Prévias 2019: Shanahan e Garoppolo, agora vai?

Após alguns anos de "aquecimento" esperando o prato principal, Jimmy Garoppolo está saudável e Kyle Shanahan teve tempo para montar um elenco ao seu gosto. A linha ofensiva e a secundária preocupam e Garoppolo terá que ser o franchise QB que aparenta para maquiar esses problemas.

2019: O QUE VOCÊ PRECISA SABER!
Após alguns anos de "aquecimento" esperando o prato principal, Jimmy Garoppolo está saudável e Kyle Shanahan teve tempo para montar um elenco ao seu gosto. A linha ofensiva e a secundária preocupam e Garoppolo terá que ser o franchise QB que aparenta para maquiar esses problemas.
PERGUNTA A SER RESPONDIDA
Quem é Jimmy Garoppolo?
COM A BATATA ASSANDO
Kyle Shanahan, John Lynch e Jimmy Garoppolo
JOGO MAIS IMPORTANTE
@ Seahawks, Semana 17
Principal Reforço
Dee Ford, EDGE

Jimmy Garoppolo rompeu o ligamento anterior cruzado de seu joelho no terceiro jogo da temporada regular, contra o Kansas City Chiefs. Até então, ele não estava jogando bem: seus números pioraram em relação ao ano anterior, com destaque para os passes em profundidade e interceptações. Naquele momento, o torcedor bem sabia: a temporada foi para o espaço.

No final das contas, há uma névoa em San Francisco como aquela que pairava sobre o antigo Candlestick Park no inverno. Jimmy Garoppolo é um franchise quarterback? Kyle Shanahan é um bom head coach ou apenas serve como coordenador ofensivo? Em 2019, essas perguntas precisam de resposta.

Como foi em 2018: (4-12, terceira posição da NFC West, fora dos playoffs). Acima resumi quando a temporada acabou, mas houve até que pontos positivos no restante. É bem verdade que os 49ers só não ficaram em último lugar na divisão porque o Arizona Cardinals fez ainda mais força pelo posto, mas há bons pontos no 2018 dos Niners; George Kittle é uma grata surpresa, por exemplo. DeForest Buckner segue sendo uma força no interior da linha defensiva. Ambos são dois dos melhores jogadores em suas posições e produziram mesmo em meio ao espírito morto-vivo da temporada após a lesão de Garoppolo.

Draft 2019

Um punter foi escolhido e eu geralmente sou contra isso, mas foquemos em outros aspectos. Faltou secundária? Faltou linha ofensiva? Certamente. A escolha de Nick Bosa, EDGE, Ohio State, é uma das mais seguras do Draft. Se ele não se machucar – como já aconteceu no college e é uma constância com o irmão – o piso de produção está lá e finalmente o time dará ajuda para Buckner. Depois, incógnitas. Deebo Samuel, WR, South Carolina, pode jogar no slot e Jalen Hurd, WR, Baylor traz profundidade de talento para a posição, mas não é como se duas escolhas de recebedores fossem tão necessárias: Marquise Goodwin é um bom nome em profundidade e Dante Pettis superou expectativas ano passado, com 17,3 jardas/recepção.

Mais do Draft dos 49ers: Após Bosa, Draft “estranho” dos 49ers: faltou secundária?

1ª rodada (2): Nick Bosa, EDGE, Ohio State
2ª rodada (36): Deebo Samuel, WR, South Carolina
3ª rodada (67): Jalen Hurd, WR, Baylor
4ª rodada (110): Mitch Wishnowsky, P, Utah
5ª rodada (148): Dre Greenlaw, LB, Arkansas
6ª rodada (176): Kaden Smith, TE, Stanford
6ª rodada (183): Justin Skule, OT, Vanderbilt
6ª rodada (198): Tim Harris, CB, Virginia

Free Agency 2019

Foco defensivo na Free Agency da Administração Lynch/Shanahan: o corpo de linebackers foi endereçado (caro demais, a meu ver) com Kwon Alexander e o pass rush com a troca por Dee Ford.

Principal reforço: Dee Ford, EDGE. Não foi contratação mas sim uma troca – de toda sorte, é uma chegada bem-vinda. Por algum tempo os Niners vem tentando arrumar a casa na posição e seguidos investimentos em pressão ao quarterback foram feitos – o último desaponta até agora, Solomon Thomas. Ford é um jogador que demorou a render mas ano passado teve excelentes números no Kansas City Chiefs – se descontada a falta “fatal” contra os Patriots, claro. Foram 13 sacks no ano passado e 7 fumbles forçados – esses números ajudam imediatamente a unidade de San Francisco. Ford e Bosa com Buckner no meio parece um sonho para o torcedor.

Principal perda: Pierre Garçon, WR. O time encontrou em Dante Pettis uma saída para a posição de flanker e essa foi a boa notícia em meio às inúmeras lesões de Garçon, que perdeu 16 dos 32 jogos possíveis com o San Francisco 49ers. Mais um dos recebedores do rol de “alçados à fama por Peyton Manning” que desaponta depois de deixá-lo. É praticamente a única perda de um nome famoso do time, então listo Garçon, mas a verdade é que com Pettis o time está melhor.

Quem é Jimmy Garoppolo?

A pergunta faz sentido.

Se eu fizer o seguinte questionamento, você provavelmente vai responder errado. “Qual dos seguintes quarterbacks tem menos passes tentados na NFL: Josh Rosen, Jimmy Garoppolo, Sam Darnold ou Baker Mayfield?”. Se você não respondeu Jimmy Garoppolo, errou. Acredite ou não, Garoppolo tem menos ação na NFL do que calouros da classe do ano passado – deles, apenas Darnold jogou todas as partidas do ano. Quando li isso no Almanaque do Football Outsiders para esta temporada (uma das grandes fontes de pesquisa que usamos nas nossas prévias), fiquei intrigado.

Na prática, portanto, Jimmy Garoppolo é um calouro com verniz de franchise quarterback. Garoppolo tem uma história parecida com Aaron Rodgers, que chegou cru na NFL e esquentou banco para Brett Favre por três temporadas. No caso de Jimmy, porém, já são cinco temporadas e menos passes para contar a história do que alguns dos calouros do ano passado. Daí a pergunta: quem é ele? Ele parece um franchise quarterback, mas é um? A postura de pocket está ali, mas ainda há refinos na mecânica e, principalmente, correções em passe em profundidade que precisam ser feitos. 2019, na prática, é seu grande tira-teima. As expectativas são grandes.

Para além dele, há uma penca de running backs. Nenhum time usou tanto o pacote com dois deles em campo como os 49ers de Shanahan. Para esta temporada, ainda chegou Tevin Coleman e temos a volta de Jerick McKinnon (machucado ano passado). Contratar running backs a rodo não me parece uma estratégia inteligente em 2019, mas é o que faz parte da essência tática de Shanahan. Meu problema é como a linha ofensiva foi negligenciada se considerar que temos um franchise (?) quarterback voltando de lesão séria. Especialmente o miolo da linha, que concorre para ser um dos piores da NFL sem contar com Joe Staley que, de toda forma, tem 35 anos.

Já falamos do corpo de recebedores acima mas precisamos endereçar o melhor receptor de passes do time. A ótima notícia para além da fraca linha e da incógnita em torno de Garoppolo é George Kittle. Antes da temporada passada avisamos por diversas vezes em nosso podcast que ele era um sério candidato a ter um ano explosivo. O mais incrível é que ele teve tal ano mesmo com CJ Beathard e Nick Mullens passando-lhe a bola. Isso é realmente incrível e certamente o ponto a ser destacado.

E a secundária, hein?

Robert Saleh mandou blitzes como nunca na temporada passada e os resultados foram até positivos. O time foi o terceiro em menos jardas/jogada quando empregando pelo menos cinco homens para cima do quarterback. Contudo, não dá para viver só disso, porque contra quarterbacks mais experientes a casa cai. É o equivalente a viver comendo fast food todo dia. Pode ser gostoso, mas não é sustentável. Nesse sentido, temos uma notícia boa e uma ruim.

A ruim é que os 49ers têm um calendário brutal de quarterbacks capazes de queimar blitz: Ben Roethlisberger, Russell Wilson (2x), Aaron Rodgers, Drew Brees. Isso sem contar a questão tática de Jared Goff, o robozão, comandado por Sean McVay em leituras antes do snap. Ainda temos Lamar Jackson e Kyler Murray, móveis o suficiente para fugir da pressão e como boa parte dos defensores estarão próximos do box, grandes ganhos podem acontecer. A boa notícia é que o time investiu pesado no pass rush e isso pode colher frutos com pressão normal, aquela de quatro homens. Dee Ford e Nick Bosa, como já ditos anteriormente no texto, ajudam nesse ponto. Ainda temos DeForest Buckner, pro-bowler no ano passado e responsável por 12 sacks.

Esse revigorado pass rush pode ajudar a secundária para além de Richard Sherman. Sobretudo na questão de forçar turnovers, grande problema do time no ano passado. Os 49ers foram os piores da NFL em interceptações, com apenas duas. Acredite: 52 jogadores, SOZINHOS, tiveram números melhores no ano passado. Com pressão melhor (com quatro homens, tendo sete na cobertura) é possível que mais erros aconteçam pelo quarterback e, por tabela, mais interceptações. A má notícia é que não há tanto talento assim na unidade. Richard Sherman foi o único bom bom nome e ele terá 31 anos nesta temporada – a expectativa é que ele tenha produção menor, como acontece nos jogadores da posição a cada ano que passa. Para os 49ers, seria maravilhoso se Jason Verrett ficar saudável.

A realidade para os 49ers é que o time vai tão longe quanto Garoppolo levá-lo. A questão que fica é: ele é realmente bom como aparentou em alguns momentos?

O que mudou na intertemporada? Saleh não precisará chamar tantas blitzes e isso deve ajudar a secundária por tabela – ainda, os quarterbacks vão se livrar menos rápido da bola e sobe a chance de fumbles forçados, outro problema defensivo do time em 2018. A resposta foi encontrada na primeira rodada do Draft com Nick Bosa e na free agency com a troca por Dee Ford.

Aspecto tático: O desenho tático de Kyle Shanahan é facilmente um dos melhores da NFL e facilita – demais – a vida do quarterback. Isso explica em parte o bom ano que  Nick Mullens teve, na medida do possível. No ano passado, os recebedores de San Francisco tiveram média de 3 jardas de abertura por rota – de acordo com o NFL Next Gen Stats, a segunda melhor marca da NFL.

Doses cavalares de play-action e o uso de dois running backs em campo (até para aproveitar a quantidade nababesca deles no elenco) é mais uma vez o esperado. De toda forma, formações mais espaçadas são bem vindas. No ano passado, os 49ers foram o segundo time em boxes defensivos mais lotados – apenas os terrestrecêntricos Titans enfrentaram mais boxes defensivos com mais de sete homens.

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Jogo mais importante: at Seahawks, Semana 17. Fora de casa no CenturyLink Field, o confronto é difícil e pode valer a divisão ou vaga no Wild Card. Ainda, outro jogo importante é na Semana 5: o primeiro em horário nobre dos 49ers, contra a menina dos olhos da NFL em 2019, o Cleveland Browns. Jogar bem e vencer o “favoritaço” de muitos no Monday Night Football pode ser essencial para a moral do time.

Pergunta a ser respondida: Quem é Jimmy Garoppolo? Ele parece um franchise quarterback e já mostrou sinais de ser um. Conseguirá sê-lo com consistência? Arrumou os problemas na mecânica de passe em profundidade? Ficará saudável após ter perdido jogo por lesão com os Patriots e a temporada toda com os Niners ano passado? Muitas perguntas e respostas serão dadas em 2019.

2019: O que você precisa saber! Após alguns anos de “aquecimento” esperando o prato principal, Jimmy Garoppolo está saudável e Kyle Shanahan teve tempo para montar um elenco ao seu gosto. A linha ofensiva e a secundária preocupam e Garoppolo terá que ser o franchise QB que aparenta para maquiar esses problemas..

Com a batata assando: Kyle Shanahan, John Lynch e Jimmy Garoppolo. O torcedor teve paciência, mas agora precisam mostrar por que houve tanta expectativa nos anos anteriores. Menos de 8 vitórias na temporada certamente indicará que cabeças rolarão – ao menos uma entre Lynch e Shanahan, já que Garoppolo tem longo contrato.

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Previsão para 2019

Uh, difícil. Há pontos que me agradam no time e pontos que me fazem refletir – a incógnita em Garoppolo, a fraca linha ofensiva em seu interior, uma secundária sem apelo. Ante tudo isso, sabe o que costuma maquiar problemas? Um franchise quarterback. É simplório dizer isso, mas às vezes a melhor solução do problema é a mais simples. Continuo apostando (talvez pela última vez) em Jimmy Garoppolo por tudo o que vi sobre ele em tape, por mais que o espaço amostral seja pequeno. San Francisco pode brigar pela divisão e a tendência é que brigue pelo Wild Card. De toda forma, o mais realista ante os problemas destacados no texto é uma campanha de 8 vitórias ou um 9-7. Vejamos o que vira. A parte boa é que finalmente respostas serão dadas.

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