O clima é de fim de festa no New Orleans Saints. Nos últimos dias, Mickey Loomis fez todo o possível para abrir espaço no salary cap e havia uma razão maior do que apenas “limpar o déficit”. A franquia fez uma proposta agressiva por Deshaun Watson e era uma das finalistas para a decisão do quarterback – até a mesa virar e ele decidir ir para o Cleveland Browns.
Foi um desfecho triste para New Orleans. 2022 será atribulado com o fim da era Sean Payton e, para piorar a situação do substituto, Denis Allen, a posição mais importante do jogo não agregará melhor confiança. Os Saints acabaram reatando o relacionamento instável por falta de alternativa e esta temporada já começa decepcionante na Louisiana.
Não espere o mesmo desempenho
Sei que quando critico Winston a primeira imagem do torcedor de New Orleans será a da temporada de 2021. Realmente, foi um ano surpreendente para o quarterback. Até a lesão no joelho, ele vinha apresentando um desempenho bem competente, principalmente no tocante a reduzir o número de interceptações – foram 3 em 7 jogos; para Jameis, é quase um milagre.
No entanto, não dá para esperar que 2022 será igual, porque toda a situação mudou. Em primeiro (e mais importante) lugar, Payton não rege mais as rédeas do ataque. Se tem algo que o antigo treinador fazia bem era se adaptar ao que tinha em mãos e com Winston não foi diferente. Deu a ele tempo para pensar detrás de uma sólida linha ofensiva – pela primeira vez na carreira ele teve mais de 3 segundos médios passando a bola[foot]Pro Football Focus[/foot] – e tirou o foco dos passes 50/50, que geravam muitos touchdowns e muitas interceptações.
Neste ano, a única parte acima que se manterá é a linha ofensiva, pois somente uma peça deixou a unidade neste ano, Terron Armstead, que ainda é agente livre e pode acabar retornando à equipe. O novo treinador, Denis Allen, tem foco defensivo e, assim, o plano de ataque residirá inteiramente nas mãos de Pete Carmichael, coordenador ofensivo da equipe desde 2009. Devido a isso, a tendência é de manutenção, mas será apenas a segunda vez que o veremos liderar o ataque sem Payton ao lado. Em 2012, quando o ex-treinador esteve suspenso, Drew Brees passou das 5000 jardas e dos 40 touchdowns, contudo, em simultâneo, liderou a NFL em interceptações e os Saints estagnaram nas 7 vitórias. Será um ponto crucial a ser analisado esse ano.
Ademais, uma lesão de joelho grave como a de Winston – rompimento do ligamento cruzado anterior e fratura no ligamento cruzado medial – rende dúvidas quanto ao retorno. Sempre há a expectativa positiva, como vimos na volta de Joe Burrow, mas não dá para ser completamente esperançoso. Jameis levará um tempo para retomar a confiança e isso pode acabar prejudicando o ataque, já que interfere, principalmente, no tempo do passe antes do contato.
Com tantas mudanças, não espere que o desempenho de Winston seja o mesmo da primeira metade da última temporada. De qualquer forma, isso vai ao encontro, justamente, da expectativa de New Orleans para 2022.





