Não precisamos de Carlos Drummond de Andrade para vermos que, para Eli Manning, a festa acabou, a luz apagou, o povo sumiu e a noite esfriou no New York Giants.
Acredito que não precise me alongar aqui nas circunstâncias da decisão absolutamente injusta e desrespeitosa. Se John Mara está usando Ben McAdoo como um exequente do fim do caminho de Eli Manning no New York Giants, ou se o head coach simplesmente acordou com a pá virada e quis jogar Eli Manning sob o ônibus uma derradeira vez, não sabemos. Talvez jamais saibamos com a transparência que gostaríamos.
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Colocar Eli Manning no banco é uma das decisões mais desrespeitosas e injustas da história
O que é indiscutível é que o vínculo entre o técnico Ben McAdoo e Eli Manning será rompido ao final de 2017. Seja com o head coach em busca de um novo emprego, ou com o signal caller buscando novos ares, é extremamente improvável – não gosto de ser taxativo sobre nada enquanto não houver fontes confiáveis, só que é inescapável o uso de “impossível” para adjetivarmos a hipotética manutenção do vínculo entre McAdoo e Manning. Alguém tem que ceder.
E, pelo exercício de imaginação, adotaremos a ideia de que Eli Manning fez sua última aparição como titular do New York Giants na noite de Thanksgiving de 2017. Descartemos, claro, a hipótese de aposentadoria. Com uma cláusula contratual que veda sua troca, é esperado que Eli Manning seja cortado na offseason – o que nos leva à grande pergunta: onde o camisa 10 vai parar?
Denver Broncos
Um destino muito comentado é o Denver Broncos. Seja pelo sucesso recente do irmão Peyton Manning no Colorado e pela necessidade urgente de um signal caller para chamar de seu, seria um encontro entre a fome e a vontade de comer. Eli Manning teria ao seu redor um corpo de recebedores qualificado, uma defesa de ponta e a chance de disputar seu terceiro anel.
Todavia, entretanto, porém, não parece característico da família Manning tomar esse caminho. Historicamente, os irmãos Peyton e Eli optaram por trilhar rumos distintos, desde a época do college. Peyton Manning optou ir para Tennessee ao invés de Ole Miss, alma mater de seu pai Archie Manning, como forma de traçar o próprio caminho. Eli, por sua vez, seguiu os passos do pai na universidade de Mississippi. Quando selecionado em 2004 pelo San Diego Chargers, uma das motivações por trás da troca para o New York Giants teria sido uma troca de conferência – enfrentar menos seu irmão Peyton, então comandante do Indianapolis Colts.
Em que pese uma circunstância ideal para um quarterback experiente entrar e prosperar, a ida de Eli Manning para o Colorado colocaria nas costas do camisa 10 um peso muito indesejável: a da constante comparação entre ele e seu irmão mais velho. Lembremos que, estatisticamente, o camisa 18 teve sua melhor temporada no Denver Broncos. Se Eli por ventura não ter um desempenho tão bom – e, convenhamos, é difícil bater Peyton nesse quesito -, a pressão desnecessária pelo simples fato de se tornar um Bronco.
New York Jets
O uniforme do vizinho é sempre mais verde, e uma mudança para o desesperado-por-um-quarterback New York Jets poderia ser uma até natural. Jogar no mesmo estádio, não ter que se mudar para outra cidade… soa como um bom plano, não? Especialmente se considerarmos que o time da AFC East vem fazendo uma temporada acima das expectativas com o elenco enxuto que possui.
Acredito que o principal óbice para esta contratação seria o ataque do New York Jets. As peças ao redor de Josh McCown esse ano estão dando pano para manga, mas são ainda nomes pouco tarimbados. O ponto é: o ataque está em formação. A defesa, em renovação na secundária. Aos 36 anos, Eli Manning provavelmente gostaria de um lugar com a certeza de que será um contender. Honestamente, só há uma franquia que vejo como perfeita para o (ainda) camisa 10 do New York Giants.
Jacksonville Jaguars
Investimentos em linha ofensiva, a melhor dupla de cornerbacks da NFL, um front seven assustador, jogo terrestre estabelecido com Leonard Fournette, além de Allen Robinson, Marqise Lee, Dede Westbrook e Allen Hurns como recebedores. Um time jovem, talentoso e com uma peça de quebra-cabeça faltante: um quarterback experiente, com habilidade para mover as correntes consistentemente pelo ar.
Mais do que uma situação “futebolística” perfeita, seria o reencontro de Eli Manning com Tom Coughlin. O ex-head coach do New York Giants, com quem o quarterback conquistou seus dois Super Bowls, é o vice-presidente executivo das operações de futebol americano. Para Coughlin, ter Eli sob sua batuta é lidar não só com um profissional renomado, mas com um profissional que ele conhece como poucos.
A mera ideia de Eli Manning em Jacksonville eleva os Jaguars de candidatos à pós-temporada para candidatos ao Super Bowl. Blake Bortles é, hoje, a representação das amarras que seguram o lado ofensivo do time da Flórida. É um encaixe perfeito, com o personnel ideal dentro e fora de campo.
E o Cleveland Browns e Arizona Cardinals?
Bom, tendo em vista o desastre da administração dentro de campo do Cleveland Browns, é extremamente improvável que Eli Manning queira investir seus anos de carreira remanescentes em um time em franca reconstrução.
O Arizona Cardinals poderia até ser um bom encaixe – excelente running back jovem, o lendário Larry Fitzgerald e uma defesa bem estabelecida. Entretanto, o time parece uma versão dissolvida do que o Jacksonville Jaguars pode oferecer, o que seria menos atraente para Eli Manning – além de ser um time da mesma conferência que o New York Giants, o que pode pesar na decisão.
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