Nos últimos dois (três?) anos, nenhuma lista séria de favoritos para a AFC não continha os nomes de Buffalo Bills e Cincinnati Bengals – e só um deles chegou ao Super Bowl ou repetiu a final de conferência. Enquanto o time de Joe Burrow se perpetuou como candidato ao título e se renova a cada ano, a equipe de Josh Allen se mostra presa num limbo de ideias repetitivas e sem sucesso para justificar a falta de renovação.
O resultado disso tudo? Quando os dois times colidiram na temporada passada, nos playoffs, o Cincinnati Bengals venceu com facilidade mesmo num ambiente hostil. Jogando em casa dessa vez (e, felizmente, num jogo sem maiores incidentes), uma nova vitória que só escancarou que a principal diferença entre os times está no que fazem fora de campo.
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Bengals, um time que sabe se adaptar
Existiram uma porção de coisas novas no Cincinnati Bengals durante a vitória de ontem e que não vimos ao longo dos primeiros jogos da temporada – um pouco pela lesão de Joe Burrow, um pouco pela característica natural do time. Por exemplo, o time praticamente não vinha utilizando seus tight ends no jogo aéreo, com apenas 11,4% dos targets direcionados ao jogadores da posição e a segunda menor marca da liga (Miami Dolphins, 8,4%); na Semana 9, esse número disparou para 29,5%, com apenas três times na temporada tendo uma média maior.
Outra coisa diferente que o ataque utilizou foi uma maior utilização de movimentações pré-snap, que disparou no último mês; além disso, desde o jogo contra o San Francisco 49ers, o time parece estar apostando um pouco mais em Joe Burrow under center ao invés de prendê-lo no shotgun. São mudanças sutis, mas que abrem toda uma nova gama de opções para o playbook.
O Cincinnati Bengals tem uma essência clara e manifesta de jogo e não vai dissociar dela, mas sua comissão técnica sabe fazer ajustes suficientes para que o time possa ter mais vantagens competitivas contra um determinado adversário numa semana qualquer. Não é jogar a bola para Ja’Marr Chase e torcer para que ele produza: é montar um ataque baseado no que você tem de melhor e no que o adversário tem de pior. Com tantas lesões defensivas, o Buffalo Bills vem tendo dificuldades em parar os tight ends adversários. O resultado do plano de jogo de Zac Taylor: 13 alvos, 10 recepções, 101 jardas e 2 touchdowns divididos entre o trio Tanner Hudson, Irv Smith Jr. e Drew Sample.





