Ano passado a NFC East virou “NFC Weak” (NFC “Fraca”, no trocadilho).
Ao início parecia que o Dallas Cowboys disputaria o título com o Philadelphia Eagles. Com a lesão de Tony Romo, os Eagles apareceram como os grandes favoritos – até a estagnação ofensiva e o derretimento defensivo. Com Philadelphia se desmontando no caos ChipKellyesco e os Cowboys enfraquecidos, os Giants e Washington tentavam correr por fora em uma disputa muito emocionante e com pouca qualidade. Conseguiu chegar quem tinha a melhor (ou, erroneamente escrito, menos pior) defesa. New York foi limitada pelo lado defensivo e Washington conseguiu sair com o título – confirmando dentro da casa de Philadelphia, o que provocou a queda de Chip Kelly.
Para 2016, muitas dúvidas a serem respondidas. Pelo lado de Washington, será que Kirk Cousins foi uma positiva anomalia no final do ano passado ou voltará a jogar no mesmo nível que apresentou antes de 2015? O signal caller teve uma sequência incrível e foi o responsável pela qualificação para o Wild Card. Neste ano ele terá o melhor elenco de apoio de toda a carreira: o sucesso só dependerá dele. Já os Giants possuem sérias dúvidas com relação ao jogo terrestre. A história já provou que é preciso ter um ataque terrestre para ir longe e não é possível afirmar que isto existe no ataque liderado por Eli Manning. Não há dúvidas da qualidade aérea, só que é preciso complementá-la pelo chão.
Pelo lado de Dallas e Philadelphia, as dúvidas ficam por conta de seus calouros. Ambos são muito crus e possuem problemas em suas mecânicas. Lembre-se: a pré-temporada não garante sucesso na temporada regular. Dak Prescott foi bem no pouco tempo que ficou em campo, só que isto pode mudar completamente quando as defesas começaram a ter planos de jogos completos. Já para o lado de Philly, a pré-temporada mostrou claramente que Carson Wentz é muito talentoso e cru. Com a franquia mudando de rumo faltando uma semana para começar a temporada regular, claramente eles saem bem atrás na corrida pela campanha positiva e devem amargar a última posição da divisão.
Alguém vai aparecer entre os recebedores nos Eagles?
Se o caso Sam Bradford chamou atenção a intertemporada inteira (desde o chilique até a troca), quem realmente preocupa é o corpo de recebedores em Philadelphia. Antes uma força da franquia (com Jason Avant, Jeremy Maclin e DeSean Jackson), os wide receivers são um grande problema para a temporada vindoura.
Enquanto Nelson Agholor não consegue ter consistência em campo, Josh Huff alia grandes jogadas com erros de principiante. Por enquanto apenas Jordan Matthews e Zach Ertz mostraram que podem ser alvos confiáveis para o calouro Carson Wentz, o qual foi nomeado como quarterback titular para a Semana 1 de 2016.
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A mesma preocupação também se estende para o jogo terrestre. Ryan Mathews é um bom jogador, só que sofre com contusões constantemente e não tem um reserva a altura. Darren Sproles não é do tipo que vai carregar a bola 20 vezes por partida e o resto não convence. O ataque dos Eagles não é desacreditado só por causa de ter um calouro (quase sem experiência como titular na carreira, diga-se de passagem, e cujas defesas enfrentadas no College eram da segunda divisão, a FCS). O corpo de playmakers não traz inspirações e a linha ofensiva pode sofrer bastante com a possível suspensão de Lane Johnson – aliás, quando a NFL vai anunciar qualquer nota sobre o assunto?
Dallas não tem Tony Romo na primeira metade da temporada, a defesa vai aguentar?
Mesmo que Dak Prescott esteja na melhor forma durante as partidas que substitui Tony Romo, ele não chegará perto da produção que o veterano pode oferecer. Sendo assim, a defesa dos Cowboys vai ser mais exigida e o pass rush é o que mais sofre. Ninguém sabe ao certo, nem mesmo a imprensa norte-americana que publicou erroneamente nesta semana, quanto tempo Randy Gregory ficará suspenso.
Por enquanto são quatro partidas, conquanto pode aumentar em mais dez jogos – um verdadeiro rolo. Do outro lado Demarcus Lawrence ainda está fora, tendo que Dallas se contentar com a dupla David Irving e Benson Mayowa como titulares por, pelo menos, quatro jogos – nomes nada inspiradores.
E sem um pass rusher eficiente, a pressão no resto da defesa, sobretudo na questionada secundária (que não é nem a mais talentosa da divisão) será enorme. Os Cowboys eram cotados como favoritos, por alguns, ao longo de toda a intertemporada e a contusão de Tony Romo expôs como o elenco ainda não é de elite. Vale lembrar que o quarterback vai voltar apenas em novembro – ou final de outubro. Sete jogos podem tirar completamente a franquia da corrida pelos Playoffs – vide ano passado.
Os Giants gastaram muito dinheiro – isso se reverte em alta produção?
Os Giants foram o segundo time que mais garantiu dinheiro nos contratos que ofereceu durante a intertemporada deste ano – os Eagles foram os primeiros. Considerando exclusivamente free agents de fora, a franquia liderou a NFL. Foi muito dinheiro para trazer Janoris Jenkins, Vernon Olivier e Damon Harrison. Tudo visando consertar a pior defesa da história da franquia – e uma das piores da história da NFL, sobretudo no que diz respeito à defesa contra o passe.
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A grande questão é se o dinheiro vai virar produtividade ou não. Isso nem sempre acontece, basta lembrar do “”Dream Team”” de Philadelphia em 2011 e o desperdício de dinheiro. O problema defensivo, no ano passado, não foi apenas no nível de talento disponível: Steve Spagnuolo foi muito mal como coordenador defensivo e vai ter que fazer um trabalho bem melhor em 2016. Não há dúvidas que este ataque tem talento – apesar do jogo terrestre. A grande dúvida é se a defesa vai se encaixar.
Se isso ocorrer, os Giants viram os grandes favoritos da NFC East.
Qual será o papel de Su’a Cravens e o seu impacto em campo para Washington?
Mesmo com um calendário mais fraco durante o ano passado, Washington teve um combate pífio contra o jogo terrestre. Com uma média de 4,8 jardas cedidas por corrida, claramente este era o ponto fraco da equipe durante a campanha do título da divisão.
A sorte de Washington foi que nenhuma franquia dentro da NFC East tinha um jogo terrestre de elite – o que não deve ser o caso deste ano. Para tentar consertar isso, uma das medidas mais importante foi escolher Su’a Cravens na segunda rodada do Draft deste ano. Aproveitando a tendência de jogadores híbridos, Cravens deve jogar como um safety/linebacker e seria fundamental no combate ao jogo terrestre.
Esta foi a principal adição de uma defesa que precisa elevar o combate ao jogo terrestre, senão vai ser muito difícil repetir o desempenho do ano passado. Contra um calendário forte, de nada vai adiantar o ataque produzir se a defesa não conseguir acompanhar.
O Wild Card é um sonho distante na NFC, logo, as partidas dentro da divisão serão as mais importantes.
Assim como no ano passado, a esperança de conquistar uma vaga do Wild Card para qualquer franquia da NFC East deveria ser mínima. Além da conferência ser extremamente equilibrada (com Minnesota Vikings, Arizona Cardinals/Seattle Seahawks, Chicago Bears e Tampa Bay Buccaneers/New Orleans Saints) na briga pelo Wild Card, os elencos da divisão possuem bem mais incógnitas comparados aos do resto. Por causa disso, claramente os jogos dentro da divisão vão ser os mais importantes para a briga pelos Playoffs.
E neste ponto o Dallas Cowboys vai sair muito atrás. São dois (possivelmente três) confrontos sem Tony Romo como titular, o que deve jogar o favoritismo para o outro lado. Com o Philadelphia Eagles resolvendo fazer uma reconstrução faltando uma semana para o início da temporada, o New York Giants e Washington acabaram virando os dois grandes favoritos. No confronto entre os dois, muito equilíbrio e pouca exploração das falhas do outro. Não será necessário um grande recorde para vencer a NFC East: dez ou onze vitórias devem ser o suficiente. A disputa vai ser, novamente, extremamente equilibrada e disputada até o fim.
Previsão de classificação para NFC East em 2016
1. New York Giants
2. Washington Redskins
3. Dallas Cowboys
4. Philadelphia Eagles
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