Roquan pede troca: diretoria dos Bears indica querer destruir tudo e começar do zero

Roquan Smith pede para ser trocado e novamente a diretoria dos Bears ateia fogo em tudo para começar uma reconstrução que ninguém sabe onde vai dar ou se Justin Fields conseguirá carregar sacos de cimento para fazer

Quando uma nova comissão técnica e nova diretoria assumem uma franquia na liga, a tendência é que haja um processo de reconstrução que pode ser mais ou menos dolorido. Ele é mais dolorido quando corta-se totalmente o mal pela raiz e o torcedor vê estrelas e jogadores bem quistos saírem pela porta dos fundos. Outros times acabam se aproveitando disso e capitalizam, trocando mais barato por peças em final de contrato ou cujo custo não vale tanto para um time sem futuro de curto prazo.

Esse processo, dessa exata forma, começou em Chicago no ano passado com a troca de Khalil Mack por “apenas” uma escolha de segunda rodada. Por mais que Mack não seja o jogador de outrora, convenhamos que o preço acabou sendo bastante amigável para o Los Angeles Chargers. A postura dos Bears não é novidade. Ela acontece no beisebol há alguns anos, quando times que não vão muito longe acabam fazendo uma liquidação no meio de temporada – especialmente com jogadores que serão free agents no ano seguinte.

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Ora, o Chicago Cubs fez exatamente isso no ano passado, aliás. Javier Baez, Kris Bryant e Anthony Rizzo, três dos maiores ídolos do time nas últimas temporadas, foram para outras equipes e os Cubs trouxeram prospectos para seus lugares. Melancólico, mas não tinha muito o que fazer com a janela fechando. No caso dos ursos más grandes de Chicago, é um tanto quanto parecido com os filhotes de urso do beisebol. A diferença é que a janela nos Bears nunca abriu.

Valor posicional e começando do zero

A postura que Ryan Poles e a diretoria dos Bears toma neste ano é bastante arriscada. Primeiro porque no caso do beisebol, você adquire vários prospectos por uma estrela. Na NFL, você adquire uma estrela futura com uma escolha de Draft e ninguém sabe ainda quem vai ser esse cara. Ainda, o futebol americano depende de um elenco de 53 jogadores e o desenvolvimento de vários está atrelado um ao outro. Um arremessador se desenvolver no beisebol não depende tanto dos rebatedores. No caso do quarterback, uma defesa que deixa todo mundo passar força o ataque a ser unidimensional e a passar a bola em situações óbvias para buscar o resultado. Isso sem contar das mazelas de corpos de recebedores abaixo da média e linha ofensiva questionável, fatores que também podem atrasar o desenvolvimento de um QB e, ora, é o que temos no Chicago Bears.

Para ficarmos na analogia, o ponto é o seguinte: a diretoria implodiu a casa anterior e em vez dos Irmãos à Obra chamou Justin Fields sozinho pra reconstruir o negócio sem muita ajuda. Ele pode ir muito bem – e os relatos de alguns insiders como Jordan Schultz é que é isso que ocorre no momento nos camps – ou ir muito mal e a obra ficar parada por mais tempo. É o risco que os Bears estão correndo.

E por que não renovar, caramba?! Bom, valor posicional. Os Bears têm muita grana para gastar no ano que vem, mais de 100 M em tese. A questão é que pagar caro num linebacker para um time que não deve brigar por nada num curto espaço de tempo não parece tão apetitoso para Poles & Amigos. Daí a decisão. Ao menos se capitalizarem bem, seria uma boa ideia. A questão é que o mercado não parece estar sedento por linebackers e uma segunda rodada pode sair barato demais para Chicago seguir em frente depois de queimar pontes com um dos melhores linebackers da liga.

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