Quarterback novo nos Patriots e Jets apostando alto: acompanhe os 10 pontos sobre o restante do Draft de 2016.

Quarterback na segunda rodada, trade up para pegar um kicker e times com 14 escolhas. O Draft deste ano foi bem emocionante e o meio dele foi muito bem trabalhado por equipes como o Cleveland Browns, Jacksonville Jaguars, New England Patriots e Seattle Seahawks.

Como já dito durante toda a cobertura, esta classe era recheada de bons jogadores e tinham poucos muito acima da média. Por causa disso, a segunda e a terceira rodadas estavam recheadas de atletas com potencial para contribuir de imediato no nível profissional. Só que mesmo com tantos atletas assim, algumas escolhas foram bem polêmicas, principalmente no quesito perder valor.

Sem mais delongas, acompanhe nossos 10 pontos mais relevantes sobre o resto do Draft. Foi um ano movimentado, mas com boas escolhas que devem mudar o futuro de algumas franquias.

Os 10 pontos mais relevantes.

  • O final da primeira/início da segunda rodada foi longe do ideal para o Dallas Cowboys. Apesar de eles terem feito uma aposta que vale a pena (mais disso daqui a pouco), Jerry Jones ficou extremamente frustrado com o destino de sua segunda escolha no Draft de 2016. Como o próprio dono relatou, ele queria Paxton Lynch e foi frustrante não conseguir subir (ele até queria ter pago mais do que valia). Só que a frustração não parou por aí.

Com Lynch fora da jogada, o alvo virou Emmanuel Ogbah, mas ele foi a primeira escolha da rodada. Com isso, Kevin Dodd tornou-se o principal alvo e ele foi escolhido pelos Titans. Resumindo, os Cowboys tiveram que se contentar com a sua quarta opção, o que não é de todo mal – Jaylon Smith tem um grande potencial.

  • Aproveitando o assunto Dallas, visivelmente todas as franquias colocaram a lesão de Myles Jack no mesmo grau que a de Jaylon Smith – o que contraria todas as expectativas antes do Draft. Como os dois são talentosos e é difícil dizer quem é o melhor, Smith acabou sendo selecionado antes. A razão é simples: foi o médico de Dallas que operou o ex-Notre Dame, logo a franquia deveria confiar mais em seu joelho em relação ao de Jack.
  • O grande destaque de todo o Draft foi o Jacksonville Jaguars. A equipe emplacou Myles Jack e Jalen Ramsey com as duas primeiras escolhas e conseguiu um possível steal com o Sheldon Day caindo até a quarta rodada. Além do mais, o projeto Tyrone Holmes na sexta rodada teve muito valor, visto que vale demais apostar nele – seu videotape é muito bom. A tática do melhor jogador disponível parece que foi aplicada a risca pelos Jaguars e o acúmulo de talentos foi promissor.
  • Outro time que fez um trabalho primoroso no meio do Draft foi o New York Giants. As escolhas de Sterling Shepard e Darian Thompson devem render dois titulares para este ano. Além disso, Paul Perkins na quinta rodada é um valor muito bom e ele pode contribuir desde o primeiro dia saindo do banco. A décima escolha geral foi controversa, mas o resto foi muito bem feito pela franquia.
  • Muito se falou da escolha de Christian Hackenberg pelo New York Jets, mas a mais controversa de todas as escolhas no Draft foi a feita pelo Tampa Bay Buccaneers. Eles trocaram uma escolha de terceira e outra de quarta rodada para subir para o final da segunda rodada e selecionar Roberto Aguayo, kicker de Florida State.

A escolha é polêmica de todos os lados. Gastar duas escolhas para subir para o final da segunda rodada e escolher um kicker é perder muito valor. Cyrus Jones, Vonn Bell, Kevin Byard, Max Tuerk e muitos outros jogadores promissores ainda estavam disponíveis e foram preteridos por Aguayo. O Tampa Bay Buccaneers não tem o privilégio de ficar desperdiçando escolhas, visto que seu elenco precisava de reforços.

O pior é que selecionar um kicker (ou um punter) tão alto está longe de ser seguro. Mike Nugent (escolhido na segunda rodada) ficou somente quatro anos no New York Jets e foi embora. Alex Henery, escolhido na quarta rodada, rendeu só quatro anos na liga. Bryan Anger, punter selecionado na terceira rodada, ficou somente quatro anos com o Jacksonville Jaguars e foi embora. Todos estes eram super promissores, mas nunca se tornaram as salvações de suas franquias. Isto não quer dizer que Roberto Aguayo não vai ter sucesso (na realidade acho que ele será um ótimo kicker), mas sim que existe o risco de virar um bust assim como em qualquer outra posição.

  • Falando agora dos quarterbacks, três escolhas aconteceram na sexta-feira: Jacoby Brissett, Cody Kessler e Christian Hackenberg. Apesar do produto de Penn State ter chamado mais atenção, a escolha de Cody Kessler é a que mais destoa deste grupo.

Kessler é um quarterback de USC, programa que é conhecido por manufaturar signal callers que não dão certo na NFL – Mark Sanchez, Matt Leinart e, mais recentemente, Matt Barkley são alguns exemplos. É bem verdade que Kessler atuou em uma época com muito menos talento no ataque do que seus pares que falharam no profissional, no entanto isto serviu para mostrar ainda mais as suas limitações. O braço dele é muito fraco, ele não é nem um pouco atlético e precisa de muito trabalho para ter presença do pocket. O pior é que Kessler parece um quarterback pronto, que não tem como evoluir muito. Tudo bem que Hue Jackson assumiu a responsabilidade e pediu confiança das pessoas em sua escolha, conquanto foi um momento de deixar a todos coçando a cabeça.

  • Mais cedo, na segunda rodada, os Jets resolveram gastar uma valiosa escolha de segunda rodada em um quarterback que é uma bagunça completa. Hackenberg é um gigantesco projeto. Ele não tem footwork, precisão, leitura de jogadas e presença de pocket. É visível que precisa-se trabalhar nele dois a três anos para ele virar um reserva de confiança, imagine titular. Na realidade, Geno Smith (que também foi uma escolha de segunda rodada) era um prospecto muito melhor do que Hackenberg saindo da universidade.

Era visível que New York precisava de um signal caller, mas esta escolha fez todo mundo coçar a cabeça. Projeto por projeto, valia muito mais escolher Paxton Lynch na primeira rodada (que tem mais potencial) do que Hackenberg na segunda. O produto de Penn State é um grande potencial com muitas falhas e gastar tanto nele não foi uma tática muito elogiável. Espero estar errado e que Hackenberg torne-se um titular, mas isto é bem improvável.

  • Cada Draft que passa eu me surpreendo ainda mais com a habilidade do New England Patriots em trabalhar as suas escolhas do meio do Draft. Mesmo sem a escolha de primeira rodada, a franquia conseguiu subir e descer o quanto quis e sempre com o pensamento não convencional, fora da caixa.

O que chama mais atenção é como consegue-se pensar fora da caixa de maneira bem analisada – privilégio que Bill Belichick ganhou ao longo dos anos. Aliás, uma das abordagens mais polêmicas (e que eu gosto bastante) é a tática de draftar signal callers na segunda ou terceira rodadas. Ryan Mallett, Jimmy Garoppolo e, agora, Jacoby Brissett.

A tática, criticada por alguns torcedores imediatistas, é simples de entender: Belichick não quer cair num ostracismo após Tom Brady se aposentar. Não dá para saber quando o signal caller de 39 anos vai pendurar as chuteiras, logo é preciso ter sempre um projeto dentro de casa que possa o cobrir neste momento.

Garoppolo, muito provavelmente, vai jogar as quatro primeiras partidas da temporada e deve mostrar do que é capaz. Como ele está entrando no terceiro ano na liga, logo será free agent e não vai querer renovar e ficar sentado no banco de reservas. Muito possivelmente ele saia no final do ano via troca (caso jogue bem) ou tenha seu destino determinado como eterno reserva (caso jogue mal). Sua vida é curta em New England e ir atrás de outro projeto me pareceu uma boa ideia.

  • A tática do escolher um monte e tentar acertar um é muito boa para equipes cheias de escolhas. Esta tática é ainda melhor no fim do Draft, visto que é impossível tentar prever o que vai acontecer com cada um daqueles escolhidos. Neste ano, o Seattle Seahawks e o Cleveland Browns foram os que mais se destacaram fazendo esta tática.

Os Browns escolheram quatro wide receivers: Corey Coleman, Ricardo Louis, Jordan Payton e Rashard Higgins. Já os Seahawks, para compensar a aposentadoria de Marshawn Lynch, foram com três running backs: C.J. Prosise, Alex Collins e Zac Brooks. Duas táticas perfeitas para franquias com tantas escolhas disponíveis – 14 e 10, respectivamente.

  • As melhores combinações valor e talento das rodadas? Segunda: Myles Jack, terceira: Darian Thompson, quarta: Andrew Billings, quinta: Connor McGovern, sexta: Keenan Reynolds e sétima: Jalen Mills.
  • As piores? Segunda: Roberto Aguayo, terceira: Cody Kessler. Do terceiro dia é muito difícil opinar, visto a dificuldade em analisar os prospectos escolhidos entre a quarta e a sétima rodadas.

E você, gostou dos escolhidos pelo seu time? Quem foi a maior aposta feita pelo seu general manager? Deixe sua opinião nos comentários.

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