Enfim, o Las Vegas Raiders tem um novo treinador oficialmente. Após a saída de Jon Gruden na semana 6, por conta do vazamento de emails racistas e misóginos, a equipe foi comandada pelo coordenador de special teams Rich Bisaccia, que levou inclusive o time aos playoffs, onde os Raiders foram derrotados pelo Cincinnati Bengals no wild card. Nem isso foi o suficiente para que Mark Davis, o dono da franquia, optasse por manter Bisaccia, indo atrás de outro nome no mercado.
O escolhido vem do New England Patriots: Josh McDaniels. Coordenador ofensivo e braço direito de Bill Belichick durante 14 temporadas nas suas duas passagens pelo time, ele era considerado por muitos o sucessor natural de Belichick. Todavia, ele terá agora sua segunda passagem como head coach e os Raiders esperam que o resultado seja bem diferente da primeira, quando comandou o Denver Broncos. Após começar a temporada de 2009 com 6 vitórias consecutivas, ele implodiu o vestiário e brigou com os principais jogadores.
Dali em diante, o time venceu somente mais duas partidas e não chegou aos playoffs. No ano seguinte, McDaniels trocou Brandon Marshall, melhor recebedor da equipe e naufragou de vez. Ao fim da semana 12, com apenas 3 vitórias, foi demitido e se tornou persona non grata no Colorado.
Não querer ser Belichick é primordial
Os Raiders anunciaram em conjunto a contratação de Dave Ziegler para general manager e confesso que isso me trouxe preocupação. Não que ele não mereça, mas vindo também dos Patriots, essa “compra casada” trouxe lembranças de um problema que assola os ex-assistentes de Bill: tentar ser Belichick. O próprio McDaniels tentou isso no caso citado de Denver e teve consequências tenebrosas. Não dá para querer implantar tudo que é feito em New England ao pé da letra, sem adaptações e concessões. Se a dupla for com esse pensamento, começa o projeto muito mal.
Todavia, é preciso dizer que se passaram 13 anos desde a saída de McDaniels dos Broncos e isso tem impacto. Mais experiente e com os calos que o insucesso anterior lhe deu, é plausível acreditar que ele possa ter aprendido a lição e desenvolvido novas aptidões, como a gestão de pessoas, algo que pesou no passado. Talento nunca foi problema para Josh, uma mente criativa e que sabe tirar o máximo das peças que têm. Se conseguir fazer com que o grupo compre suas ideias e filosofia de trabalho, as chances de êxito são boas.
