Prévias 2019: Uma nova esperança em Seattle

Com o fim definitivo da geração de 2013, é hora de Russell Wilson e Bobby Wagner comandarem um novo grupo

2019: O QUE VOCÊ PRECISA SABER!
É hora de Russell Wilson e Bobby Wagner comandarem um novo grupo
PERGUNTA A SER RESPONDIDA
Temos um novo ciclo em Seattle?
COM A BATATA ASSANDO
Brian Schottenheimer, OC
JOGO MAIS IMPORTANTE
Seahawks @ Rams, Semana 14.
PRINCIPAL REFORÇO
Jadeveon Clowney, EDGE.

De modo silencioso, o Seattle Seahawks se mantém ano após ano como uma forças da NFL. Se nem sempre toma decisões no mercado facilmente entendidas por torcedores e analistas, ao menos em campo o time treinado por Pete Carroll responde e segue nas cabeças, com idas frequentes aos playoffs. Muito disso passa pelo quarterback Russell Wilson, e em 2019 isso não deve ser diferente, sendo necessário cercar e dar condições para que sua estrela brilhe.

Como foi 2018: (10-6, eliminado no wild card) Após um começo de temporada trôpego, os Seahawks chegaram a semana 11 com apenas quatro vitórias e os playoffs pareciam uma missão quase impossível. Russell Wilson então colocou a bola embaixo do braço, o time venceu seis dos setes jogos restantes – quatro deles por no máximo uma posse de bola – e garantiu vaga no wild card. Nos playoffs, uma derrota por 24 a 22 para o Dallas Cowboys, num jogo em que o time insistiu no jogo corrido em vez de dar a bola na mão de seu quarterback, num dos piores planos de jogo das últimas temporadas.

Draft 2019

Escolhas em sua maioria controversas: é assim que podemos definir o Draft dos Seahawks em 2019. Logo de cara, a equipe selecionou L.J. Collier, EDGE, TCU. Listado pela maioria dos analistas como jogador de terceiro dia, ele terá que provar que tem qualidade técnica como pass rusher para ser escolhido onde foi. Por outro lado, no final do segundo round o time conseguiu uma barganha em D.K. Metcalf, WR, Ole Miss. Um dos melhores wide receivers desta classe, ele sobrou até a escolha 64 por alguns problemas de lesões. Muito forte e veloz, será a arma em profundidade que Russell Wilson precisa.

1ª rodada (29): L.J. Collier, EDGE, TCU
2ª rodada (47): Marquise Blair, S, Utah
2ª rodada (64): D.K. Metcalf, WR, Ole Miss
3ª rodada (88): Cody Barton, LB, Utah
4ª rodada (120): Gary Jennings Jr, WR, West Virginia
4ª rodada (124): Phil Haynes, G, Wake Forest
4ª rodada (132): Ugo Amadi, S, Oregon
5ª rodada (142): Ben-Burr Kirven, LB, Washington
6ª rodada (204):Travis Homer, RB, Miami
6ª rodada (209):Demarcus Christmas, iDL, Florida State
7ª rodada (236): John Ursua, WR, Hawaii

Free Agency 2019

Muitos veteranos se foram, num processo de renovação gradativo do elenco que já vem acontecendo nas últimas temporadas. Frank Clark foi trocado para o Kansas City Chiefs durante o Draft, o bom cornerback Justin Coleman se foi para o Detroit Lions e Doug Baldwin encerrou a carreira; por outro lado, veteranos com salários menores chegam para produzir, como o guard Mike Iupati e o EDGE Ezekiel Ansah.

Principal reforço: Jadeveon Clowney, EDGE. Trocado por jogadores de rotação como Barkevious Mingo, o pass rusher vindo do Houston Texans no final da pré-temporada tem tudo para ser a principal peça do time na pressão ao quarterback. Fisicamente privilegiado, ele tem tudo para ter o ano que o eleve a um patamar superior entre os jogadores da posição na NFL atuando pelos Seahawks.

Principal perda: Earl Thomas, S. Sim, eu sei que ele não atuou a maior parte do último ano após quebrar a perna na semana 4. Mas como não sentir o desfalque de um dos maiores safeties dos últimos tempos? Mesmo com 30 anos, Thomas ainda está na elite da posição e poucos jogadores de defesa tem o radar da bola como ele tem. Sorte do Baltimore Ravens que agora contará com seus préstimos.

Os nomes serão os mesmos, mas a atitude será outra

Não mudaram os nomes, mas a esperança é que dentro de campo as mudanças aconteçam. Se Brian Schottenheimer foi mantido como coordenador ofensivo mesmo após o trágico plano de jogo que tirou a bola da mão de Russell Wilson nos playoffs, a expectativa é que isso não ocorra mais. Pete Carroll já deu indicativos que o seu quarterback será a peça central do ataque – nada mais coerente, tendo em visto que estamos falando de um jogador de elite e que faz todos ao seu redor jogarem muito melhor.

O jogo corrido segue sendo parte importante, com Chris Carson e Rashaad Penny dividindo carregadas de forma sólida. O próprio Russell Wilson é arma com as pernas em alguns momentos e contribui para deixar a dúvida na defesa adversária. A linha ofensiva, muito criticada nos anteriores, mostrou evolução em 2018 porém ainda deixa alguns buracos: o right tackle German Ifedi é um elo fraco e é necessário que se faça um trabalho melhor por ali.

Pelo ar, é necessário que o novato D. K. Metcalf se recupere logo de uma lesão no joelho sofrida no começo da pré-temporada. Arma em profundidade, ele tem tudo para ser muito utilizado na função, vide que o time de Seattle foi o melhor na temporada passada em passes em profundidade. Tyler Lockett tem uma excelente sincronia com Russell Wilson e segue sendo o seu homem de confiança; o restante dos recebedores é composto por jogadores de menos renome e que dependem de seu quarterback para serem produtivos.

Falando nele, é hora de darmos mais crédito a Wilson. Mesmo sem a devida proteção e com planos de jogo que não lhe favorecem em muitos momentos, ele segue levando o time longe. Em sete anos como titular, foram seis idas aos playoffs e em todas estas temporadas o time teve pelo menos 10 vitórias. Wilson é quem faz a mágica acontecer e os Seahawks precisam entender isso para ter sucesso na temporada.

A secundária preocupa, mas o front six deve ajudar

Não se deixa enganar por alguns números da temporada passada, como jardas cedidas por tentativas de corrida ou jardas por passe. A defesa dos Seahawks teve momentos de fragilidade, mas num geral é uma unidade capaz de produzir bem. Apesar de ceder muito território, foi a quarta que menos sofreu touchdowns após o oponente entrar na red zone, ou seja, é uma defesa que aparece quando é necessário, mesmo com lapsos em momentos anteriores.

A linha defensiva tem em Jarran Reed um desfalque considerável. Suspenso por seis jogos por um caso de violência doméstica, o jogador que teve 10.5 sacks na temporada passada deixa uma lacuna no miolo da linha defensiva. Por sorte, o segundo anista Poona Ford vem se desenvolvendo bem e ajudará a suprir o problema; nas laterais, se Frank Clark se foi, Ziggy Ansah tenta provar que ainda tem gasolina no tanque e Jadeveon Clowney que pode chegar a elite da posição. O novato L.J. Collier também deve ter espaço na rotação.

O corpo de linebackers é capitaneado por ninguém menos que Bobby Wagner. Um dos melhores jogadores na liga na posição, ele exerce um domínio grandioso no meio da defesa, seja contra o jogo corrido ou de passe. K.J. Wright retorna de lesão e forma com Wagner uma dupla muito forte e que dá liberdade ao coordenador defensivo para explorar coberturas fora do usual.

A secundária preocupa, em especial pelo grupo de cornerbacks: tanto Shaquill Griffin quanto Tre Flowers, os titulares da posição, tiveram desempenho fraco em 2018. Além disso, a posição de nickel não está definida ainda; o grupo de safeties mostra maior solidez, com Tedrick Thompson e Bradley McDougald tendo bons jogos e se firmando. O novato Marquise Blair deve aparecer em alguns momentos, em especial jogando mais próximo ao box.

O que mudou na Intertemporada? Frank Clark se foi, Doug Baldwin e Kam Chancellor se aposentaram e Earl Thomas, o último membro da “Legion of Boom”, fez as malas em direção aos Ravens. O time apostou em jogadores que querem se provar como Ansah e Clowney e em nomes não tão badalados no Draft. Russell Wilson e Bobby Wagner serão as chaves e suas unidades vão gravitar ao seu redor.

Aspecto tático: Os Seahawks serão um time que passará mais a bola que em 2018. Ficou claro que um ataque voltado para o jogo corrido não se sustenta mais na NFL e isso não faz sentido quando você tem um quarterback do nível de Russell Wilson. Veremos muito play-action, com jogadores esticando o campo para se aproveitar da precisão de Wilson em profundidade. 

Jogo mais importante: @ Rams, semana 14. Jogo contra o maior rival na divisão, na reta final da temporada e fora de casa. Quem vencer pode garantir o primeiro e até uma folga na primeira rodada dos playoffs.

Pergunta a ser respondida: Temos um novo ciclo em Seattle? Sim. A geração campeã de 2013 definitivamente ficou para trás e uma nova era começou nos Seahawks. Se será vitoriosa como a anterior não sabemos, mas que é muito bem capitaneada pela trinca Carroll-Wilson-Wagner não há como negar.

2019: O que você precisa saber! Veteranos se foram e a sensação inicial é de que agora as coisas iriam abaixo. Sem muito alarde, a franquia fez uma boa intertemporada e trouxe peças que vão produzir e ajudar no desenvolvimento do time. Russell Wilson e Bobby Wagner são sensacionais e Pete Carroll ainda é um treinador bem acima da média.

Com a batata assando: Brian Schottenheimer: Sendo honesto, eu não esperava que o coordenador ofensivo tivesse sobrevivido ao desastre que foi o jogo contra os Cowboys nos playoffs da última temporada. Com boas peças e um quarterback de elite em suas mãos, Schottenheimer precisa fazer um trabalho muito melhor ou perderá o emprego.

Previsão para 2019

Costumo dizer que quando você tem jogadores acima da média em alguma posição chave, fica muito mais fácil montar um planejamento e se reconstruir. Esse são os Seahawks de 2019, que giram em torno de Russell Wilson e Bobby Wagner. Existe talento ao seu redor e isso será bem explorado por um treinador com grande inteligência como Pete Carroll. Sendo assim, vejo o time vencendo a NFC West e chegando até a semifinal de conferência.

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