A longa espera está acabando. O tenebroso inverno sem partidas da NFL para valer está chegando ao fim. Depois de sete meses sem bola oval, agora podemos contar nos dedos de apenas uma mão os dias restantes até o kickoff da temporada regular – na próxima quinta-feira, 8 de setembro, às 21:30 (horário de Brasília), Broncos e Panthers abrirão os trabalhos repetindo o confronto ocorrido no Super Bowl 50.
Terminada toda a loucura da offseason e pré-temporada, está na hora de concluirmos nossa cobertura específica a este respeito e esquentarmos de vez os motores para a regular season. Por isso, estamos trazendo aqui no Pro Football uma série de textos especiais com análises individualizadas de calendário, previsões realistas, otimistas e catastróficas e uma pergunta para cada uma das 32 equipes da NFL.
Hoje é o dia de falarmos das previsões realistas para o seu time, ou seja aquele cenário mais provável de acontecer se tudo caminhar dentro da normalidade e do que é esperado. Não estipulamos necessariamente uma meta de vitórias e derrotas em todos os casos. Ao invés disso, em algumas ocasiões colocamos prognósticos um pouco mais genéricos, como por exemplo brigar pelo título de divisão ou melhorar o record da temporada anterior. Confira.
AFC East
Buffalo Bills: A defesa tinha boas chances de melhorar em sua segunda temporada sob o comando de Rex Ryan, mas uma sucessão de problemas como suspensões e lesões colocaram o setor como um ponto de interrogação em 2016. Do outro lado da bola, Buffalo segue com peças capazes de manter o ataque competitivo como o trio LeSean McCoy, Sammy Watkin e Tyrod Taylor e uma linha ofensiva sólida. Seja como for, pouca coisa mudou para os Bills em relação ao ano passado, então é difícil imaginar a equipe mudando de patamar e saindo da casa das sete ou oito vitórias.
New York Jets: A franquia manteve a base que deu certo em 2015, inclusive trazendo de volta o quarterback Ryan Fitzpatrick após uma longa novela. Com a chegada de Matt Forte para o lugar de Chris Ivory, o ataque tem tudo para continuar sendo produtivo e a defesa segue como uma das mais temidas da NFL. Se Fitzpatrick não ceder nos momentos decisivos (ao contrário do que fez na semana 17 da temporada passada, contra os Bills), os Jets têm o que é preciso para ao menos brigar pelos Playoffs.
New England Patriots: A suspensão de Tom Brady nos quatro primeiros jogos do ano sem dúvida é uma complicação, porém New England ainda é o time a ser batido na AFC East (até porque das quatro partidas, três serão em Foxborough, onde a equipe é quase imbatível). Por exemplo, o ataque ficou mais perigoso com a chegada de novos alvos como Malcolm Mitchell, Chris Hogan e Martellus Bennett – este último fará com Rob Gronkowski a melhor dupla de tight ends da NFL. Salvo um improvável 0-4 no começo da temporada, os Patriots devem rumar a mais um título de divisão sem maiores sustos.
Miami Dolphins: A contratação de Adam Gase para o cargo de head coach é uma ótima notícia para Ryan Tannehill, pois o treinador tem a fama de conseguir tirar o melhor dos seus quarterbacks (vide Jay Cutler ano passado). Ademais, a linha ofensiva e o grupo de recebedores em teoria também é superior ao que era 2015. Já a defesa não inspira tanta confiança assim, embora possua uma defensive line badalada e com veteranos consagrados. Os Dolphins aparentam novamente ser um time de sete ou oito vitórias, daqueles que vencem os adversários mais fracos e tropeçam nos mais qualificados.
AFC North
Cincinnati Bengals: Cincinnati é dono de um dos elencos mais completos da liga, com jogadores de qualidade em praticamente todas as posições possíveis. Deste modo, as expectativas são sempre altas. A preocupação para 2016 é algum tipo de regressão de Andy Dalton devido à saída de Hue Jackson, ex-coordenador ofensivo do time. A equipe de novo é forte candidata aos Playoffs e ao título da concorrida AFC North.
Pittsburgh Steelers: Mesmo sem os suspensos Martavis Bryant (temporada inteira) e Le’Veon Bell (três jogos), o ataque de Pittsburgh tem tudo para continuar sendo extremamente prolífico, afinal é um dos mais bem servidos da NFL. As dúvidas residem na defesa, sobretudo na secundária, que foi mal no ano passado e recebeu bastante atenção no Draft – um cornerback e um safety nas duas primeiras rodadas. Se Big Ben ficar saudável, os Steelers são uma das principais forças da Conferência Americana e têm totais condições de irem muito longe, sendo um dos favoritos da AFC.
Baltimore Ravens: O 5-11 de 2015 foi um ponto fora da curva, causado principalmente pela má sorte com contusões. Os Ravens contam com um elenco e uma comissão técnica capaz de fazer mais do que isso. A recuperação de nomes como Joe Flacco, Justin Forsett, Steve Smith Sr. e Terrell Suggs, a contratação do safety Eric Weddle e outro Draft sólido devem ajudar a franquia a ter um ano melhor. Baltimore em tese é a terceira força da divisão, mas pode pelo menos sonhar com algo próximo de um record positivo.
Cleveland Browns: Como já explicamos neste texto, Cleveland está passando por uma fase de completa transição, com um técnico novo, um elenco reformulado e um quarterback veterano (Robert Griffin III) em busca de um recomeço. Por isso, logo de cara a expectativa não deve ser grande sobre o time de Hue Jackson. Os Browns brigarão mais uma vez para não terminarem com a pior campanha da NFL.
AFC South
Indianapolis Colts: Andrew Luck está de volta e essa é a melhor notícia do mundo para Indianapolis. O ataque não é mais tão badalado quanto no começo da temporada passada (assim como o time todo), contudo a linha ofensiva foi reforçada com a escolha do center Ryan Kelly no Draft – o que é outra ótima notícia. A defesa continua sendo contestada e desperta muitas dúvidas. Com Luck under center, os Colts voltam a ser uma força capaz de disputar forte título de divisão.
Houston Texans: A equipe reconstruiu o ataque para 2016 trazendo novos wide receivers, um outro running back titular (Lamar Miller) e um possível franchise quarterback (Brock Osweiler). No papel, o setor ofensivo está bem mais empolgante do que há um ano. A defesa manteve a boa base e espera uma grande temporada de Jadeveon Clowney. Houston deve brigar de modo acirrado com Colts e Jaguars pela supremacia dentro da AFC South.
Jacksonville Jaguars: Talvez ninguém tenha se reforçado tão bem na intertemporada quanto os Jaguars. A franquia contratou e draftou vários atletas que elevaram a qualidade dos dois lados da bola e subiram o time de patamar – sobretudo defensivamente. Além disso, a evolução de jovens como Blake Bortles e Allen Robinson também gera otimismo. Jacksonville não deve ser mais o saco de pancadas dos últimos anos e entra em 2016 como candidato a dar trabalho dentro da divisão e de conseguir chegar aos playoffs.
Tennessee Titans: Tennessee está enfrentando um processo de reformulação, draftando vários jogadores e tentando desenvolver Marcus Mariota. O ataque terrestre deve ser bastante competitivo com DeMarco Murray e Derrick Henry, mas, fora isso, o elenco carece de talento para grandes resultados imediatos. Por ora, os Titans devem continuar como coadjuvantes e sem maiores ambições.
AFC West
Denver Broncos: A nomeação de Trevor Siemian como quarterback titular é um indício forte de que a excepcional defesa de Denver precisará carregar a equipe. Não que isso seja uma novidade, pois foi exatamente o ocorrido em 2015, porém a completa inexperiência de Siemian preocupa. Mesmo sem jogar bem no ano passado, Manning pelo menos podia liderar o time com o seu conhecimento de jogo. Com um ponto de interrogação tão grande na posição mais importante do esporte, os Broncos despertam sérias dúvidas sobre a sua capacidade de defender o título de campeão do Super Bowl.
Kansas City Chiefs: Kansas City vem fazendo campanhas sólidas nos últimos anos e está frequentemente voando sob o radar. A defesa possui talento acima da média e sempre manda alguns nomes ao Pro Bowl, enquanto que o ataque consegue ser competitivo dentro das suas características (foco no jogo terrestre e passes curtos de Alex Smith). Isso não deve mudar em 2016 e a franquia segue como candidata a acabar com o domínio dos Broncos dentro da divisão. Olho neles.
Oakland Raiders: Assim como os Jaguars, Oakland é outra equipe que tem tudo para deixar o status de “patinho feio” da liga. Contratações de peso na Free Agency como Bruce Irvin e Kelechi Osemele serviram para enriquecer um elenco já fortalecido por alguns ótimos Drafts recentes. Os Raiders reforçaram a problemática defesa, estão em plena ascensão e já apresentam condições de lutar pela coroa da AFC West.
San Diego Chargers: Os Chargers vêm falhando constantemente em cercar seu ótimo quarterback (Philip Rivers) com peças de qualidade. Sim, o 4-12 de 2015 parece ter sido exageradamente ruim – a equipe foi devastada por lesões -, mas será que o atual elenco é capaz de oferecer muito mais do que isso? San Diego vive um momento complicado e distrações como a história da mudança para Los Angeles ou a greve de Joey Bosa não ajudam. A defesa contra o jogo terrestre, por exemplo, é bem abaixo da média. Antes de mais nada, a franquia precisa focar em melhorar o record da temporada anterior.
NFC East
Washington Redskins: Em um intervalo de um ano, Washington deixou de ser o pior time da NFC East e se transformou discutivelmente na equipe mais consistente da divisão. Este é outro grande exemplo de como as coisas mudam rápido na NFL. Com uma linha ofensiva eficiente, um ataque aéreo recheado de opções para Kirk Cousins e o reforço de Josh Norman na secundária, os Redskins estão em boas condições para repetir a campanha de 2015 e conseguir oito ou nove vitórias.
Philadelphia Eagles: Bradford foi trocado e agora o plano é colocar Carson Wentz como titular. O calouro pouco atuou na pré-temporada, não tem nenhuma experiência e provavelmente sofrerá bastante com essa estreia apressada na NFL. Junte a isso um novo treinador e um elenco reformulado na offseason, que se desfez de vários atletas badalados trazidos pelo ex-técnico Chip Kelly, e temos muitos pontos de interrogação em Philadelphia. Este tem tudo para ser um ano de transição em que os Eagles ficarão longe dos holofotes. Apenas seis ou sete vitórias são uma possibilidade real.
New York Giants: Com tantos investimentos defensivos na Free Agency e Draft, é improvável que a unidade vá tão mal quanto no ano passado, quando foi a pior da NFL em jardas cedidas por partida (420,3). O tamanho dessa melhora é o que vai determinar o sucesso dos Giants, pois o ataque deve continuar colocando pontos no placar com Eli Manning, Odell Beckham Jr. e o calouro Sterling Shepard. A expectativa é que New York pelo menos pleiteie o título divisional.
Dallas Cowboys: A nova contusão de Tony Romo (somada com as suspensões de jogadores defensivos importantes) parece ter condenado o início de ano de Dallas. Com isso, a responsabilidade cairá nos ombros do calouro Dak Prescott, que por sinal jogou muito bem na pré-temporada. Os Cowboys estão em apuros enfrentando tantos problemas e possivelmente largarão atrás dos seus concorrentes na disputa pela NFC East.
NFC North
Minnesota Vikings: O investimento em Sam Bradford é um evidente esforço de Minnesota para se manter competitivo mesmo depois da lesão de Teddy Bridgewater. Ele chegará com a missão de não comprometer, apenas gerenciando um ataque focado no jogo terrestre e apoiado em uma defesa sólida. Dentro da difícil realidade que se apresentava à franquia foi uma solução criativa e interessante. Bradford é um quarterback contestado e terá pouquíssimo tempo para se adaptar a um novo esquema ofensivo, mas pelo menos ele dá um sopro de esperança aos Vikings, em teoria possibilitando ao time mais chances de brigar pela NFC North.
Green Bay Packers: A volta de Jordy Nelson é uma excelente notícia para o ataque aéreo de Green Bay. O wide receiver com certeza ajudará Aaron Rodgers a melhorar o desempenho de 2015, considerado abaixo do esperado para alguém como ele. O jogo terrestre dependerá da forma física de Eddie Lacy. Já a defesa tem o talento e a qualidade necessária para ser competitiva. Os Packers são de novo os favoritos ao título de divisão, sobretudo por conta das incertezas em Minnesota depois da contusão de Bridgewater.
Detroit Lions: Detroit terá que se acostumar à vida pós-Calvin Johnson e isso talvez traga problemas. A ausência de um alvo como Megatron pode impactar diretamente na performance do quarterback Matthew Stafford. A boa notícia é que a linha ofensiva e a dupla de running backs, formada por Ameer Abdullah e Theo Riddick, têm perspectiva de crescimento em relação ao último ano. A defesa confia em talentos como Ezekiel Ansah, DeAndre Levy e Darius Slay para se manter produtiva. Os Lions devem vencer os confrontos mais fáceis e se complicar nos mais difíceis, logo sete ou oito vitórias é uma previsão razoável.
Chicago Bears: Os Bears deixaram de ter uma das piores defesas da liga, uma marca das temporadas anteriores. O crescimento defensivo deve se intensificar ainda mais em 2016, após bons reforços vindos tanto na Free Agency quanto no Draft. Contudo, a saída do coordenador ofensivo Adam Gase preocupa, já que pode ocasionar algum efeito negativo em Jay Cutler. Chicago está se reconstruindo aos poucos, um passo de cada vez, e tem condições de pelo menos melhorar o record 6-10 de 2015.
NFC South
Carolina Panthers: Carolina terá a volta do wide receiver Kelvin Benjamin após um ano inteiro afastado por lesão. Em compensação, a defesa perdeu o cornerback Josh Norman, o que contribuiu para deixar sua secundária mais inexperiente e menos respeitada. No geral, é um time bastante parecido com aquele que jogou o Super Bowl há sete meses, por isso é o virtual favorito a outro título de divisão – já repetir o 15-1 de 2015 é tarefa bem mais complicada.
Atlanta Falcons: A franquia tem um problema crônico no pass rush há algum tempo e por mais que tente não consegue resolvê-lo. No último Draft, Atlanta buscou novos talentos defensivos e a expectativa é que eles ajudem um pouco a situação. Por outro lado, o 2015 ruim de Matt Ryan é motivo de preocupação para o ataque, apesar de Julio Jones ter se consolidado como um dos melhores recebedores da liga. Atualmente é difícil ver os Falcons indo muito além da campanha 8-8 do ano passado.
New Orleans Saints: New Orleans trouxe alvos novos e dinâmicos para Drew Brees (Coby Fleener e Michael Thomas), algo que deve favorecer o ataque aéreo. O jogo terrestre segue em boas mãos com Mark Ingram. O grande ponto de interrogação continua do outro lado da bola. A equipe focou na defesa durante o Draft e a Free Agency buscando deixar de ser uma das piores da liga, mesmo assim existem dúvidas se foi o suficiente. Assim como Atlanta, os Saints são candidatos a novamente ficar na casa das sete ou oito vitórias.
Tampa Bay Buccaneers: Já falamos de maneira mais detalhada sobre os Buccaneers neste outro texto. Em suma, eles são uma franquia em ascensão, com um ataque jovem e talentoso, um quarterback de grande potencial (Jameis Winston) e uma defesa reforçada. Tampa Bay parece enfim estar pronto para dar trabalho e brigar com os outros times da NFC South por destaque dentro da divisão.
NFC West
Arizona Cardinals: Arizona tem um dos melhores times da NFL e é forte candidato tanto ao título de divisão quanto à uma eventual ida ao Super Bowl. O ataque aéreo possui inúmeras opções de muita qualidade para Carson Palmer, o qual atuou no nível de MVP da NFL em grande parte do ano passado. O running back segundanista David Johnson começará 2016 cheio de boas expectativas. E a defesa é uma das mais fortes e temidas da liga, principalmente agora que conseguiu um pass rusher do quilate de Chandler Jones.
Seattle Seahawks: Seattle é a equipe que pode desbancar Arizona na NFC West – e consequentemente também ir longe na pós-temporada. Todo mundo já conhece a qualidade dessa defesa e sabe do que ela é capaz. Russell Wilson se transformou em um quarterback de elite, Doug Baldwin está jogando em altíssimo nível e a diretoria buscou alternativas para suprir a aposentadoria de Marshawn Lynch. O ponto fraco dos Seahawks é a sua contestada linha ofensiva, que foi mal no ano passado e pouco (ou nada) se reforçou em 2016.
Los Angeles Rams: Jared Goff mostrou na pré-temporada que ele não está pronto para ser o salvador da pátria e Case Keenum será mesmo o titular. Embora tenha uma defesa acima da média e um ótimo running back (Todd Gurley), a empolgação não é muito grande com os Rams, afinal quarterbacks medianos normalmente levam à campanhas medianas. O espectro do 7-9 de novo ronda a franquia.
San Francisco 49ers: A chegada de Chip Kelly e a implantação do seu ataque pirotécnico deve melhorar o rendimento ofensivo dos 49ers, que foi pífio em 2015. Entretanto, a falta de qualidade do elenco, começando na posição de quarterback, é um obstáculo para a equipe buscar alguma coisa na temporada. Sinceramente, é difícil imaginar San Francisco superando o 5-11 de 2015.
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