Pode um torcedor ter o direito de se iludir com o Houston Texans? Pelo que acontece com a equipe, parece delírio. A vitória na última semana da temporada regular – a qual retirou da franquia a primeira escolha geral do próximo Draft – foi o suprassumo de um time fracassado. Até quando ganha, perde.
Nesses momentos, um movimento em específico, fora de campo, pode ser o único a conseguir incentivar mudanças de novos ares. Ainda mais quando ele possui uma atmosfera ainda mais especial para além do talento. A chegada de DeMeco Ryans é muito mais do que trazer o coordenador defensivo da melhor defesa da NFL.
Nome de destaque de comissão técnica desde que começou a trabalhar no San Francisco 49ers, sua ligação com Houston é muito especial, já que foi selecionado pela equipe no longínquo recrutamento de 2006, jogando lá por seis temporadas com muito destaque – foi calouro defensivo do ano e líder da unidade pelo tempo que esteve lá. Uma contratação que energizou o time, a torcida – inclusive J. J. Watt – e que tem tudo para dar certo.
Liderança, energia e talento
Essa combinação tripla é fundamental. Um bom técnico não se faz só de uma delas, nem só de duas. De nada adianta conhecimento se os atletas não comprarem sua ideia ou se você não vive aquilo intensamente – e vice-versa. Nos dois anos como coordenador defensivo de San Francisco, os mais relevantes para analisarmos sua carreira como futuro treinador, ele demonstrou as três.
Ryans pegou uma defesa que chegou ao seu ápice sob o comando de Robert Saleh, anteriormente. Replicar a qualidade não seria fácil e a demanda era alta, mesmo com tanto talento em mãos. Para além de cumprir a excelência, DeMeco melhorou o que já era excelente. A defesa terrestre, por exemplo, não seguira o alto patamar naquele time que foi ao Super Bowl em 2019; neste ano, foi uma das melhores da liga.
Isso talvez seja o que mais pode animar o torcedor de Houston. Ryans não foi apenas fruto de um sistema de sucesso; soube ampliá-lo. Em Houston, isso será fundamental, já que ele precisará construir seu time praticamente do zero. Há bons jovens talentos, especialmente no lado da bola que DeMeco mais entende (Derek Stingley Jr, Jalen Pitre), mas a base ainda não está pronta.
Caberá ao treinador, conjuntamente à diretoria, criar uma estrutura vitoriosa. A free agency e o Draft (Houston tem duas escolhas de primeira rodada) serão os primeiros passos. Pela análise de talento de DeMeco e pelo modo como ele faz os jogadores entenderem as ideias que ele deseja aplicar em campo, os torcedores podem ficar animados.





