165 derrotas. Ninguém tem mais do que ele.
Jeff Fisher, com este pomposo currículo, foi demitido hoje depois do Los Angeles Rams anunciar há duas semanas atrás que estava renovando o contrato do treinador por mais dois anos. O amor acabou e como você viu, dois anos viraram duas semanas.
A renovação estava certa desde antes a temporada, mas foi anunciada apenas antes da derrota dos Rams contra os Patriots na Semana 12. Com a demissão de Fisher, John Fassel, filho do ex-técnico dos Giants, Jim Fassel, assume como técnico interino. John era técnico do time de especialistas de Los Angeles.
Aos 58 anos, é mais provável que Fisher não tenha outro emprego como head coach na NFL – embora alguma franquia ainda possa pensar em contratá-lo no futuro como coordenador defensivo. O treinador, considerado por este que vos escreve como o Vanderlei Luxemburgo da NFL, é amplamente considerado defasado em alguns aspectos técnicos. Fisher não tem uma temporada vitoriosa desde 2008, quando estava com o Tennessee Titans. Com a mesma franquia, em 1999, perdeu o Super Bowl XXXIV contra o então St. Louis Rams.
E foi exatamente com St. Louis que ele teve sua segunda passagem como treinador na NFL. No cargo desde 2012, Fisher fez campanha de 31-45-1 com nenhuma aparição na pós-temporada – são 7 temporadas “derrotadas” seguidas. Os trunfos do treinador no cargo eram vitórias pontuais contra o Seattle Seahawks, rei da divisão – tal qual acontecera nesta temporada.
A crise em Los Angeles começou a acentuar nas últimas semanas. Os Rams, agora de volta no sul da Califórnia, começaram a temporada com 3 vitórias e 1 derrota e haviam vencido o Seattle Seahawks na Semana 2. A única derrota da tabela parecia ser um “apagão atípico” no Monday Night da Semana 1 em San Francisco. O time começou a degringolar e o ataque, que já não estava aquelas coisas, começou a ir de mal a pior. Todd Gurley nem de perto está tendo os números que lhe credenciaram para Calouro Ofensivo do Ano em 2015. E Case Keenum rendeu o que tinha que render.
Pressionado, Fisher finalmente cedeu e colocou o quarterback calouro Jared Goff em campo. Os Rams praticamente haviam hipotecado o futuro da franquia por Goff – para conseguir o poder de escolhê-lo com a primeira escolha geral do Draft 2016, Los Angeles mandou um caminhão de escolhas para Tennessee (incluindo a primeira e a terceira de 2017).
A entrada de Goff em campo não amenizou os problemas – acabou por escancará-los. Gurley veio a público nesta semana, após a derrota vexatória para Atlanta, dizendo que o ataque tem nível de 5ª série quanto à complexidade. Vale lembrar, Goff chegou totalmente cru a Los Angeles, dado que sequer fazia huddle quando na Universidade da Califórnia at Berkeley. Nas últimas três semanas (todas com Goff), os Rams têm três derrotas, cederam 39 pontos por jogo, têm saldo de pontos negativo em -72 e a margem de turnovers é de -8. Para contextualizar como o ataque vai mal neste ano, os Rams têm 5 touchdowns no Los Angeles Memorial Coliseum. Só no domingo os Falcons fizeram 6 lá.

Enfim, uma bagunça completa. Fassel deve ser o treinador até o final da temporada e muito provavelmente Stan Kroenke, o dono do time, deve pensar em uma mente ofensiva para lapidar Goff agora que a hipoteca já foi assinada. Josh McDaniels e Kyle Shanahan, coordenadores ofensivos de Patriots e Falcons, são dois nomes que podem surgir. Outros coordenadores também podem ficar tentados a ir para o segundo maior mercado consumidor dos EUA num time que tem boas peças jovens, como Todd Gurley, Alec Ogletree e Aaron Donald.
A boataria também aponta para Jim Harbaugh, técnico da Universidade de Michigan. Neste caso, a chance pode ser menor. Harbaugh tem “negócios não finalizados” por sua alma mater: perdeu a rivalidade para Ohio State novamente em 2016 e ainda deve querer dar um título nacional para a universidade onde foi quarterback nos anos 80.
Comentários? Feedback? Siga-me no twitter em @CurtiAntony, ou nosso site em @profootballbr e curta-nos no Facebook.








