Salvo alguma futura mudança, o Los Angeles Rams só terá uma escolha de 1ª rodada no Draft em 2024, ou seja, longos oito anos após a franquia subir no recrutamento e selecionar Jared Goff na 1ª posição geral de 2016. Desde então, o general manager Les Snead tem sistematicamente negociado suas picks de primeiro dia em troca de superestrelas, em parte contestando o senso comum de que times vencedores constroem seus elencos através do Draft.
Muita gente não via essa agressiva estratégia de “all-in” como sustentável em médio e longo prazo, mas Los Angeles segue desafiando a lógica e montando equipes mais fortes a cada temporada, culminando em uma segunda visita ao Super Bowl em quatro temporadas. Nem sempre foi perfeito e Snead cometeu erros pelo caminho, no entanto os Rams parecem ter revolucionado a maneira como plantéis de sucesso são forjados.
Foco em estrelas e malabarismo na folha salarial
Los Angeles foi um dos pioneiros na tática de aproveitar o contrato de calouro do seu quarterback para investir pesado em outras posições. No caso, enquanto Goff esteve em seu rookie deal entre 2016 e 2019, a franquia começou a assinar com free agents caros e trocar escolhas de Draft por atletas consagrados. Assim foram possíveis as aquisições de Sammy Watkins, Brandin Cooks, Aqib Talib, Dante Fowler Jr., Marcus Peters Ndamukong Suh, etc.
Snead, entretanto, conseguiu contrariar as previsões sobre o “all-in” ter vida curta e manteve o alto nível de investimento mesmo após assinar uma extensão multimilionária com Goff. O general manager continuou abrindo mão de picks altas em prol de estrelas do calibre de Jalen Ramsey, Matthew Sttafford e Von Miller, além de seguir buscando agentes livres de peso no mercado (Odell Beckham Jr., Leonard Floyd e Andrew Witworth são bons exemplos).
Em suma, os Rams não têm usado suas escolhas altas de Draft para selecionar prospectos vindos do College Football e desenvolvê-los. Eles preferem apostar em nomes consagrados e com uma chance infinitamente maior de resultado imediato. Sem dúvida é um processo mais caro e arriscado em comparação a abordagem padrão, porém quem irá dizer que não está dando certo?
O grande problema é fazer tantas estrelas caberem no teto salarial. Claro, nem sempre foi possível; Cooks, Dante Fowler e alguns outros são exemplos de perdas significativas devido à inviabilidade de pagar todo mundo. Ainda assim, Los Angeles faz um excepcional trabalho mantendo por perto quem mais interessa e renovando o plantel quando necessário. A franquia está sempre com o salary cap apertado – a atual projeção para 2022 é oito milhões acima do limite -, contudo os malabarismos financeiros de Snead mantêm a casa em ordem e a equipe voando dentro de campo.





