Quais trocas ainda podem acontecer na NFL no próximo mês?

As principais franchise tags já foram alocadas nestes últimos dias. Kawann Short, Chandler Jones, Le’Veon Bell, Jason Pierre-Paul e Kirk Cousins são alguns dos nomes que receberão uma grana gigante para ficar pelo menos mais um ano com suas atuais franquias – a menos que renovem os contratos antes do dia 15 de julho.

Sendo assim, é hora de focarmos no próximo “evento” do calendário da intertemporada da NFL: cortes e trocas. Falaremos de mais potenciais cortes – fora os que já aconteceram, como Victor Cruz e outros nomes de peso, como Jamaal Charles – em outra ocasião.

Aqui, brevemente, cabe conversar sobre trocas.

Na NFL, ao contrário do beisebol da MLB e o basquete da NBA, as trocas são menos comuns. Motivos? Bom, existem alguns. Um jogador chega em um time novo do beisebol e não é como se fosse impossível pegar um novo sistema de rebatidas tal qual uma filosofia ofensiva na NFL. Fosse do Philadelphia Phillies para o Minnesota Twins, Sam Bradford começaria no bastão quase que imediatamente. Do Philadelphia Eagles para o Minnesota Vikings às vésperas da temporada passada, Bradford não jogou na primeira semana enquanto se acostumava com o novo ambiente e o novo livro de jogadas.

Na NBA, o Draft tem apenas duas rodadas – e os elencos, 5 titulares (ao contrário dos 22 da defesa e ataque na NFL). Assim, cada jogador que chega tem um peso superior – e, o Draft, é mais raso em opções para reforçar uma equipe, embora os jogadores tenham impacto mais rápido do que a média da NFL. Nos dois outros esportes, portanto, as trocas são um expediente mais usado. Na NFL, a free agency e o Draft acabam sendo preferidos pela essência mais “sistêmica” de cada time – e as potenciais dificuldades de adaptação de um jogador que chega.

Certo, feito este contexto, que trocas podemos ter nos próximos dias?

Kirk Cousins

Ele acaba de receber a franchise tag exclusiva e tem pelo menos um ano de contrato com Washington (na bagatela de 24 milhões). Isso não quer dizer que a franquia não possa querer trocá-lo por algo que em sua opinião, compense. Segundo informações do ProFootball Talk, Cousins teria como restrição que, caso fosse trocado, que o seja para o San Francisco 49ers.

O novo regime Shanahan/Lynch provavelmente irá atrás de um quarterback em breve e a precisão de Cousins seria bem-vinda no sistema ofensivo (complexo para calouros) que Kyle Shanahan executa em suas chamadas. Washington pode acabar com qualquer especulação vindo a público, dizendo que não quer aceitar troca nenhuma por seu franchise quarterback. Mas, até agora, isso não foi feito.

Chance de troca: média-baixa
Time que poderia trocar: 49ers

Tony Romo

Você não paga mais de 20 milhões de dólares para um quarterback que vai ficar na reserva. Sim, eu gosto muito de Tony Romo (quando saudável) e é triste dizer isso ao fã do jogador: mas ele é reserva. O time agora é de Dak Prescott, a menos que se diga o contrário (e não deve acontecer nesta intertemporada, ainda mais depois da excelente partida de Dak contra os Packers nos playoffs).

Os Cowboys num primeiro momento pretendem tentar trocar com algum time. Por que você faria isso, dado que Romo será cortado caso Dallas não consiga um parceiro de troca? Bom, porque aí você negocia com os Cowboys e não com Romo. Ele perde o poder de escolher para onde iria. Assim, as coisas, em tese, seriam mais fáceis. Como não existe almoço grátis, lembramos que a franquia que trocar com Dallas herda o contrato antigo de Tony – e, por isso, as coisas não seriam tão fáceis assim.

Chance de troca: média-alta
Time que poderia trocar: Broncos, Jets, Chiefs, Texans, Bills


“RODAPE"

Jimmy Garoppolo

Como diria a grande Sandy, o que é imortal não morre no final. Tom Brady é a Paula Toller da NFL e parece ser mais imortal do que qualquer membro da Academia Brasileira de Letras – comandando a maior virada da história do Super Bowl aos 39 anos. Assim, Jimmy Garoppolo continua sua sina de príncipe Charles, sem saber quando herdará o trono de Foxboro.

Acontece que o contrato de Jimmy acaba em 2017. Se Brady tiver mais uma temporada de Brady, Garoppolo sabe que, bem, 2018 significa mais um ano no banco. E aí ele não vai querer ser imbecil de renovar o contrato para trazer gatorade pra galera. Vai querer dinheiro e titularidade em outro lugar.

Antes disso acontecer, o New England Patriots pode trocar Garoppolo nesta intertemporada – assim, não ficaria de mãos abanando com o quarterback dizendo adeus numa potencial free agency de 2018.

Chance de troca: alta
Time que poderia trocar: 49ers, Bears, Browns, Jets, Texans

Bônus:

  • Sheldon Richardson pode ser usado como moeda de troca no New York Jets para que a equipe se reforce. O time não tem quarterback, Brandon Marshall está a um par de anos da aposentadoria, Eric Decker perdeu metade da temporada por lesão, Darrelle Revis foi preso e pode ser cortado, a linha ofensiva teve vários cortes nestes últimos dias… Enfim, capitalizar para a reconstrução é uma possibilidade. Tendo Leonard Williams e Mo Wilkerson, não é como se trocar Richardson fosse acabar com a linha defensiva do time. Os Jets são ricos na DL – mas estão pobres em outros setores. Por isso a troca faria sentido. Ademais, New York precisa liberar espaço no teto salarial.
  • Jay Cutler. Ok, ninguém deve ser kamikaze (ou sadomasoquista, não sei), mas vai que né. O boato no mercado é que há dois times interessados em trocar com os Bears. Se oferecerem uma escolha de sétima rodada, em minha honesta opinião, já estarão sendo assaltados. Eu comprei um Nintendo 64 nesta semana e ele vale mais do que Cutler no mercado. Ao menos ele não faz o torcedor quebrar móveis.

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