Raheem Mostert merece um novo contrato em San Francisco?

Apesar da exigência do running back ser razoável, ela dificilmente será atendida pela franquia, já que os 49ers têm vantagem na negociação.

No último dia 08 de julho, Raheem Mostert tornou público o seu surpreendente desejo de ser trocado pelo San Francisco 49ers. O running back, cotado para ser o principal corredor da equipe em 2020, não está satisfeito com o seu atual contrato e pediu para ser negociado diante da falta de perspectiva de aumento salarial.

Segundo informou Ian Rapoport, Mostert deseja ter o seu salário equiparado ao de Tevin Coleman, o running back mais bem pago do time. Isso significa no mínimo um aumento de cerca de 2 milhões de dólares, fazendo-o pular de 2,5 para 4,5 milhões totais em 2020. É uma exigência justa, considerando que Raheem foi bastante superior a Coleman em 2019. O problema é que ele não parece ter poder de barganha nenhum para obrigar os 49ers a fazer nada, nem que seja conceder um aumento irrisório para os padrões da NFL.

49ers têm motivos para não querer pagar mais

Em primeiro lugar, muita gente pode estar se perguntando: San Francisco vai mesmo começar uma guerra com um dos seus principais jogadores ofensivos por causa de 2 milhões? Aparentemente sim, tanto que o impasse evoluiu ao ponto de virar um pedido público de troca. Mostert assinou uma extensão de três anos há 15 meses, então a franquia não vai simplesmente lhe dar um novo contrato de mão beijada tão cedo, ainda mais tendo em vista as incertezas quanto ao salary cap em curto prazo e a preferência à renovação de outros atletas – como George Kittle, por exemplo.

Um aumento de 2 milhões faria Mostert deixar de ser o 25º running back mais bem pago da liga em média salarial para se tornar o 15º, um salto considerável. De novo, não é um problema de justiça, pois ele merece subir nessa lista, mas sim um problema de quanto os 49ers acreditam que vale a pena pagar por um corredor. Matt Breida, por exemplo, acabou de ir embora porque a franquia não achou que lhe dar um novo vínculo seria financeiramente vantajoso.

Um running back caro e renomado é fundamental para o esquema ofensivo de Kyle Shanahan ter sucesso? Obviamente não, tanto que ele transformou Breida e Mostert, dois atletas não-draftados, em duas grandes peças do seu ataque. Deste modo, as ameaças de greve de Raheem tornam-se ainda menos assustadoras, pois provavelmente qualquer um que correr com a bola no ataque de Shanahan terá algum nível de sucesso.

Mercado de trocas para Mostert é quase inexistente

Mostert é um running back de 28 anos com uma única boa temporada na carreira, já que ele foi reserva a maior parte do tempo desde que entrou na liga em 2015. Ademais, muitos creditam sua ótima produção em 2019 mais ao esquema de Shanahan do que ao seu próprio talento. Assim sendo, fica a pergunta: quem vai trocar por ele, ainda mais em julho e tendo que lhe pagar 4,5 milhões por ano?

Se estivéssemos na metade da temporada e algum time tivesse perdido seu running back titular, talvez houvesse um mercado maior para fechar negócio. Hoje, porém, as franquias já estão com seus elencos praticamente fechados. Além disso, Mostert não seria titular absoluto em lugar nenhum, o que torna seu preço de 4,5 milhões por ano, mais a escolha de Draft que teria de ser cedida a San Francisco, bem elevado para um reserva ou alguém destinado a dividir carregadas.

Sem um mercado interessante para trocas, a outra opção é fazer greve. Isso, contudo, significa tomar multas pesada por perder treinamentos obrigatórios e em último caso, se Mostert não atingir o número mínimo de partidas para validar seu ano de trabalho, ter mais uma temporada adicionada compulsoriamente ao seu atual contrato. Sem contar que pode ocorrer a mesma coisa que aconteceu com Melvin Gordon em Los Angeles, ou seja, San Francisco pode se dar conta que seu principal running back é totalmente dispensável.

Enfim, em que pese sua atuação de gala na Final da NFC diante do Green Bay Packers, Mostert não atingiu o status de imprescindível nos 49ers, ao menos não ao ponto de forçar o general manager John Lynch a assinar um novo contrato. Pode ser que no final uma reestruturação no vínculo acabe de fato acontecendo, mas será mais por reconhecimento de mérito por parte da franquia do que por medo de perdê-lo.

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