssima AFC North.

2019: O que você precisa saber!
Os Steelers de 2019 são menos talentosos, mas também bem menos dramáticos.
Pergunta a ser respondida
Mike Tomlin conseguirá recuperar o comando do time?
Com a batata assando
Chris Boswell
Jogo mais importante
Steelers @ Ravens, semana 17
Principal reforço
Steven Nelson, CB

Existem motivos para se preocupar com os Steelers após todas as mudanças ocorridas durante a intertemporada, porém a franquia ainda segue firme como uma das principais forças da AFC. Em outras palavras, há vida sem Antonio Brown e Le’Veon Bell.

Como foi em 2018: (9-6-1, segunda posição na AFC North). Após um começo consistente, o Pittsburgh Steelers fraquejou na reta final da temporada, perdendo quatro das suas últimas seis partidas e ficando fora dos playoffs, algo que não acontecia desde 2013. Um pouco de má sorte com lesões e muito drama fora de campo, seja com a greve do running back Le’Veon Bell, seja com a desavença entre Ben Roethlisberger e Antonio Brown, ajudaram a enterrar o que parecia ser um ano promissor da franquia.

Draft 2019

Foi um recrutamento muito focado em suprir carências e não necessariamente em buscar os melhores jogadores disponíveis. Os Steelers taparam os principais buracos do elenco com as suas três primeiras picks, sobretudo ao trocarem para cima na primeira rodada e selecionarem o inside linebacker Devin Bush.

De resto, vale destacar Diontae Johnson, WR, Toledo, praticamente um clone físico de Antonio Brown. Pittsburgh costuma ter muito sucesso desenvolvendo recebedores escolhidos em rodada mais baixas.

1ª Rodada (10): Devin Bush, iLB, Michigan
3ª Rodada (66): Diontae Johnson, WR, Toledo
3ª Rodada (83): Justin Layne, CB, Michigan State
4ª Rodada (122): Benny Snell, RB, Kentucky
5ª Rodada (141): Zach Gentry, TE, Michigan
6ª Rodada (175): Sutton Smith, EDGE, Northern Illinois
6ª Rodada (192): Isaiah Buggs, iDL, Alabama
6ª Rodada (207): Ulysees Gilbert, iLB, Akron
7 ª Rodada (219): Derwin Gray, OL, Maryland

Free Agency 2019

Não tivemos nenhuma contratação bombástica, porém o general manager Kevin Colbert foi inteligente ao assinar com três veteranos baratos, provados na NFL e capazes de contribuir em posições de necessidade. Estamos falando do cornerback Steven Nelson, o wide receiver Donte Moncrief e o linebacker Mark Barron.

Principal reforço: Steven Nelson, CB. Mesmo sem nunca ter sido top de linha em Kansas City, ele ainda assim é um upgrade em relação a Artie Burns, o jovem selecionado na primeira rodada do Draft 2016 que nunca correspondeu às expectativas. Nelson será o titular ao lado de Joe Haden.

Principal perda: Antonio Brown, WR. Foi uma movimentação obrigatória para acalmar os ânimos do time e consertar o vestiário, mas isso não muda o fato de que Pittsburgh abriu mão do melhor wide receiver da década. A perda técnica com a troca de Brown para os Raiders é gigantesca e com certeza trará consequências ao ataque.

JuJu Smith-Schuster é a chave para o ataque sobreviver sem suas antigas estrelas

Lembra quando até pouco tempo atrás os Steelers possuíam o melhor tridente ofensivo da NFL? Pois é, Le’Veon Bell virou free agent e assinou com os Jets, enquanto Antonio Brown forçou sua saída e foi negociado com Oakland por duas míseras picks (uma de 3ª e outra de 5ª rodada), fazendo de Ben Roethlisberger o único remanescente do antigo trio apelidado como “Killer B’s”.

Ninguém provavelmente será maluco de dizer que a equipe não sentirá falta alguma de Bell e Brown, afinal tratam-se de dois talentos muito acima da média que marcaram época. Contudo, por incrível que pareça, Pittsburgh conseguiu arrumar grandes substitutos para ambos em um tempo recorde. Por exemplo, James Conner assumiu a titularidade no ano passado, substituindo Bell durante sua interminável greve, e não decepcionou. Correndo atrás de uma linha ofensiva excelente e que mais uma vez se manteve quase toda intacta, a expectativa de produção é bastante alta para Conner e o segundanista Jaylen Samuels – este último muito prolífico principalmente recebendo passes.

Entretanto, por mais que Conner seja importante, é JuJu Smith-Schuster quem deve assumir de vez o protagonismo no ataque, preenchendo imediatamente a lacuna deixada por Brown. Sim, a temporada 2018 do wide receiver de 22 anos foi absurdamente boa, tanto que ele foi escolhido o jogador mais valioso do time pelos seus companheiros, além de ter superado Brown em número de recepções (111) e jardas (1,426), mas vale lembrar que o contexto de um ano atrás era totalmente diferente.

Brown recebia a maior parte da atenção das defesas, enfrentando, por exemplo, coberturas duplas em vários snaps, o que muitas vezes proporcionava a JuJu uma marcação mais frouxa. Agora, como principal recebedor da equipe e já com uma sólida reputação na liga, o jovem terá pela frente os melhores cornerbacks adversários e muita ajuda dos safeties no lado em que estiver alinhado. É hora dele provar que é um legítimo wide receiver número 1.

Reforços no corpo de linebackers podem transformar a defesa

Embora a secundária também não tenha sido grande coisa nas últimas temporadas – haja vista as ridículas oito interceptações conseguidas em 2018, um recorde negativo da franquia -, o maior calcanhar de Aquiles defensivo dos Steelers tem sido os linebackers, pelo menos desde a horrível lesão de Ryan Shazier. Sem o seu líder e membro mais talentoso, a unidade perdeu em velocidade, qualidade e instintos, tornando-se uma peneira para o avanço dos adversários pelo chão e pelo alto.

Isso tende a mudar com as chegadas do calouro Devin Bush e do veterano Mark Barron. O primeiro é um jogador ao estilo de Shazier, capaz de ficar no gramado nas três descidas e rapidamente se tornar uma liderança em campo e no vestiário – não por acaso, Pittsburgh subiu 10 posições na primeira rodada do Draft para selecioná-lo. Já o segundo, por sua vez, é um safety convertido em linebacker, bastante versátil e com muito valor patrulhando o meio do campo contra o passe. Kevin Colbert merece pontos por atacar uma fragilidade tão óbvia do time.

De resto, o pass rush continua ótimo com o EDGE T.J. Watt e o trio de defensive linemen formado por Cameron Heyward, Stephon Tuitt e Javon Hargrave – os quatro foram responsáveis por 33 sacks na última temporada. Por outro lado, quem continua despertando preocupação é a secundária, apesar da chegada de Steven Nelson. Digamos que Sean Davis e Terrell Edmunds não é exatamente uma projeção animadora para a dupla titular de safeties.

O que mudou na intertemporada? Pittsburgh perdeu Mike Munchak, treinador da linha ofensiva desde 2014 – ele foi para os Broncos. Por mais que a gente não costume dar muita bola para técnicos de linha ofensiva, Munchak era um dos melhores da NFL e foi um dos responsáveis pelo salto de qualidade da unidade dos Steelers, antes de 2014 uma das piores de toda a liga. Não é uma baixa a ser ignorada.

Aspecto tático: Antonio Brown foi alvo de 168 lançamentos em 2018, logo a pergunta a ser feita é: para quem irão essas bolas em 2019? Você talvez esteja tentado a dizer: “Smith-Schuster, óbvio”. Não. Juju já foi alvo de 166 passes no ano passado e é impossível que seu volume dobre desta maneira. Ou seja, salvo uma mudança radical na filosofia do ataque, existe algo em torno de 150 passes a serem distribuídos entre outros recebedores. Um comitê formado por Donte Moncrief, o segundanista James Washington e o calouro Diontae Johnson tende a absolver tal volume – Moncrief, por ser o mais experiente, deve largar na frente na disputa por recepções.

Jogo mais importante: @ Ravens, semana 17. Todos os confrontos divisionais são fundamentais em uma AFC North que outra vez promete ser ultracompetitiva. Como já é tradição, é possível que o Pittsburgh vs Baltimore no final da temporada seja de vida ou morte para ambas as franquias.

Pergunta a ser respondida: Mike Tomlin conseguirá recuperar o comando do time? Pittsburgh perdeu muito talento com as saídas de Bell e Brown, mas em compensação ganhou muito em paz de espírito. Resta saber se o head coach Mike Tomlin enfim será capaz de recuperar o controle do vestiário, algo que ele parece ter perdido há muito tempo enquanto ambos estavam por lá. Sem tanto drama, brigas e distrações, é possível que a franquia reencontre seu caminho, mesmo que com um elenco pior em relação a 12 meses atrás.

2019: O que você precisa saber! Menos talentosos, mas em compensação também bem menos dramáticos, os Steelers tentam se reinventar após uma temporada decepcionante e as saídas de duas das suas maiores estrelas ofensivas. Para isso, dependem de dois jovens: James Conner e o carismático JuJu Smith-Schuster.

Com a batata assando: Chris Boswell. O kicker parecia ser a solução para os problemas da franquia em 2017, mas, na temporada passada, caiu muito de rendimento, desperdiçando sete field goals (em apenas 20 tentativas!) e cinco extra points. A depender do que acontecer na pré-temporada, Boswell talvez nem esteja mais com o time em setembro.

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Previsão para 2019

A AFC North promete ser uma briga de foice entre Steelers, Ravens e Browns – talvez a divisão mais disputada de toda a NFL -, por isso não dá para cravar que Pittsburgh estará nos playoffs em janeiro. Contudo, apesar das significativas perdas, não há porque imaginar que a franquia estará fora da disputa por um lugar no mata-mata. Big Ben é o quarterback mais experiente da divisão, o elenco ainda tem bastante talento e a defesa pode melhorar com os reforços. A expectativa continua alta.

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